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Remando na contramão de boa parte dos fundos de ações em setembro, que encerraram o período com perdas, produtos com um foco maior em empresas de médio ou menor valor de mercado (mid e small caps) voltadas para a indústria e o agronegócio saíram na frente e terminaram o mês com as rentabilidades mais elevadas.
Entre os papéis de destaque, um dado chama a atenção. Em três dos cinco fundos que obtiveram os maiores ganhos em setembro, uma ação small cap está presente em todas as carteiras: a produtora de ferroligas Ferbasa (FESA4), que avançou quase 10% no mês passado — garantindo mais um período de retornos no campo positivo para os fundos Trigono Delphos, Trigono Verbier e Trigono Flags 60 Small Caps, todos da Trígono Capital.
Os produtos englobam a lista de melhores fundos de ações de setembro, que é liderada pelo Tarpon GT FIA, que encerrou setembro com um retorno de 7,68%. Os ganhos obtidos vieram especialmente de papéis do setor de material rodoviário, além de portos e serviços marítimos.
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No levantamento, o InfoMoney levou em conta dados extraídos da plataforma TC/Economatica no começo do mês.
Para a pesquisa, foram considerados veículos não exclusivos, com gestão ativa, patrimônio líquido médio superior a R$ 100 milhões em 12 meses e mais de 99 cotistas no fim do mês de setembro. Fundos monoação (que investem em apenas um papel) ficaram de fora.
Fundos de ações mais rentáveis em setembro | Retorno em setembro (%) |
Tarpon Gt Fc FIA | 7,68 |
Trigono Delphos Income FIC FIA | 5,28 |
Trigono Verbier Fc FIA | 3,83 |
Kapitalo Tarkus Fc FIA | 3,31 |
Trigono Flags 60 Small Caps FIC FIA | 3,05 |
Fonte: TC/Economatica
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Ferbasa: desdobramento de ações e commodities em alta
Ao comentar sobre a Ferbasa, Werner Roger, CIO da Trígono Capital, explica que não houve um grande gatilho que pudesse ter impulsionado o preço da companhia no mês passado. A única novidade apresentada pela companhia recentemente foi a sua intenção de desdobrar as ações da empresa na proporção de um para quatro, lembra Roger.
No comunicado feito no começo deste mês, a Ferbasa alegou que o desdobramento tinha o foco de tornar as ações mais acessíveis aos investidores e incrementar a liquidez dos papéis.
Renato Reis, analista da DVInvest, afirma que as ações da companhia têm sido favorecidas por um aumento nos preços de algumas commodities, o que tem ajudado empresas produtoras de matérias-primas como um todo, como Petrobras (PETR3 e PETR4) e Vale (VALE3). “A Ferbasa depende muito do ferro silício, que está num preço muito bom”, destaca.
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O analista conta que o ferro silício bateu o topo em 2021 e que agora a tendência é de uma normalização – processo que pode demorar para se firmar porque há poucos países produtores da commodity.
Tupy: preço da sucata em queda e desempenho positivo nos mercados externos
Outro papel que ajudou no desempenho de alguns fundos da Trígono em setembro foi o da Tupy (TUPY3), multinacional do setor de metalurgia. Com a chegada da temporada de balanços referentes ao segundo trimestre deste ano, a ação é uma das que deixa a casa mais otimista com a apresentação dos números.
A companhia apresentou um desempenho muito positivo na Europa e nos Estados Unidos, destaca Roger. Segundo o último resultado, Estados Unidos, México e Canadá respondiam por 45% da receita, enquanto a América Latina representava 34% e os países europeus 19%.
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Outro detalhe está na redução de custos, já que a sucata está em queda e representa um dos maiores custos da companhia.
A incorporação da MWM também é citada pelo executivo como um fator positivo para incrementar os números da Ferbasa em termos de descarbonização e de novos projetos.
O Santander também vê o papel com bons olhos. Em relatório divulgado no começo do mês, o banco destacou que o preço-alvo para a ação poderia chegar a R$ 36 até o fim de 2024, o que poderia representar um potencial de valorização de 44% — tendo como base o fechamento da última quinta-feira (19).
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No documento, os analistas defenderam que a Tupy possui uma grande diversificação geográfica e que poderia se beneficiar do fenômeno do nearshoring (quando uma empresa contrata serviços ou faz parcerias com países próximos geograficamente), além de estar com o preço atrativo agora.
Kepler Weber: menor custo com o aço
Ações de empresas como Irani (RANI3), Tronox (CRPG5), Banco da Amazônia (BAZA3) e Kepler Weber (KEPL3) também ajudaram a impulsionar os ganhos dos fundos da Trígono em setembro.
Roger destaca que, no caso da Kepler Weber, o grande déficit de silos que há no País poderia impulsionar os ganhos da companhia, juntamente com a expectativa de uma safra recorde. A queda no preço do aço também representa uma boa notícia para a empresa, já que a matéria-prima representa um dos seus maiores custos, observa o executivo.