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Quanto rendem R$ 10 mil em small caps dos EUA e do Brasil – e qual opção é melhor?

De acordo com analistas, o possível corte de juros nos EUA pode beneficiar as empresas com baixa capitalização; no Brasil, caminho é oposto

Lucas Gabriel Marins

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O possível corte de juros nos Estados Unidos na próxima semana pode ser um impulsionador das small caps, segundo parte dos analistas de mercado. Essas pequenas empresas dependem mais de empréstimos e financiamentos externos do que as grandes companhias. Tesouradas nas taxas, portanto, tendem a reduzir esses custos e liberar espaço no caixa para investimento e melhora nas margens de lucro.

“Essas empresas também apresentam, via de regra, um grande potencial de crescimento (apesar da maior volatilidade) e, num cenário de juros mais baixos, há uma busca natural por investimentos de maior risco, o que pode estimular os investimentos nelas por parte dos investidores”, disse Bruno Rocio, CFP e assessor de investimentos da Raro Investimentos.

De acordo com o especialista, tanto as pequenas firmas dos EUA como as do Brasil – em um segundo momento – tendem a surfar na onda. Ele falou que o corte dos juros pode estimular a busca por investimentos de maior risco em países emergentes, com esse fluxo inicialmente direcionado para as grandes empresas e depois para as small caps locais.

ETFs

Independentemente da localização, essas empresas com baixo valor de mercado costumam ser arriscadas. Escolher papéis individuais, portanto, pode dar dor de cabeça e no bolso em caso de escolhas erradas. Por isso, boa parte dos analistas diz que uma forma de mitigar os riscos é investir via ETFs (fundos de índice), que são mais diversificados.

E esse movimento já pode se visto nos fluxos para fundos de índice de small caps. De acordo com dados da Morningstar, esses ETFs atraíram US$ 25,1 bilhões líquidos no ano até o dia 30 de agosto, quase o triplo dos US$ 9,4 bilhões investidos durante o mesmo período de 2023. Tanto nos EUA como no Brasil há algumas opções de produtos financeiros dentro desse segmento.

Na maior economia do mundo, um dos ETFs é o iShares Russell 2000 ETF (IWM), que segue o índice Russell 2000, composto por empresas de menor capitalização por lá. Já no Brasil, um dos fundos disponíveis é o iShares Small Cap Fundo de Índice (SMAL11), associado ao SMLL, indicador formado pelas empresas de menor capitalização da B3.

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Quanto rendem R$ 10 mil em cada um?

O IWM e o SMAL11 tiveram desempenhos diferentes nos últimos cinco anos e seis meses. O rendimento médio anual do fundo de índice de small caps americanas foi de 16,78% no período, enquanto do SMAL11 foi de 5,55%, segundo dados levantados pela Quantum Finance e por Rocio, da Raro Investimentos.

Desempenho dos ETFs

Ano/ETFiShares Russell 2000 ETF (IWM)iShares Small Cap Fundo de Índice (SMAL11)
201930,43%56,74%
202054,75%-0,84%
202122,99%-16,26%
2022-25,65%-14,81%
20238,40%17,28%
2024*9,73%-8,83%
Média16,78%5,55%
Fontes: Quantum Finance e Bruno Rocio
*De 2/01/2019 até 29/08/2024

Portanto, se algum investidor tivesse alocado R$ 10 mil no IWM no dia 2 de janeiro de 2019 e tirado no final de agosto, teria hoje um valor líquido de R$ 29.789,21, já descontados impostos, taxas de câmbio e imposto de renda de 15%. No caso do SMAL11, o mesmo montante teria gerado um valor líquido de R$ 11.577,40, já descontado o imposto de renda de 15%.

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Ou seja, mesmo considerando o custo envolvido na operação de câmbio, as small caps americanas deram um retorno muito maior ao investidor pela dimensão da valorização dos ativos.

Quanto rendem R$ 10 mil em small caps dos EUA e do Brasil:

ETFRendimento médio anual (2019 a 2024)*Quanto R$ 10 mil rendem?**
iShares Russell 2000 ETF (IWM)16,78%R$ 29.789,21
iShares Small Cap Fundo de Índice (SMAL11)5,55%R$ 11.577,40
Fontes: Quantum Finance e Bruno Rocio
*De 2/01/2019 até 29/08/2024
**Valores já consideram câmbio, taxas e imposto de renda.

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Qual escolher?

Segundo especialistas, a escolha depende do perfil de cada um. Matheus Falci, sócio da One Investimentos, disse recentemente para o InfoMoney que, diante de um cenário de redução na taxa de juros americana, estar exposto ao Russell 2000 é “uma excelente alternativa para diversificação de portfólio”. No caso do SMLL, manter alguma exposição “acaba sendo uma boa estratégia para investidores que buscam uma maior expectativa de retorno, dado os atuais níveis de preços do índice”.

Leia também: Bolsa vai ou racha? 7 previsões de especialistas para o Ibovespa até o fim do ano

Gestores brasileiros, no entanto, se dividem quanto às expectativas para a Bolsa brasileira no curto prazo, o que gera dúvidas quanto à capacidade de as small caps decolarem agora, ainda mais considerando a possível alta da Selic na próxima semana.

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Enquanto 44 casas enxergam, em média, o Ibovespa a 145 mil pontos ao fim de 2024, ante 134.400 pontos nesta terça-feira (10), algumas gestoras renomadas, como Verde e Kapitalo, disseram recentemente ter zerado posições em ações locais.