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As taxas dos títulos públicos brasileiros voltaram a recuar – mas muito próximo da estabilidade – em outubro, mês marcado pela volatilidade nos Treasuries (títulos do Tesouro americano) e pelo receio com o fiscal brasileiro. A expectativa de recuo dos juros no cenário local, no entanto, ajudou a equilibrar o otimismo e o pessimismo.
No início do mês, o rendimento do título de 10 anos do Tesouro Americano atingiu a máxima em 16 anos, causando forte impacto no mercado local de renda fixa. Já no fim de outubro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse que a meta de zerar o déficit do governo em 2024 dificilmente será alcançada, o que também estremeceu o mercado.
Em meio a esse cenário turbulento, o rendimento dos títulos do Tesouro Direto ficou, no geral, próximo a zero, com prefixados no azul e títulos de inflação no vermelho.
Entre os títulos disponíveis para compra, a maior rentabilidade foi entregue pelo Tesouro Selic 2026, que tem uma taxa prefixada muito pequena e, por isso, pouco interfere na rentabilidade do pós-fixado. Entre os prefixados, destaque para o retorno de 0,78% do papel com vencimento em 2033.
Nos títulos de inflação, o destaque negativo foi o Tesouro IPCA+ 2029, que entregou rentabilidade de -0,28% nos últimos 31 dias. Já o Tesouro IPCA+ 2045 teve retorno positivo de 0,33%.
Apesar de baixos, os números são melhores do que os registrados em setembro, quando as taxas de juros abriram com força e os títulos do Tesouro Direto entregaram rentabilidade de até -5,61%.
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Veja os rendimentos dos títulos negociados no Tesouro Direto em outubro e no acumulado do ano:
Titulo | Rentabilidade em outubro (%) | Rentabilidade no ano (%) | Rentabilidade em 12 meses (%) | Taxa de compra (%) | Taxa de venda (%) |
Tesouro Prefixado 2026 | 0,29 | 14,73 | 13,54 | 10,98 | 11,1 |
Tesouro Prefixado 2029 | 0,5 | 17,5 | 13,55 | 11,56 | 11,68 |
Tesouro Prefixado com Juros Semestrais 2033 | 0,78 | 15,79 | 13,17 | 11,77 | 11,89 |
Tesouro Selic 2026 | 0,99 | – | – | 0,03 | 0,04 |
Tesouro Selic 2029 | 0,89 | – | – | 0,17 | 0,18 |
Tesouro IPCA+ 2029 | -0,28 | – | – | 5,79 | 5,91 |
Tesouro IPCA+ 2035 | 0,07 | 11,61 | 11 | 5,77 | 5,89 |
Tesouro IPCA+ 2045 | 0,33 | 14,19 | 9,04 | 5,88 | 6 |
Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais 2032 | -0,26 | 10,76 | 10,79 | 5,77 | 5,89 |
Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais 2040 | -0,08 | 11,51 | 9,14 | 5,85 | 5,97 |
Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais 2045 | 0,04 | 11,85 | 10,31 | – | 5,98 |
Fonte: Tesouro Nacional
Se sua carteira de renda fixa está no vermelho por causa dos efeitos da marcação a mercado, a recomendação de especialistas é não se desesperar e segurar os papéis no portfólio, se possível. Os títulos públicos são considerados os mais investimentos seguros do Brasil. Com isso, o retorno negativo só é possível se o investidor vender os títulos antes do vencimento.
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Em entrevista ao InfoMoney, Ricardo Jorge, sócio da Quantzed, disse que “o investidor não precisa vender, a não ser que esteja precisando muito do dinheiro” e se isso ocorrer “é porque ele não dimensionou corretamente seu fluxo de caixa”.