Quanto você teria se tivesse comprado R$ 200 por mês em Bitcoin na última década?

Criptomoeda renovou máxima histórica após falas do presidente eleito dos EUA, Donald Trump, sobre plano para criar reserva de BTC

Lucas Gabriel Marins

(3D Animation Production Company/Pixabay)
(3D Animation Production Company/Pixabay)

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O Bitcoin (BTC) disparou novamente, atingindo, pela primeira vez na história, a marca de US$ 106 mil nesta segunda-feira (16), empurrado por declarações do presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre a criação de uma reserva estratégica da criptomoeda. Em reais, o ativo digital ultrapassou o patamar dos R$ 640 mil.

Se um investidor tivesse comprado R$ 200 por mês em Bitcoin na última década, teria investido um total de R$ 24 mil no período e acumulado um retorno final de cerca de R$ 3 milhões – uma valorização de 12.506%. Os dados foram coletados na calculadora DCA de Bitcoin do Mercado Cripto, portal agregador de informações de corretoras que operam com real. O valor não leva em consideração as taxas cobradas pelas exchanges ou impostos.

A técnica DCA, sigla em inglês para dollar-cost averaging (média de custo em dólar, na tradução para o português), consiste em fazer aportes regulares em determinado ativo ao longo do tempo. “É uma estratégia eficaz que diminui a exposição direta às flutuações de preço”, disse Ana de Mattos, analista técnica e trader parceira da Ripio.

Leia também: Bitcoin renova máxima, a US$ 106 mil, após Trump reafirmar plano para criar reserva

MercadoCripto

Trump e o Bitcoin

O Bitcoin subiu após Donald Trump confirmar, em entrevista recente à CNBC, que pretende criar uma reserva estratégica de cripto como parte de um esforço para posicionar os Estados Unidos como líder global do setor. “Vamos fazer algo grande com criptomoedas, porque não queremos que China ou qualquer outro país lidere esse mercado. Queremos estar na frente,” disse o político. Os EUA têm hoje cerca de 200 mil unidades de Bitcoin, avaliadas em mais de US$ 20 bilhões.

Trump mencionou, pela primeira vez, a possibilidade de criar um estoque nacional de BTC em julho, durante a Conferência Bitcoin 2024, realizada nos EUA. A proposta gerou críticas de autoridades, já que a reserva seria composta por criptos apreendidas pelo governo em operações. Promotores argumentaram que a medida violaria um princípio fundamental da lei de confisco do país, que exige a venda de bens apreendidos para reembolsar as vítimas de crimes.

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Leia mais: Autoridades criticam reserva de Bitcoin proposta por Trump

Governos de outras nações, como El Salvador e Butão, também têm explorado reservas de Bitcoin. Hoje, cerca de 2,2% da oferta total da moeda é mantida por governos, segundo dados da plataforma de dados CoinGecko. No Brasil, o deputado federal Eros Biondini (PL-MG) apresentou, no mês passado, um projeto de lei para criar uma reserva de BTC para o país. Professores de economia da USP e da UNB disseram que a sugestão é uma “maluquice” altamente arriscada.

Na manhã desta segunda, o Bitcoin recuou para o patamar dos US$ 104 mil, com alta de 2% nas últimas 24 horas. A criptomoeda caminha para fechar o ano com valorização de 145%. O S&P 500, para efeito de comparação, subiu 27% no mesmo período, enquanto o Ibovespa recuou 7%, segundo dados da plataforma TradingView.

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Riscos

As criptomoedas são ativos considerados de alto risco, principalmente por causa da alta volatilidade. Por isso, especialistas costumam sugerir que o investidor avalie com muito cuidado a indústria cripto e aloque em ativos digitais apenas recursos que não são essenciais para o dia a dia.