Publicidade
O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu nesta quarta-feira (20) pelo sexto corte consecutivo da taxa básica de juros em 0,50 ponto percentual. Com isso, a Selic cai de 11,25% para 10,75% ao ano, completando recuo de 3 pontos percentuais desde a máxima de 13,75%, que perdurou até o ano passado.
A medida, que dá sequência a um ciclo de afrouxamento iniciado em agosto de 2023, alivia a vida de quem precisa de empréstimo, ao passo que reduz mais uma vez o rendimento dos investimentos de renda fixa.
Com a nova Selic, como passa a render o dinheiro do poupador? Confira a resposta no gráfico abaixo, com cálculos elaborados pelo time de análise de renda fixa da XP:
Continua depois da publicidade
Poupança no fim da fila
Com a Selic a 10,75%, a poupança é o investimento de renda fixa com a pior rentabilidade. Hoje, um investimento inicial de R$ 10 mil se transformaria em um montante de R$ 10.639 um ano depois, e chegaria a R$ 11.980 em dois anos – em janeiro, o valor alcançaria R$ 12.042.
Vale lembrar que, desde 2012, sempre que a Selic supera 8,5% ao ano, a rentabilidade da caderneta é fixada em 0,5% ao mês – ou 6,17% ao ano – mais a variação da TR (Taxa Referencial). Quando a taxa básica cair para menos de 8,5%, o retorno da poupança voltará a ser de 70% da Selic mais TR.
Tesouro Selic
Uma aplicação de R$ 10 mil no Tesouro Selic 2029 – título público disponível para investimento no Tesouro Direto – chegaria a R$ 10.881 após um ano de aplicação, contra R$ 10.923 com a Selic de janeiro, já descontando taxas e impostos. Em dois anos, o montante alcançaria R$ 11.926 e, em três anos, a R$ 12.977 – há pouco tempo, ultrapassaria os R$ 13 mil.
Continua depois da publicidade
LCI e LCA
Alvos de restrições do governo em fevereiro, as letras de crédito imobiliário (LCI) e do agronegócio (LCA), que são isentas de Imposto de Renda, oferecem maior rentabilidade que a poupança e o Tesouro Selic, mas os prazos, que já eram mais esticados, estão ainda maiores – é preciso esperar até um ano para resgatar.
Com a nova Selic, um investimento de R$ 10 mil em LCIs ou LCAs que paguem 90% do CDI alcançaria R$ 10.962 após um ano, R$ 12.022 em dois anos e 13.102 em três.
CDB
Se os CDBs pareciam que perderiam apelo com a queda da Selic, voltaram a ganhar espaço com a restrição a LCI e LCA. Segundo cálculos da XP, é o ativo capaz de entregar a maior rentabilidade entre os ativos de renda fixa mais tradicionais, mesmo sem isenção de IR.
Continua depois da publicidade
Com a Selic em 10,75%, que influencia diretamente no rendimento do CDI, um CDB que pague 110% do CDI transformaria R$ 10 mil em R$ 10.962 após um ano, bem similar a outras aplicações. Mas a diferença começa a aparecer no decorrer do tempo: em três anos, o montante inicial alcançaria R$ 13.291 e, em cinco, R$ 16.199 – o maior retorno disparado entre os ativos comparados.
O que levar em conta antes de investir
Ativos de renda fixa como esses podem ser encontrados nas plataformas de investimento, mas é importante levar em conta fatores como liquidez – que não é diária para CDBs, LCIs e LCAs – e rentabilidade. Em geral, quanto maiores as maiores taxas, maiores são os riscos de crédito das instituições emissoras.
As aplicações em CDB, LCI, LCA e poupança são cobertas pelo Fundo Garantidor de Créditos (FGC), espécie de “seguro” que devolve ao investidor até R$ 250 mil em caso de problemas com o emissor, como uma intervenção do Banco Central. Os títulos públicos não contam com essa proteção, mas são considerados “livres de risco” porque são emitidos pelo governo federal.
You must be logged in to post a comment.