Conteúdo editorial apoiado por

Renda fixa em dólar paga 4,9% na média em “tempos emocionantes para títulos”, diz Janus Handerson

Relatório anual sobre dívida das empresas mostra que um novo recorde foi atingido em 2022, de US$ 7,8 trilhões – superior ao pico de 2020

Monique Lima

Publicidade

O rendimento médio dos títulos corporativos com grau de investimento foi de 4,9% ao ano em maio, valor superior aos 4,1% de um ano atrás e de 1,7% em 2021, conforme os dados do relatório anual de dívida corporativa da gestora britânica Janus Henderson. Para os investidores adeptos da renda fixa, o relatório diz que o momento traz “oportunidades reais”.

“O rendimento de um título no momento da compra é um fator de rentabilidade importante, e os investidores agora podem obter níveis significativos de rendimento pela primeira vez em anos”, escrevem os gerentes de portfólio Michael Keough e James Briggs. “Tudo isso significa tempos emocionantes para os investidores (…) com a ‘renda’ de volta aos holofotes.”

Entretanto, os ganhos não são apenas com a remuneração, mas com os preços dos papéis também. Segundo o relatório, no início de maio, o valor de mercado dos títulos com grau de investimento (menos arriscados) era 9% inferior ao valor nominal (preço da emissão); as obrigações de alto rendimento (com avaliação de crédito mais baixo) tinham um valor 13% inferior ao valor nominal.

Participe do treinamento gratuito Manual dos Dividendos e descubra a estratégia simples e poderosa para viver de renda.

O nível mais elevado de juros nos Estados Unidos e em outros países ao redor do mundo resultou na queda do valor de mercado dos títulos corporativos em geral. Isso porque os cupons (retorno em juros oferecido sobre o valor do título) pagos nos papéis são prefixados e não acompanham os valores dos juros depois da emissão. Então, quando um banco central aumenta as taxas, o preço dos títulos cai para manter o equilíbrio em relação aos juros prefixados menores.

Leia também: 

Há dois anos, o valor de mercado dos títulos com grau de investimento e de alto rendimento eram superiores ao valor nominal em 9% e 3%, respetivamente.

Continua depois da publicidade

Para os gerentes Keough e Briggs, no momento que a inflação cair e a economia dos Estados Unidos desacelerar, o preço dos títulos irá subir junto com a queda dos juros, o que será uma oportunidade de ganho de capital com o valor dos papéis.

Esperamos que os bancos centrais iniciem um ciclo de redução das taxas em 2024 (…). Os investidores podem tirar proveito da oportunidade em títulos corporativos com grau de investimento, uma vez que proporcionam rendimento e diversificação, oportunidades que não apareceram nos últimos anos

Relatório da Janus Henderson

Custos graduais

Em 2022 e 2023, as empresas assumiram US$ 456 bilhões em novas dívidas, elevando os empréstimos em 6,2%, para um recorde de US$ 7,8 trilhões, conforme o relatório da Janus Henderson que acompanha 933 grandes companhias não financeiras listadas em Bolsa.

Entretanto, segundo a gestora britânica, o fato do financiamento das dívidas acontecer por meio de taxas prefixadas de juros está retardando o impacto de taxas mais altas nos custos das companhias. As empresas enfrentarão os juros mais altos apenas no vencimento ou quando forem refinanciar as dívidas – apenas um oitavo dos títulos são refinanciados a cada ano.

Continua depois da publicidade

Leia também: 

Neste último ciclo de 2022 e 2023, o valor nominal coletivo dos títulos de empresas com grau de investimento e de alto rendimento manteve-se praticamente estável em termos anuais, segundo o relatório: em US$ 10,6 trilhões, uma vez que o volume de emissões compensou as quedas de preços.

Embora a qualidade do crédito corporativo tenha se mantido bem até agora, é provável que caia daqui para frente, acrescentou o relatório. O declínio dependerá da força dos mercados de trabalho e do setor de serviços. Quando acontecer, os gerentes apontam que “uma economia em desaceleração ou mesmo em contração afetará a capacidade de crédito de alguns mutuários mais do que de outros, mas a extensão deste impacto não é a mesma.”

Continua depois da publicidade

Em condições piores, eles destacam empresas de alta qualidade, incluindo as que têm balanços sólidos, um fluxo de caixa livre estável e fundamentos resilientes.

“Em suma, a trajetória exata da economia global e dos lucros corporativos pode não ser clara, mas o fim do ciclo de elevação das taxas e o retorno dos rendimentos significam que os investidores em títulos corporativos têm campo para serem construtivos”, escrevem Keough e Briggs.

Leia também: 

Continua depois da publicidade