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Os títulos públicos prefixados de curto prazo ganharam espaço nas carteiras recomendadas em junho. Os analistas querem fugir de um cenário “incerto” mais adiante e apostam em títulos menos sensíveis às taxas de juros.
Na carteira do Itaú BBA, o Tesouro Prefixado 2026 ganhou mais protagonismo e seu peso na composição passou de 10% para 35%. Na XP, a escolha foi o Tesouro Prefixado 2025, disponível somente no mercado secundário.
A intenção por trás das recomendações é fugir de turbulências e ter em mãos títulos menos voláteis. Isso porque os prefixados longos são mais sensíveis à curva de juros – quando a expectativa do mercado para a Selic muda, a rentabilidade desses títulos tende a ter variações mais drásticas.
Em relatório, a XP cita “cenário incerto para além de 2026” para justificar a escolha. “Optamos por títulos relativamente mais curtos, diante do cenário particularmente incerto para além de 2025 e 2026”, diz relatório assinado por Camilla Dolle, Mayara Rodrigues e Natalia Moura.
Já o Itaú diz esperar desaceleração na inflação, mas em ritmo lento daqui para frente. Para Lucas Queiroz, estrategista de renda fixa para pessoa física do banco, o IPCA acumulado nos últimos 12 meses – de 3,94% até maio – tem pouco espaço para apresentar melhoras no curto prazo. “Nossa expectativa é de inflação acima de 5% para este ano e de 4,5% para 2024”, diz
Além dos 35% de prefixado, a carteira do Itaú BBA ainda é formada pelo Tesouro Selic 2026 e pelo Tesouro IPCA+ 2035, ambos disponíveis para compra no Tesouro Direto.
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Confira a carteira recomendada de títulos públicos do Itaú BBA para junho:
Título | Peso |
Tesouro Selic 2026 | 50% |
Tesouro Prefixado 2026 | 35% |
Tesouro IPCA+ 2035 | 15% |
Tesouro IPCA+ 2035, a unanimidade
Nas recomendações de Itaú BBA, XP e Santander, o Tesouro IPCA+ 2035 é unanimidade. É, aliás, o único título público recomendado pelo Santander para investimento em junho.
“Se os ventos domésticos se provarem favoráveis para os ativos de risco (menor ruído pós-eleição, inflação convergindo à meta no médio prazo e promessas de responsabilidade fiscal em 2023-2024), podemos ver um menor prêmio de risco para os títulos públicos reais, favorecendo a marcação a mercado dos mesmos”, justifica relatório do Santander assinado por Ricardo Peretti e Alice Corrêa.
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Em tempos de incerteza, a característica defensiva dos títulos de inflação também é bem vista: “Caso a percepção de risco piore e o dólar volte a se valorizar, a proteção contra a inflação do título recomendado exercerá sua função”, completa o relatório do Santander.
A XP também destaca a proteção contra a inflação, “especialmente considerando a imprevisibilidade em relação à sua trajetória em prazos mais longos”.
Pós-fixado ainda é vantajoso
Assim como na carteira do Itaú, o pós-fixado atrelado à Selic aparece nas recomendações da XP. A indicação é usar o título para reserva de emergência. “Nosso cenário-base é de que a taxa Selic encerre 2023 em 12,0%. Ou seja, os ativos pós-fixados devem continuar a se beneficiar do nível alto da taxa básica de juros”, diz relatório.
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Ao contrário do observado no Itaú BBA, a carteira de renda fixa da XP não indica um peso para os ativos.
Confira a lista completa de títulos públicos recomendados pela XP em junho:
Título | Onde comprar |
Tesouro Selic 2026 | Tesouro Direto |
Tesouro Prefixado 2025 | Mercado secundário |
Tesouro IPCA+ 2035 | Tesouro Direto |