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Texto de Tiago e Silva Couto, planejador financeiro pessoal com certificação CFP®(Certified Financial Planner), concedida pelo Instituto Brasileiro de Certificação de Profissionais Financeiros. Tiago é advogado e economista, sócio da Bahia Partners Agentes Autônomos de Investimentos.
Ao abordar o tema “reserva de segurança”, não quis entrar na mesmice que, acredito, todos saibam: você deve possuir uma aplicação financeira com baixo risco e alta liquidez que cubra 6 a 12 meses suas despesas cotidianas.
Isso é o ensinamento padrão. Você sabe disso e eu também, ou porque alguém já lhe falou, ou porque a vida financeira lhe ensinou. Quando você precisou da sua reserva de segurança e ela não estava lá, teve que buscar esse recurso emprestado, entrou no cheque especial, rotativo do cartão de crédito, atrasou a escola das crianças, etc. Até conseguir sair dessa tormenta, demorou muito tempo e, espera, hoje, nunca mais voltar a pagar juros.
Geralmente, quando a vida dá uma chacoalhada, algumas pessoas usam o carro como reserva – o vendem a qualquer preço para cobrir os gastos cotidianos. A grande questão da reserva de segurança é como formá-la, pois todos nós sabemos que o dinheiro nos dias de hoje é curto.
Seria injusto de minha parte falar aqui para um público que já a possui. Para esses leitores, esse tema já é passado – o que eles buscam hoje é rentabilizá-la da melhor forma. Com mínimo de R$ 10 mil, o investidor consegue um CDB a 103% CDI, com liquidez diária para rentabilizar a sua reserva de segurança.
Vamos analisar cada classe profissional e estudar o seu tipo de reserva. O empregado que é mandado embora, possui naturalmente uma reserva de segurança que é o FGTS e a sua multa, com os proporcionais de férias e 13º, mais o seguro desemprego. Para o empregado, portanto, o Governo já força a formação de poupança.
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O problema da reserva de segurança é mais nítido para os empresários e profissionais liberais ou autônomos. Aí que a situação complica, pois o empresário não tem um fixo e os profissionais liberais todo dia matam sua caça.
Meu objetivo aqui é ajudá-lo a criar a reserva para esses dois exemplos. Então, mãos a obra!
Primeiro passo para formar sua reserva de segurança é saber quanto que você ganha. Busque nos seus extratos bancários, e veja quanto que entrou na sua conta nos últimos 3 ou 6 meses. Pegue esse valor e divida pelo número de dias. Se você recebeu nos últimos 6 meses a quantia total de R$ 24.000,00 (R$ 4 mil por mês), sua receita diária é de R$ 133 /dia. Esse é o primeiro número para se observar. Cuidado com as receitas extraordinárias – pois essas não contam.
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Agora, pesquise nos seus extratos bancários e veja quanto que pagou no cartão de crédito no período. Gosto de começar pelo cartão de crédito, pois é onde temos a melhor margem para reduzir ou eliminar. Você não vai conseguir reduzir a escola das crianças ou o seguro de saúde, mas no cartão de crédito sim, você consegue. Guarde esse número.
Depois pesquise nos seus extratos e some as despesas essenciais para sua vida. Você sabe quais são melhor que ninguém, afinal, sempre se lembra de pagá-las e quando as atrasa, dorme a noite preocupado pensando em como fazê-lo. Some as também.
Vamos ao próximo passo. Veja quanto que você tem gasto diariamente com cartão de crédito e quanto que você tem gasto diariamente com as suas despesas vitais. Compare-as, analise-as. Lembre-se que tudo que podemos medir e analisar, podemos melhorar. Sei que as vezes não queremos ver a conta bancária, pois vamos ter um sentimento ruim, de estar no vermelho, mas se quiser sair do vermelho, vamos enfrentar esse problema. Caso se perca nos números, busque a ajuda de um planejador financeiro.
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Caso seja muito difícil fazer um esforço para poupar, e se você for um profissional liberal que depende de sua saúde para trabalhar, é recomendável ter um seguro de vida resgatável com coberturas opcionais. A grande vantagem desse tipo de seguro de vida é numa eventualidade, em que você sofra uma internação ou invalidez acidental e não possa trabalhar, os dias que ficar hospitalizado ou afastado, farão jus a uma diária para cobrir suas despesas. Certa vez tive o caso de uma dentista, que quebrou o braço. Ora, como ela não tinha reserva de segurança, o que a salvou durante esse período foi essa renda vinda do seguro.
Faça uma cotação e veja quanto que sairá para você esse tipo de cobertura. Apesar de ser um seguro, um dos pontos chaves é que ao final do período de contribuição você tem uma poupança resgatável.
O planejamento financeiro e a formação da sua reserva de segurança são feitos diariamente, sempre pensando em quanto que você gastou hoje, se está acima ou abaixo de quanto que você ganha na média diária e se conseguiu poupar alguma coisa. Pense no futuro, se imagine numa situação sem receita, apenas com as despesas. Será que você está preparado para esse cenário de stress? Esse exercício tem que ser feito, caso contrário, você está vivendo na beira do penhasco, podendo cair a qualquer momento nos caros empréstimos do Brasil.
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O texto reflete as opiniões do autor. O Infomoney não se responsabiliza pelas informações acima ou por prejuízos de qualquer natureza em decorrência do uso destas informações.
Gostou das explicações? Tem mais dúvidas sobre investimentos e planejamento financeiro? Mande um e-mail para o Tiago: tiago@bahiapartners.com.br