SPX: pressão inflacionária deve forçar BC a rever planejamento e subir juros “significativamente”

Gestora carrega posição na carteira que deve ganhar com alta da inflação embutida nos contratos de juros

Mariana Zonta d'Ávila

Rogério Xavier, da SPX, durante evento da XP nesta terça. Crédito: Divulgação/XP
Rogério Xavier, da SPX, durante evento da XP nesta terça. Crédito: Divulgação/XP

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SÃO PAULO – A trajetória de alta nos preços, com projeções de inflação para 2020 acima dos 4%, tem preocupado o mercado financeiro e deve fazer com que o Banco Central altere o seu cenário-base e eleve os juros significativamente. A avaliação é da gestora de recursos SPX Capital.

Em carta aos cotistas do fundo multimercado Nimitz referente ao mês de novembro , a gestora argumenta que, quando o Banco Central reduziu a Selic para 2% e instaurou o forward guidance, o contexto previa inflação de 2% neste ano, com risco de desancoragem para baixo das expectativas de médio prazo.

Passados apenas quatro meses, contudo, as projeções se elevaram, com pico projetado para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) na casa dos 6% no segundo trimestre de 2021, prevê a asset do renomado gestor Rogério Xavier.

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“O Banco Central tem conduzido a política monetária de maneira extremamente frouxa. Então o que antes já considerávamos incompatível com os desafios de estabilidade financeira, agora é questionável do ponto de vista do regime de metas de inflação”, escreve.

Diante da pressão inflacionária, que não tem se limitado aos alimentos, e da “leniência do BC em combater os efeitos secundários do choque de preços”, a SPX carrega no portfólio posição comprada (aposta na alta) em inflação implícita e tomada na parte curta da curva de juros.

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Em moedas, a gestora encerrou as posições vendidas na lira turca e no real, abrindo novas posições compradas em moedas de países emergentes, enquanto no campo das commodities a casa segue comprada em metais preciosos e ativos industriais.

Já no mercado de ações, a SPX está comprada em setores cíclicos nos Estados Unidos e seletivamente em empresas que foram negativamente impactadas pela pandemia, porém com modelo de negócio inalterado para o longo prazo.

“Após um milhão e meio de mortes por todo o mundo, e com a pandemia ainda acelerando em algumas regiões, é difícil conter o otimismo com os recentes desenvolvimentos na frente médica”, diz a carta da SPX.

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Na Bolsa brasileira, a casa está comprada em empresas dos setores de utilities, consumo, mineração e óleo e gás, em parte, contra o índice Ibovespa.

Em novembro, o fundo SPX Nimitz rendeu 1,56%, ante variação de 0,15% do CDI. No ano, o fundo tem desempenho positivo de 5,54%, ante variação de 2,6% do principal benchmark de renda fixa.

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