Receio com risco político é “exagerado” e fim da alta da Selic beneficiará multimercados, diz Maciel, da AZ Quest

Retorno de algumas carteiras se aproximou de 40% no primeiro semestre de 2022, mas resgates ainda superam aportes nos multimercados neste ano

Wellington Carvalho

Walter Maciel, CEO da AZ Quest
Walter Maciel, CEO da AZ Quest

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A flexibilidade de investir de várias formas em diversas classes de ativos dá aos fundos multimercados resiliência para enfrentar os desafios atuais da economia nacional e global. Por isso, nem mesmo possíveis incertezas com o período eleitoral deveriam alarmar os investidores. A afirmação é de Walter Maciel, CEO da AZ Quest, que vê certo exagero nas preocupações em torno do impacto que a disputa política pode ter nos investimentos.

Maciel participou nesta quinta-feira (4) do painel “Bons Ventos Para os Multimercados”, na Expert XP, em São Paulo (para acompanhar as palestras online ou presencialmente acesse aqui). Também participaram do debate Sylvio Castro, CIO da Grimper Capital, e Márcio Fontes, gestor da Asa Hedge.

Os três gestores falaram sobre a retomada dos multimercados, que tiveram resgates líquidos (deduzidos os aportes) de R$ 61 bilhões nos primeiros seis meses de 2022, de acordo com dados da Anbima. A migração do recurso foi motivada pela maior rentabilidade de ativos de menor risco na renda fixa, beneficiada pela elevação dos juros no País.

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Apesar do movimento, os fundos multimercados chegaram a render quase 40% no primeiro semestre de 2022, principalmente aqueles que apostaram na elevação dos juros nos Estados Unidos. No período, a taxa do CDI (certificado de depósito interbancário) ficou em 5,42%.

Na avaliação de Maciel, a proximidade do fim do aperto monetário no Brasil reforça a expectativa positiva para os multimercados, que têm como característica buscar oportunidades em diferentes ativos, lembra. O período eleitoral – que poderia inibir a tomada de decisão do investidor – não deveria ser um impeditivo, avalia o CEO da AZ Quest.

“Já vimos os dois [líderes nas pesquisas] em ação e é muito difícil não saber o que o vencedor vai fazer”, avalia. “O receio com o político está exagerado”.

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Sylvio Castro, CIO da Grimper Capital, concorda e sugere ao investidor de multimercado – eventualmente preocupado com o atual cenário político e econômico – não perder o foco no longo prazo.

Segundo ele, os fundos deste tipo costumam ter um desempenho melhor ao longo de anos, ignorando ruídos momentâneos. Para o gestor, há uma janela atualmente de oferta superando a demanda e derrubando os preços dos ativos.

“Talvez seja legal estar comprando, porque ninguém quer comprar nada hoje”, prevê. “Se isso for verdade, você vai olhar para trás e perceber que resgatou o dinheiro justo na hora que começou uma oportunidade interessante”.

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Márcio Fontes, da Asa Hedge, também reforçou a tese de que o investidor deve considerar manter ou reservar uma parte do portfólio para os multimercados. A opção, explica, permitiria montar posições nem sempre acessíveis para parte do público.

“Um multimercado permite, por exemplo, vender taxa de juros em outros países”, explica Fontes, ao se referir a posições mais sofisticadas a que o pequeno investidor pode não ter acesso ou conhecimento para realizar.

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Wellington Carvalho

Repórter de fundos imobiliários do InfoMoney. Acompanha as principais informações que influenciam no desempenho dos FIIs e do índice Ifix.