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“Rouba-monte” na previdência privada: portabilidade de plano de aposentadoria atinge R$ 12,6 bi

Investidor migra de banco para casas independentes; XP lidera ranking, seguida por Itaú e BTG

Bruna Furlani

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O aumento da competição, aliado a um maior conhecimento financeiro por parte dos investidores, provocou mudanças na indústria de fundos de previdência abertos – e desencadeou uma verdadeira disputa de “rouba-monte” entre entidades independentes e instituições ligadas a bancos.

Entre janeiro e setembro deste ano, instituições que atuam no ramo atingiram R$ 12,6 bilhões em captações líquidas (depósitos menos resgates) provenientes unicamente de transferências do plano de previdência privada aberto – ou seja, de portabilidade.

Nesse jogo bilionário, impulsionado por um processo de migração isento de Imposto de Renda para o investidor, a liderança é da XP, seguida por Itaú e BTG. As três casas acumularam R$ 12,4 bilhões em depósitos líquidos obtidos com portabilidade — mais de 98% do total, o que mostra a força do trio em relação ao restante.

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Os dados fazem parte de estudo feito pela fintech Pluggy, com números compilados da Superintendência de Seguros Privados (Susep), antecipados ao InfoMoney.

Desde o começo do ano até setembro, apenas outras três instituições permaneceram com volume positivo de portabilidade: Sicoob, SulAmérica e Vinci.

Empresa Captação líquida com portabilidade entre janeiro e setembro de 2023 (em bilhões)
XP Vida e Previdência S.A. R$ 4,637
Itaú Vida e Previdência S/A R$ 4,157
BTG Pactual Vida e Previdência S.A. R$ 3,655
Sicoob Seguradora de Vida e Previdência S.A. R$ 0,036
Sul América Seguros de Pessoas e Previdência S.A. R$ 0,034
Vinci Vida e Previdência S.A. R$ 0,033
Total R$ 12,553

Fonte: Dados da Susep compilados pela Pluggy

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As demais instituições somaram mais resgates do que captações em termos de portabilidade – ou seja, perderam recursos. Os destaques foram Icatu e Brasilprev, que acumularam saídas líquidas de R$ 4,3 bilhões e 3,0 bilhões, respectivamente, entre janeiro e setembro deste ano.

Amancio Paladino, diretor de produtos da XP Vida e Previdência, afirma que a quantidade de agentes autônomos detida pela XP e a criação de ferramentas cada vez mais personalizadas para facilitar o monitoramento da previdência têm ajudado a entidade a registrar números elevados de portabilidade, em meio a um aumento da competição na indústria.

De acordo com Paladino, atualmente, 80% dos recursos que a casa possui sob gestão vieram de portabilidade. “A posição da XP atuando como marketplace, permitindo que outras seguradoras participem dessa captação como grupo, também ajuda nos números”, afirma o executivo.

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O crescimento de players menores também chama a atenção de Victor Braga, cofundador da Pluggy. O executivo destaca o caso da Vinci, que começou a receber portabilidade em maio deste ano e, até setembro, viu o volume de captação por essa via mais do que dobrar – de R$ 7,3 milhões, alcançaram R$ 15,1 milhões quatro meses depois.

Na avaliação de Braga, a Vinci é um dos exemplos de entidades que estão muito abertas a discutir a utilização da novas tecnologias, com foco em simplificar processos, como o Open Finance utilizado para portabilidade de previdência.

Pela Pluggy, por exemplo, entidades financeiras e empresas que oferecem planos de previdência podem compartilhar dados entre si, e o investidor pode comparar a rentabilidade e a taxa de administração de outros fundos com o plano que possui atualmente.

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Mas, o mais crucial é o processo decisório que antecipa a decisão de portabilidade – confira o que levar em conta na hora de decidir ou não pela migração de plano de aposentadoria.

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