SÃO PAULO – Quais são hoje os fundos de investimento com os desempenhos mais consistentes do mercado, com base em critérios de risco e retorno? Em parceria com o Ibmec, o InfoMoney divulgou na noite de ontem, durante a Expert XP 2019, uma prévia do seu ranking de fundos, com dados atualizados até o primeiro semestre deste ano.
O ranking contempla um período de três anos e dá pesos diferentes para cada um deles, com uma ponderação de 50% para os últimos 12 meses e percentuais progressivamente menores a cada semestre, em ordem decrescente.
O ranking teve como base inicial 16 mil fundos de investimento e contou com a aplicação de filtros como a exclusão daqueles com menos de 50 cotistas e patrimônio médio inferior a R$ 50 milhões, no primeiro ano, e de R$ 100 milhões, nos dois anos seguintes, além de não considerar fundos exclusivos. Fundos fechados foram incluídos, dada a possibilidade de reaberturas e a necessidade de garantir que investidores tenham a mão informações sobre eles.
“Quem coloca dinheiro em um fundo de investimento não quer ficar tradando [girando na carteira], quer comodidade de investimento para o médio prazo, não necessariamente para o curto prazo”, afirmou George Sales, professor de pós-graduação de finanças do Ibmec, em apresentação do ranking.
Confira os resultados por categoria;
Fundos de Renda Fixa – Crédito Privado
Fundo | Pontuação |
BTG Pactual Crédito Corporativo I FIC FI RF CP | 77,7 pontos |
CA Indosuez Vitesse FI RF CP | 72,4 pontos |
JGP Corporate FIC FI RF CP LP | 72,2 pontos |
Fundos Multimercados
Fundo | Pontuação |
Itaú Equity Hedge FIC FIM | 65,1 pontos |
Távola Absoluto FIM | 62,2 pontos |
Kinea Atlas FIM | 61,5 pontos |
Fundos de Ações
Fundo | Pontuação |
Brasil Capital FIC FIA | 61,9 pontos |
Bogari Value FIC FIA | 54,5 pontos |
Atmos Ações FIC FIA | 52,6 pontos |
Quantitativo e qualitativo
Segundo Guilherme Anversa, sócio e gestor da XP Advisory, o ranking é importante para a análise quantitativa a ser feita pelo investidor, que deve ir além do desempenho recente e que exige uma análise de risco.
É fundamental ainda levar em consideração a análise qualitativa, que envolve as estruturas da gestora, de risco e de sociedade da instituição, com um entendimento do alinhamento do negócio no longo prazo.
Para Sales, a grande variedade de categorias de fundos no país hoje, conforme classificação da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), dificulta a vida do investidor, e é preciso ser praticamente um especialista para selecionar os melhores produtos. “O Brasil se tornou o país com mais classificação de fundos, então o ranking vem para ajudar”, observou.
E qual a melhor forma de incluir os fundos em sua carteira de investimentos?
Anversa, da XP, ressaltou que o percentual da exposição precisa ser levado em conta no portfólio, com uma calibragem adequada ao patrimônio investido. “Um tamanho de 5% a 10% [de representação de cada fundo na carteira] é algo mais adequado para se evitar uma exposição excessiva, especialmente em fundos multimercados e de ações”, afirmou.
Para fundos de crédito privado, a participação no portfólio pode chegar a 15% por fundos. “Com cinco ou seis fundos combinados, há um benefício de diversificação importante”, destacou Anversa.
E a tendência é que o brasileiro busque cada vez mais exposição à renda variável, com o cenário de juros baixos. Enquanto nos Estados Unidos as ações respondem por 30% dos portfólios, no Brasil, apenas o investidor mais agressivo alcança esse percentual, ressaltou o gestor.
Em relação ao tempo de permanência do investidor em cada fundo, a paciência foi ressaltada como fator preponderante. Na avaliação de Anversa, salvo se houver algum tipo de mudança relevante na gestora e no fundo, é possível “aguentar” pelo menos três anos de desempenhos abaixo do esperado. É fundamental, contudo, lembrar sempre de adequar o tamanho do fundo ao portfólio para evitar riscos mais elevados. A troca constante de investimentos é um dos erros mais comuns cometidos pelo investidor.
Ranking
O ranking InfoMoney-Ibmec foi criado neste ano e premiou os gestores dos melhores fundos de investimento do país durante o evento Melhores Fundos 2019, em São Paulo. Diferentemente de outros rankings que analisam o desempenho das carteiras no intervalo de um ano, o levantamento do InfoMoney avalia um período mais longo de tempo, de três anos, com o objetivo de premiar a consistência de retornos, não apenas o desempenho mais imediato.
O resultado final dos três anos até o fim de 2019 será divulgado no início de 2020.
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