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SÃO PAULO – Na mais recente carta aos investidores referente ao desempenho do fundo Verde, a gestora de Luis Stuhlberger destacou que a falta de um compromisso fiscal das lideranças políticas, junto ao componente eleitoral de 2022, tem resultado em uma demanda dos investidores por prêmio como há muito tempo não se via no mercado local. Nesse cenário, a gestora pontuou estar com o foco mais voltado para as oportunidades globais.
Durante live realizada na noite desta terça-feira (27) pela Congregação Israelita Paulista (CIP), Stuhlberger reforçou que, embora as perspectivas econômicas e políticas para o país estejam de fato bastante incertas, há também motivos para enxergar um cenário mais positivo em um horizonte um pouco maior, conforme avançar a vacinação no país.
Ao analisar a corrida eleitoral para 2022, o gestor afirmou que, diante de uma economia brasileira que não cresce de maneira robusta há cerca de oito anos, o maior risco é o de as pessoas votarem em “salvadores da pátria” com propostas de caráter populista “Esse é um quadro assustador”, afirmou o gestor.
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Segundo Stuhlberger, tendo em vista a forma como o governo Bolsonaro lidou com a pandemia, bem como as possíveis propostas de uma candidatura de esquerda do ex-presidente Lula (PT), o melhor cenário seria o surgimento de uma terceira via.
“Nossa esperança tem que ser imaginar que uma candidatura de centro, a terceira via, seja viável”, afirmou Stuhlberger. “Isso é improvável, mas não é impossível.”
Embora tanto Bolsonaro quanto Lula tenham uma base eleitoral fiel, Luis Stuhlberger assinalou que ambos têm também uma rejeição elevada. Por isso, caso algum outro nome consiga passar para o segundo turno das eleições, a chance de vitória é grande, projetou o gestor, que classificou a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que devolveu o ex-presidente petista à disputa eleitoral como uma “lambança jurídica”.
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Ele assinalou, contudo, que até que se defina o xadrez político para as eleições de 2022, muita água ainda deve passar por debaixo da ponte, mantendo o nível de incertezas e de volatilidade elevado no mercado.
Além disso, frente aos gastos para combater à pandemia, o investimento em áreas essenciais como saúde e educação públicas e infraestrutura urbana fica bastante limitado, o que coloca em risco o crescimento estrutural do país nos próximos anos, disse Stuhlberger.
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“Hoje o mercado não projeta um PIB potencial muito maior que 2% daqui para frente, e suspeito que, se isso acontecer por quatro, cinco anos, independentemente da discussão Lula versus Bolsonaro, vamos ter problemas sérios”, disse o gestor.
De toda forma, apesar da falta de clareza sobre os rumos da política e da economia do país nos próximos meses, o gestor da Verde ressaltou que existem motivos para estar otimista com o quatro doméstico no médio e longo prazo, à medida que a vacinação avançar no exterior, e no Brasil, permitindo uma retomada acelerada à normalidade pré-pandêmica.
“O problema [de ficar] extremamente pessimista é que entre agora e o fim de 2022 vamos ter o fim da pandemia.” Stuhlberger prevê uma “minieuforia econômica” um pouco mais à frente, baseada no fato de as pessoas poderem retomar suas atividades normalmente, conforme a imunização avançar.
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Por isso, o gestor disse que não deverá estar, em meados de 2022, tão pessimista como está agora. “Vamos ter um período de euforia, e o que estamos passando agora vai virar uma história do passado”, afirmou.
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