Retorno com FIIs de “tijolo” pode chegar a 30% em 12 meses, projeta gestor da XP Asset

Na avaliação de Pedro Carraz, a queda dos juros é o gatilho para a valorização do ativo, mas movimento pode chegar antes

Wellington Carvalho

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O mercado de fundos imobiliários acompanha com atenção um possível corte da taxa básica de juros da economia, a Selic. A redução do indicador é apontada como o gatilho que falta para a valorização dos FIIs, especialmente os de “tijolo” – que investem diretamente em imóveis.

Para Pedro Carraz, gerente de Real Estate da XP Asset, fundos deste tipo têm hoje um grande potencial de valorização, que pode chegar a 30% no médio prazo.

“Se você acreditar na queda dos juros – independentemente de quando ela vai ocorrer – e comprar um fundo negociado por 70% do valor patrimonial, com certeza você terá um retorno de 20% a 30% nos próximos doze meses. Não tenho dúvida”, diz.

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Os fundos de “tijolo” foram os mais prejudicados pelas restrições impostas pela pandemia da Covid-19 nos últimos anos, especialmente os segmentos de shopping e escritório – que perderam receita com a redução na circulação de pessoas.

O ciclo de alta da Selic, que subiu de 2% no início de 2021 para os atuais 13,75% ao ano, também reduziu a atratividade dessa classe de ativo.

Quanto mais elevado a taxa, mais rentável se torna a renda fixa, que atrai investidores da renda variável – inclusive dos FIIs. O movimento colabora com a desvalorização das cotas dos fundos, especialmente os de “tijolo”.

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Diante do cenário de queda de receita somada a juros elevados, muitos fundos tiveram de reduzir dividendos, perderam atratividade e valor na Bolsa. Até hoje, a maior parte dos FIIs de “tijolo” ainda é negociada abaixo do valor patrimonial – considerado uma espécie de valor justo da carteira.

Mesmo com a valorização das cotas nas últimas semanas – cerca de 8% – alguns segmentos de FIIs seguem negociando descontos que chegam a quase 30%, de acordo com recente levantamento do Clube FII.

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Carraz lembra que o mercado de FIIs viveu um momento semelhante em 2019 e mostrou a vantagem de se posicionar nos ativos antes da queda dos juros.

“Em 2019, os investidores institucionais perceberam [o potencial de valorização dos FIIs diante da possibilidade de cortes de juros] e se anteciparam”, relembra. “[O pequeno investidor] não deveria deixar isso ocorrer novamente e chegar no final da festa”, recomenda.

Carraz falou sobre o tema durante o painel FIIs de Tijolo no XP Talks Fundos Listados, evento que reúne, nesta quarta-feira (31), representantes de importantes gestoras do mercado. Participaram também do debate Diego Siqueira, da TG Core, e Rodrigo Abbud, da VBI Real Estate.

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Wellington Carvalho

Repórter de fundos imobiliários do InfoMoney. Acompanha as principais informações que influenciam no desempenho dos FIIs e do índice Ifix.