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Em momento de queda de juros no Brasil, o investidor que começa a olhar para a renda variável — e está disposto a tomar mais risco — pode considerar o Bitcoin (BTC) como ativo de diversificação de carteira, mas analistas que cobrem esse mercado costumam alertar: as maiores possibilidade de ganhos estão de verdade nas criptomoedas menores, chamada de altcoins.
Mas, como elas existem aos milhares, como escolher as que têm mais potencial? A solução pode estar no uso de inteligência artificial (IA).
A tecnologia começou a ser utilizada no mercado cripto para a oferta de smart wallets, carteiras automatizadas que pesquisam o histórico de ativos digitais, observam dados que trafegam nas redes blockchain e analisam movimentos técnicos para descobrir tendências de preço e decidir quais criptos comprar e vender para maximizar lucros.
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Elas atuam de forma similar a robôs de trading: conectam-se a exchanges de criptomoedas e executam ordens de compra e venda em nome do usuário. Em tese, o investidor tem apenas o trabalho de escolher uma carteira, aplicar o dinheiro e observar o desempenho.
É nesse conceito que aposta a Qinv, startup que utiliza algoritmos aplicados em fundos quant nos Estados Unidos e na Europa, desenvolvidos pela gestora iVi Technologies, que atualmente alinha os últimos detalhes regulatórios com a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) para lançamento do que pode ser o primeiro ETF quant de criptomoedas do mundo.
Segundo a companhia, nos últimos três anos, as carteiras oferecidas pela Qinv tiveram resultados de backtesting superiores em mais de 840% nas carteiras de criptoativos, e de 115% nas carteiras de ações, em comparação aos produtos de investimentos semelhantes oferecidos no mercado.
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“Os parâmetros no algoritmo podem, por exemplo, olhar [o histórico de preços de um criptoativo] cinco anos para trás, mas com mais peso nos últimos 180 dias. Porém, se for um momento de reversão no macro, por exemplo, podem olhar para 30 dias. Dependendo desses parâmetros, a seleção de ativos será diferente”, explica Lendel Vaz Lucas, fundador da Qinv.
Há dois anos, conta Lucas, era necessário realizar na casa de 4.000 backtests manualmente para descobrir as melhores estratégias para diferentes cenários, como momentos de alta ou baixa de mercado. Hoje, diz, tudo já pode ser realizado por modelos de IA que, com ajuda de redes neurais, são treinados para garimpar as carteiras que teriam tido o melhor desempenho nos últimos 30 dias.
Em breve, a solução irá incorporar também análise de sentimento de mercado, capturando impressões de investidores nas redes sociais para alimentar o processo de tomada de decisão do robô.
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Primeira iniciativa do tipo no Brasil, a smart wallet da Qinv abre lista de espera nesta terça-feira (12) por meio do site da exchange cripto parceira Coinext. A partir de sexta-feira (15), os usuários terão acesso a uma carteira balanceada que investe apenas nos 50 maiores ativos digitais por capitalização de mercado — excluindo as chamadas memecoins.
No futuro, a empresa espera expandir a oferta com opções de estratégias de menor risco, que investem em ativos mais consolidados; e temáticas, com foco DeFi, entre outras.
Qual a diferença para fundos de investimento?
Custódia: ao contrário de fundos de investimento, as smart wallets não fazem custódia das criptomoedas adquiridas. No caso da Qinv, os ativos ficam custodiados junto à Coinext, e podem ser sacados a qualquer momento. “Não é como no mercado tradicional, em que o resgate é normalmente D+2, D+5, e nem se sabe o que está sendo feito exatamente — com as carteiras inteligentes é tudo transparente”, destaca José Artur Ribeiro, CEO da Coinext.
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Custos: também não há taxa de administração, mas há cobrança de taxa de corretagem de 1% no momento do rebalanceamento da carteira, realizado mensalmente.
Rebalanceamento: Outra diferença é que, apesar do rebalanceamento mensal, a carteira busca ser mais ágil que fundos ativos para reagir a movimentos bruscos de mercado, executando vendas ou compras de emergência (com isenção de taxas) em momentos de maior turbulência.
Riscos: A Qinv possui autorização da CVM para atuar na consultoria de investimentos, mas a custódia ainda fica com uma companhia que atua no mercado “cinzento” das criptomoedas: as exchanges não são proibidas no país, mas ainda não são reguladas — o Banco Central trabalha no desenho das normas.
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Além disso, como o funcionamento das carteiras se assemelha muito ao de robôs de trading, os riscos de segurança, como ataques hackers, também são similares.