CDB hoje: taxas têm queda generalizada após corte da Selic; juros de prefixados chegam a 9,60%

Rentabilidade real dos títulos de inflação começa a encostar na casa dos 4%, enquanto pós-fixados têm taxa média inferior a 100% do CDI

Leonardo Guimarães

(Gearstd/Getty Images)
(Gearstd/Getty Images)

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As taxas dos CDBs (Certificados de Depósito Bancário) tiveram queda generalizada na primeira quinzena de agosto. Os juros papéis indexados à inflação e dos prefixados foram os destaques nas últimas duas semanas, período marcado pelo corte na Selic para 13,25% ao ano.

Um levantamento da Quantum Finance feito a pedido do InfoMoney mapeou as taxas dos CDBs emitidos entre 1º e 14 de agosto e mostrou que a rentabilidade média dos prefixados de longo prazo – acima de 36 meses – recuou para 10,93% ao ano, ante 11,23% na leitura anterior. A taxa mais alta para esse prazo foi de 12,44% ao ano contra 12,83% no fim do mês passado.

O recuo nas taxas, porém, não foi exclusividade dos prefixados. A rentabilidade de títulos de inflação e pós-fixados também caiu no início do mês. Ricardo Jorge, especialista em renda fixa e sócio da Quantzed, explica que este “é um movimento do mercado de ajuste à queda de 0,5 ponto percentual da Selic”. O corte da taxa básica de juros foi anunciado no último dia 2.

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No último levantamento, que considerou dados da última quinzena de julho, os juros dos prefixados longos haviam subido por causa da expectativa de Selic mais alta no futuro. Agora, as taxas voltam a cair.

As taxas dos prefixados mais curtos também recuaram. A rentabilidade média dos CDBs prefixados com vencimento em seis meses caiu de 12,66% para 12,15%, enquanto a média de remuneração anual dos papéis para 12 meses recuou de 11,67% para 11,31%.

O número de emissões de CDBs prefixados caiu 34%, de 92 para 60 nas últimas duas semanas.

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Retornos de CDBs prefixados (01 a 14/ago)
Prazo (meses) Indexador Taxa mínima Taxa média Taxa máxima Número de títulos Emissor da maior taxa
3 PREFIXADO 11,62% 12,72% 13,35% 21 XP
6 PREFIXADO 11,65% 12,15% 12,44% 5 Banco Daycoval
12 PREFIXADO 10,70% 11,31% 11,81% 21 Banco Daycoval
24 PREFIXADO 9,60% 10,29% 10,85% 8 Haitong Banco de Investimento do Brasil
36 PREFIXADO 10,07% 10,93% 12,44% 5 Sinosserra Financeira

Fonte: Quantum Finance. Obs: Os retornos são brutos, ou seja, não consideram o Imposto de Renda

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CDBs de inflação

Nos títulos bancários atrelados ao IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), destaque para o longo prazo. Os papéis com vencimento a partir de 36 meses registraram rentabilidade real média de 5,18%, após 5,96% ao ano na leitura anterior. O maior retorno é de um CDB do Haitong Brasil, com taxa de 5,90%.

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Com a tendência de queda nas taxas de CDBs de inflação se acentuando, juros reais abaixo de 5% já estão no radar do mercado, mesmo nos títulos privados. “Acredito que isso vai acontecer, mas a queda se dará numa velocidade menor da que observamos no primeiro semestre”, diz Ricardo Jorge. Para ele, juros reais na renda fixa privada na casa de 4% estão ligados à aprovação de reformas no Congresso Nacional.

A taxa média dos papéis com prazo de 24 meses caiu de 6,37% para 6,16%. O maior retorno registrado foi de 6,50% ante 6,85% na última leitura.

O número de emissões dos CDBs de inflação também teve forte queda. Passou de 67 para 33 papéis emitidos entre 1º e 14 de agosto.

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Outro destaque desses papéis é a ausência de CDBs de inflação de curto prazo, com vencimento em até 12 meses. Eles já vinham sendo pouco ofertados nos últimos meses e, agora, os bancos deixaram de lado os títulos mais curtos.

Retornos de CDBs indexados à inflação (01 a 14/ago)
Prazo (meses) Indexador Taxa mínima Taxa média Taxa máxima Número de títulos Emissor da maior taxa
24 IPCA 4,80% 6,16% 6,50% 25 Haitong Banco de Investimento do Brasil
36 IPCA 4,00% 5,18% 5,90% 8 Haitong Banco de Investimento do Brasil

Fonte: Quantum Finance. Obs: Os retornos são brutos, ou seja, não consideram o Imposto de Renda

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CDBs pós-fixados

Os CDBs atrelados ao CDI – maioria nas emissões – registraram a única alta em taxa média na comparação com as últimas semanas de julho. Os papéis para 12 meses tiveram rentabilidade média de 101,95% do CDI, um pouco acima dos 101,34%. As remunerações  em todos os outros prazos, porém, apresentaram queda.

A taxa média dos pós-fixados com vencimento a partir de 36 meses caiu de 102,97% do CDI para 102,13%. Já a rentabilidade média dos papéis para 24 meses recuou de 101,02% para 99,31% do CDI.

A maior remuneração dos CDBs atrelados ao CDI está no horizonte de 12 meses: um papel do Banco Master foi emitido com taxa de 120% do CDI, enquanto a taxa mínima para o período é de 90% do referencial.

Outra comparação que mostrou queda na leitura mais recente foi a do número de emissões de pós-fixados, que caiu de 293 para 201.

Retornos de CDBs indexados ao CDI (01 a 14/ago)
Prazo (meses) Indexador Taxa mínima Taxa média Taxa máxima Número de títulos Emissor da maior taxa
3 %CDI 97,50% 100,97% 104,50% 15 BTG Pactual
6 %CDI 97,50% 99,37% 107,00% 45 Banco BMG
12 %CDI 90,00% 101,95% 120,00% 61 Banco Master
24 %CDI 92,00% 99,31% 107,00% 26 Haitong Banco de Investimento do Brasil
36 %CDI 100,00% 102,13% 111,00% 54 Haitong Banco de Investimento do Brasil

Fonte: Quantum Finance. Obs: Os retornos são brutos, ou seja, não consideram o Imposto de Renda

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