LCI, LCA e mais: os melhores títulos de renda fixa isentos de IR para ter na carteira em 2024

Atrelados ao IPCA ou CDI, ativos incentivados que incluem CRI, CRA e debêntures dominam as recomendações para os próximos meses

Leonardo Guimarães

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Investimentos em renda fixa têm dois elementos que costumam chamar atenção dos investidores: rentabilidade de 1% ao mês e isenção de Imposto de Renda. Embora o primeiro esteja cada vez mais distante com a Selic em queda, o segundo vem crescendo e ocupando uma fatia maior nas carteiras e recomendações de analistas. 

Para a carteira de investimentos em renda fixa de 2024, especialistas ouvidos pelo InfoMoney mostraram preferência por papéis isentos da cobrança de Imposto de Renda. Debêntures incentivadas, LCIs (Letras de Crédito Imobiliário), LCAs (Letras de Crédito do Agronegócio), CRIs (Certificados de Recebíveis Imobiliários) e CRAs (Certificados de Recebíveis do Agronegócio) estão entre as principais escolhas. 

Debêntures incentivadas 

Títulos de dívida emitidos por empresas de setores como saneamento, energia e saúde são uma grande aposta para este ano. Em 2023, algumas debêntures chegaram a entregar retorno de 1.025% do CDI. Ainda que a expectativa não seja de rentabilidade tão alta, especialistas defendem o investimento em debêntures incentivadas, isentas de Imposto de Renda. 

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Na XP Asset, a preferência é por ativos indexados ao IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), espelhando a escolha para títulos públicos. Fausto Filho, gestor de renda fixa da casa, explica que no IDA-IPCA, índice que replica o desempenho das debêntures de inflação, mostra prêmio revelante acima dos títulos públicos, em média. “Achamos superinteressante, porque esses ativos são isentos. Grosso modo, a depender do risco de crédito, você está carregando 1% acima das NTN-Bs, mais a isenção”, argumenta. 

Para o especialista, os papéis pós-fixados também são uma boa opção para 2024. “Aqui, é preciso um pouco mais de seletividade de setores e empresas”, pondera. “Mas vemos prêmios muito interessantes, próximo a CDI mais 2%”. 

Aline Rosa, economista e sócia da Matriz Capital, cita empresas de transmissão de energia elétrica e alimentação como resilientes e boas opções para o investimento em crédito privado. Para ela, porém, é melhor focar em papéis de companhias com classificação de crédito AAA. 

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LCIs e LCAs

Entre janeiro e novembro do ano passado, as LCIs foram destaque nos investimentos. O volume de aplicações no instrumento subiu 46,6%, para R$ 317,1 bilhões, segundo a Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais). 

LCIs e LCAs têm a preferência de Erick Scott Hood, head de produtos e portfólios do Inter, para 2024, por serem “ativos que entregam ao investidor retorno atrelado ao CDI com isenção de Imposto de Renda e protegido pelo FGC (Fundo Garantidor de Crédito”. 

Marina Renosto, head de alocação da Blackbird Investimentos, prefere os ativos bancários prefixados de vencimento médio. “Com a trajetória de corte de juros já iniciada e distante do fim, ainda vemos alguns bancos com taxas atrativas para o investidor que pretende travar sua rentabilidade agora e não ficar sujeito à variação da Selic”, argumenta a especialista. 

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CRIs e CRAs 

Ao contrário das LCIs e LCAs, esses ativos não são emitidos por bancos, mas por securitizadoras, que realizam a operação para empresas não financeiras de diversos setores. 

Para Rodrigo Azevedo, economista e sócio-fundador da GT Capital, esses ativos seguirão atrativos em 2024. “Temos visto desde o final do ano passado bons emissores vindo a mercado com taxas interessantes, em séries com indicadores diferentes, atendendo a todos os tipos de estratégia, seja em prefixados, CDI ou IPCA”, explica. 

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Para começar bem o ano

A XP divulga mensalmente uma lista de ativos recomendados na renda fixa. Em janeiro, a carteira de crédito privado tem CRAs, CRIs e debêntures incentivadas com taxas de até IPCA + 6,35%, com destaque para um CRA da Marfrig, indicado pelo processo de redução da alavancagem da companhia e resultados “robustos” no último ano. 

As empresas de energia dominam as recomendações de debêntures. Na ISA CTEEP, que paga 5,65% além do IPCA, a XP destaca a previsibilidade das receitas e geração robusta de caixa como pontos positivos. 

Já o Santander recomenda uma debênture da sucroenergética Jalles Machado, empresa com um “portfólio diversificado de produtos”, conforme relatório do banco. Além da robustez da empresa, os analistas ainda destacam a perspectiva favorável para o preço do açúcar como favor favorável ao investimento. 

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Confira os papéis recomendados para investimento em crédito privado em janeiro de 2024: 

AtivoEmissorRentabilidade anualVencimentoRecomendação
CRI 23K0019201Direcional106,60% do CDInov/28XP
CRA CRA022000XFMarfrigIPCA + 6,35%jan/32XP
Debênture ENGIA5EnergisaIPCA + 5,50%out/31XP
CRA CRA022007EPKlabinIPCA + 5,60%mai/34XP
Debênture TRPLB4ISA CTEEPIPCA + 5,65%out/38XP
CRA CRA02300SUZVamos11,00%nov/30XP
Debênture JALL14Jalles MachadoIPCA + 6,52%out/30Santander
Fonte: XP e Santander