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Enquanto a expectativa do mercado financeiro para a inflação deste ano diminui, as taxas dos CDBs (Certificados de Depósito Bancário) acompanham o movimento e recuam. No último dia 11, o IBGE mostrou que a inflação oficial do Brasil caiu 0,08% em junho, confirmando a expectativa de deflação e pressionando o Banco Central na diminuição da taxa básica de juros.
Ao mesmo tempo, o IBC-Br, tido como uma prévia de desempenho do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, caiu 2% em maio, conforme divulgou o Banco Central na última segunda-feira (17).
Com isto, os CDBs emitidos na quinzena entre 4 e 17 de julho tiveram queda nas taxas.
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A dúvida que o mercado tinha entre queda na Selic em agosto ou setembro parece ter sido dirimida pelos últimos indicadores econômicos. Na B3, o contrato que precifica manutenção da Selic em 13,75% fechou a 6 na terça-feira (18), mostrando que o mercado coloca apenas 6% de probabilidade deste cenário acontecer em agosto.
Um levantamento feito pela Quantum Finance a pedido do InfoMoney analisou os CDBs emitidos entre 4 e 17 de julho e mostrou que o retorno dos prefixados segue caindo.
Na última leitura, entre 20 de junho e 3 de julho, os prefixados de 12 meses pagavam, em média, 12,41% ao ano. No último levantamento da Quantum, a taxa média para o período recuou para 11,92%.
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A taxa média de prefixados caiu em todos os prazos analisados no levantamento. As taxas mínimas e máximas também caíram em todos os recortes de vencimento, com exceção da maior taxa em títulos para 36 meses – que somaram apenas três emissões no período.
Para Marina Renosto, head de alocação da Blackbird Investimentos, “não existe expectativa de reversão dessa tendência [de queda nas taxas de prefixados]”. A especialista complementa: “enquanto o mercado esperar uma inflação mais controlada e próxima da meta e, consequentemente, uma Selic mais baixa, devemos ver esse movimento acontecendo”.
O número de emissões de CDBs prefixados subiu de 103 na quinzena anterior para 112 no levantamento mais recente.
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Retornos de CDBs prefixados (04 a 17/jul) | ||||||
Prazo (meses) | Indexador | Taxa mínima | Taxa média | Taxa máxima | Número de títulos | Emissor da maior taxa |
3 | PREFIXADO | 12,00% | 13,24% | 13,57% | 25 | Banco Daycoval |
6 | PREFIXADO | 12,30% | 12,89% | 13,39% | 46 | Banco Daycoval |
12 | PREFIXADO | 11,30% | 11,92% | 12,24% | 29 | Banco Daycoval |
24 | PREFIXADO | 9,90% | 10,55% | 11,01% | 9 | Banco Daycoval |
36 | PREFIXADO | 10,60% | 10,71% | 10,82% | 3 | Banco Daycoval |
Fonte: Quantum Finance. Obs: Os retornos são brutos, ou seja, não consideram o Imposto de Renda
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CDBs pós-fixados
Nos títulos bancários atrelados ao CDI, também houve queda nas taxas. Esses instrumentos pagavam até 120% do CDI até 3 de julho. Agora, o retorno máximo é de 117% do CDI.
Apenas a taxa média para os títulos de 6 meses avançou – de 100,14% do CDI para 100,45%. Em todos os outros recortes de prazo houve queda na taxa média, mínima e máxima.
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Destaque para a taxa média dos pós-fixados de 12 meses, que caiu de 102,60% do CDI para 100,58%.
Rodrigo Caetano, analista da Toro Investimentos, explica que, no longo prazo, houve abertura da curva de juros e, por isso, a remuneração dos pós-fixados caiu. “Os juros longos sofrem influência de mais variáveis, já que o espaço de tempo analisado é mais longo”, diz.
O número de emissões de CDBs pós-fixados caiu de 284 na leitura anterior para 243 na última quinzena analisada.
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Retornos de CDBs indexados ao CDI (04 a 17/07) | ||||||
Prazo (meses) | Indexador | Taxa mínima | Taxa média | Taxa máxima | Número de títulos | Emissor da maior taxa |
3 | %CDI | 91,00% | 100,62% | 105,50% | 32 | Banco Pan |
6 | %CDI | 97,50% | 100,45% | 105,00% | 44 | Banco Daycoval |
12 | %CDI | 90,00% | 100,58% | 113,00% | 70 | Paraná Banco |
24 | %CDI | 92,00% | 99,78% | 105,00% | 37 | Banco ABC Brasil |
36 | %CDI | 100,00% | 102,78% | 117,00% | 60 | Sinoserra Financeira |
Fonte: Quantum Finance. Obs: Os retornos são brutos, ou seja, não consideram o Imposto de Renda
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CDBs atrelados à inflação
As taxas dos títulos indexados ao IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) não escaparam da tendência de queda dos prefixados e atrelados ao CDI. A rentabilidade real média dos papéis de 12 meses caiu de 8,39% para 7,14%.
O movimento da última quinzena marca o fim das altas de CDBs de inflação explicadas pela queda na expectativa de inflação no curto prazo.
As taxas médias recuaram de 6,73% para 6,11% no prazo de 24 meses e de 6,54% para 6,07% nos papéis de 36 meses. O número de emissões de CDBs de inflação teve queda brusca ao passar de 118 para 45.
O levantamento da Quantum Finance também mostrou que a taxa máxima dos CDBs de inflação subiu de 7,20% para 6,45% para papéis com vencimento em 24 meses. O papel de maior taxa foi emitido pelo Banco Pan e paga 8% além da variação do IPCA.
Retornos de CDBs indexados à inflação (04 a 17/jul) | ||||||
Prazo (meses) | Indexador | Taxa mínima | Taxa média | Taxa máxima | Número de títulos | Emissor da maior taxa |
12 | IPCA | 6,60% | 7,14% | 8,00% | 4 | Banco Pan |
24 | IPCA | 5,00% | 6,11% | 6,65% | 25 | Haitong Banco de Investimento do Brasil |
36 | IPCA | 6,00% | 6,07% | 6,30% | 16 | Haitong Banco de Investimento do Brasil |
Fonte: Quantum Finance. Obs: Os retornos são brutos, ou seja, não consideram o Imposto de Renda