Quanto rende um CDB hoje? Taxas sobem em todos os indexadores e chegam a 15% ao ano

Com projeção de alta na Selic, bancos passaram a oferecer remuneração maior aos investidores em todos os tipos de CDBs

Leonardo Guimarães

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A remuneração dos Certificados de Depósitos Bancários sobe enquanto o mercado espera novos aumentos na Selic. Mesmo com a taxa básica de juros subindo, os pós-fixados ainda pagam percentual maior do CDI, que acompanha a Selic. 

Um levantamento feito pela Quantum Finance a pedido do InfoMoney mostrou que a taxa média dos CDBs pós-fixados de três anos chegou a 101,03% do CDI na quinzena entre 20 de setembro e 4 de outubro. No período anterior, a média era de 100,60% do CDI.

Nos papéis com vencimento em dois anos, a taxa média subiu de 99,79% para 100,21% do CDI. A remuneração máxima chegou a 120% do CDI. 

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Os títulos emitidos pelos bancos se tornam uma alternativa mais atrativa na renda fixa, enquanto os CRAs são vistos com desconfiança pelo mercado financeiro após problemas com títulos emitidos pela AgroGalaxy e perspectivas ruins para o agronegócio.

“Prefiro os CDBs”, diz Beto Saadia, diretor de investimentos da Nomos. “Mais CRAs terão problemas e podem puxar os CRIs junto, já que grande parte dos fundos que investem nesses títulos têm uma mistura das duas coisas e precisarão vender CRIs para dar conta dos resgates”.

Os CDBs atrelados ao CDI são os mais representativos em número de emissões: 170 dos 259 emitidos na última quinzena analisada têm remuneração atrelada à referência da renda fixa. 

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Retornos de CDBs indexados ao CDI de 20 de setembro a 4 de outubro
Prazo (meses)Taxa mínima (% CDI)Taxa média (% CDI)Taxa máxima (% CDI)Número de títulosEmissor da maior taxa
397,50%100,80%120,00%37Banco Master de Investimento
697,00%100,22%109,00%17Paraná Banco
1290,00%98,26%106,00%38Banco BMG
2498,00%100,21%120,00%45Banco Master de Investimento
3699,00%101,03%107,00%33Banco BMG
Fonte: Quantum Finance

Os CDBs indexados à inflação, que vêm ganhando força no mercado de títulos bancários, também passaram a pagar mais na última quinzena. O juro real médio dos papéis com dois anos de prazo subiu de 6,23% para 6,44%.

Os títulos com vencimento mais longo, em três anos, pagaram, em média, 6,43% além do IPCA, ante 6,05% quinze dias antes. 

Retornos de CDBs indexados à inflação de 20 de setembro a 4 de outubro
Prazo (meses)Taxa mínima (IPCA+)Taxa média (IPCA+)Taxa máxima (IPCA+)Número de títulosEmissor da maior taxa
246,00%6,44%6,90%33Haitong Brasil
366,15%6,43%6,75%13Haitong Brasil
Fonte: Quantum Finance

Nos prefixados, a única taxa média a cair foi a de papéis com vencimento em seis meses, que recuou de 12% para 11,10% ao ano. Em 12 meses, a remuneração média avançou de 11,33% para 11,75%. Nos vencimentos mais longos, a média passou de 12,15% para 13,77% ao ano. 

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Saadia admite que, mesmo em alta, as taxas ainda não são tão atrativas quanto as oferecidas nos certificados de recebíveis, mas avalia que a relação entre risco e retorno dos CDBs é favorável ao investidor.

“Recomendaria aceitar uma taxa menor em troca da proteção do FGC”, o fundo que cobre investimentos de até R$ 250 mil em CDBs caso a instituição financeira emissora não consiga pagar essa dívida. 

Retornos de CDBs prefixados de 20 de setembro a 4 de outubro
Prazo (meses)Taxa mínimaTaxa médiaTaxa máximaNúmero de títulosEmissor da maior taxa
611,00%11,10%11,35%8Banco ABC Brasil
1211,40%11,75%12,05%11Banco ABC Brasil
2411,65%12,01%12,50%19Haitong Brasil
3611,80%13,77%15,00%5Simpala Financeiro
Fonte: Quantum Finance