Tesouro Direto: juros andam de lado, com piso dos prefixados em 11,32%; arcabouço e CMN estão no radar

Investidores ainda monitoram avanços nas negociações para elevar o teto da dívida dos Estados Unidos

Leonardo Guimarães

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As taxas dos títulos do Tesouro Direto tiveram pouca variação nesta quinta-feira (18), enquanto investidores digeriam a aprovação da urgência para a apreciação do novo marco fiscal na Câmara dos Deputados e esperavam pela reunião do Conselho Monetário Nacional (CMN), que começou às 15h.

Ontem, a Câmara aprovou urgência para apreciação do novo arcabouço fiscal por 367 votos a 102. Com isso, o texto não será analisado em comissões e pode ser votado no plenário já na semana que vem, o que agrada investidores.

Outro assunto importante é a reunião do CMN com a presença de Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central. Os diretores de regulação e relacionamento da autarquia, Otavio Damaso e Maurício Moura, também participam do encontro, que começou às 15h. Há expectativa em parte do mercado de que a revisão da meta de inflação seja discutida, mesmo que para anunciar que não haverá mudança.

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Porém, analistas ouvidos pelo InfoMoney não acreditam em novidades sobre o tema já nessa reunião. Alexandre Yamamoto, analista de renda fixa da Levante Investimentos, diz que o assunto “geraria muito ruído com o arcabouço fiscal tramitando”.

Para Fabrício Gonçalvez CEO da Box Asset Management, “é provável que os integrantes do CMN aguardem sinalizações do Comitê de Política Monetária do BC especialmente considerando que a aprovação da nova regra fiscal está ganhando força”.

Lá fora, destaque para as negociações sobre o aumento do teto da dívida norte-americana. Há otimismo do mercado depois que o presidente da Câmara, Kevin McCarthy, disse não acreditar que os EUA deem calote na dívida. O presidente Joe Biden também afirmou, nesta quarta-feira (17), estar confiante de que os legisladores se uniriam para chegar a um acordo e evitar um calote.

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No Tesouro Direto, o dia foi calmo, sem grandes variações nas taxas. A maior mudança do dia foi do Tesouro Prefixado 2026, que entregava rentabilidade de 11,32% ao ano contra 11,37% na véspera. A taxa do Tesouro Prefixado 2033 foi a única que anotou (leve) alta, passando de 11,82% ontem para 11,83% hoje.

Nos títulos atrelados à inflação, dois tinham suas taxas inalteradas na comparação com a véspera – Tesouro IPCA+ 2032 e 2029 –, enquanto a rentabilidade real do restante tinha leve queda. O Tesouro IPCA+ 2035 pagava 5,65% além da inflação contra 5,67% ontem.

Confira os preços e as taxas dos títulos públicos disponíveis para compra no Tesouro Direto na tarde desta quinta-feira (18):

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Urgência do marco fiscal aprovada

O plenário da Câmara dos Deputados aprovou requerimento de urgência para apreciação do projeto de lei complementar que trata do novo arcabouço fiscal (PLP 93/2023). Com isso, o texto “pula” etapas de tramitação nas comissões temáticas e poderá ser votado diretamente em plenário na próxima semana.

Foram 367 votos favoráveis e 102 contrários ao requerimento protocolado pelo deputado José Guimarães (PT-CE), líder do governo na casa legislativa.

O resultado é uma vitória do governo após uma série de tropeços no plenário da casa legislativa, mas não indica uma reabilitação completa do Palácio do Planalto frente aos problemas de articulação enfrentados nos primeiros meses do terceiro mandato do presidente Lula.

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Reunião do CMN

A reunião do Conselho Monetário Nacional começou às 15h desta quinta-feira (18). Analistas ouvidos pelo InfoMoney não acreditam que o encontro vai gerar novidades sobre revisão na meta de inflação.

Rodrigo Romero, economista da Levante Investimentos, diz que “isso deve ficar para junho” e “muito dificilmente o CMN se antecipa ao comunicado do Comitê de Política Monetária do Banco Central na próxima reunião”.

Teto da dívida dos EUA

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, e os líderes do Congresso americano parecem se aproximar de um acordo para aumentar o teto da dívida dos EUA e evitar um default.

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Atualmente, o governo norte-americano não pode ultrapassar US$ 31,3 trilhões em emissões de dívida por ano, teto que já foi alcançado em janeiro. A impossibilidade de emitir dívida tem dificultado o governo de Joe Biden.