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A agenda estruturante continua a todo vapor. Samuel Santos, gestor de Infraestrutura da AZ Quest, afirma que a gestora continua vendo bons projetos na origem, principalmente em energia, saneamento e rodovia.
Segundo ele, a maior preocupação dos fundos de infraestrutura não são exatamente as fontes dos projetos, mas o potencial “frenesi no mercado”. “Tivemos no passado muitos veículos captando, muita gente entrando e alguns fundos passivos que a gente acha que não são 100% adequados para a infraestrutura”, diz.
O gestor conta que isso gerou uma crise de liquidez no passado e precisou de um tempo para a indústria se reestabelecer. “Isso acabou machucando muito a classe (do ativo)”, afirma.
Ele e Giancarlos Gentiluomo, head de Fundos Alternativos da AZ Quest, participaram do episódio 139 do programa Outliers, no canal XP.
Fiscal e juros
Sobre o momento, Giancarlos Gentiluomo diz que as discussões no mercado têm ido muito para o lado do risco fiscal. Além disso, com a taxa de juros mais alta num prazo mais longo, para ele, é “natural” que se reavalie as opções de investimento no mercado.
“Isso faz com que a seletividade seja muito maior”, afirma. “Tem ficado mais difícil fazer essa seleção de projetos e conseguir taxas num ambiente tão competitivo e concorrido, mas que fique claro que nós não estamos cedendo”, ressalta ele, sobre a busca pelos melhores ativos na montagem de portfólio.
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Energia
“A gente prefere setores que tenham fundamentos independente do governo. Se olhar a carteira de 95% dos fundos de infraestrutura vai ver uma concentração grande de energia elétrica. É um setor que vai continuar crescendo”, diz Samuel Santos.
“A gente gosta de olhar as idiossincrasias de cada ativo, sem preconceito. A gente prefere ativos em ESG, mas não investimos em ativos só em ESG. O top line é energia”, complementa.
Samuel Santos explica que dentro do grande setor de energia, no negócio de distribuição os títulos basicamente objetivam o crédito corporativo mais do que financiamento de infraestrutura.
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“Na transmissão, ainda tem projetos bons, mas a gente fica bem mais receoso porque as vezes é um player pequeno, que tomou muito risco no leilão. Então a gente fica com empresas mais de médio e grande portes. Mas os spreads de transmissão não são nada atrativos. Agora, geração (de energia) centralizada e distribuída é onde temos predileção”, destaca.
Agronegócio
Giancarlos Gentiluomo comenta que os fundos de agronegócio continuam muito atraentes, mesmo com as últimas Intempéries climáticas.
“O Agronegócio sofreu com variações climáticas, teve enchente no Rio Grande do Sul e queimadas há pouco tempo, mas a gente não teve uma variação tão contundente do quantum do valor total produzido”, diz.
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“A gente está falando de uma classe que representa mais de 20% do PIB brasileiro, e em termos de exportação continua dominando a pauta”, acrescenta.
“Só que os fundos que a gente viu nascer nessa classe infelizmente em alguns casos tiveram exposição grande a essas recuperações judiciais (do setor do agronegócio). Esse setor como um todo continua sendo muito atrativo, robusto, mas vai ter momento de ajuste de como as carteiras estão sendo geridas”, afirma.