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Os fundos de infraestrutura têm se revelado uma classe de ativos atraente para quem busca retornos de longo prazo com isenção de Imposto de Renda. O assunto foi tema do último episódio do podcast Outliers, que recebeu Túlio Machado, sócio e responsável pela área de fundos de infraestrutura da XP Asset.
Machado chegou ao mercado financeiro pela via das fusões e aquisições e pelo universo de private equity, trabalhando junto a uma gestora americana. Ele conheceu o segmento infraestrutura em 2012, por meio de seu mandato no private equity.
Com mais de dez anos de experiência no segmento, o gestor destaca a pluralidade da temática de infraestrutura, que abrange diversos setores, como energia elétrica, transporte, telecomunicações, educação, saúde, entre outros.
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Machado conta que, na infraestrutura, é necessário avaliar os marcos regulatórios e a estabilidade de cada setor. Do ponto de vista dos riscos, sua visão é de que o setor elétrico é razoavelmente estável, em especial o nicho da transmissão, com receita e geração de caixa previsíveis.
O gestor elenca o risco de demanda como um ponto de atenção. No setor de transportes, por exemplo, rodovias, aeroportos e portos podem apresentar instabilidade de utilização, a depender do tamanho e do crescimento da região em que estão localizados.
“Se a economia da região cresce mais e tem mais movimentações de carga, melhor será para o segmento de transportes”, diz Machado.
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O gestor cita o período da pandemia como de alto risco para o setor de transportes, justamente pela queda de movimentação, especialmente nos aeroportos, o que afetou a previsibilidade de receita.
Em relação às alternativas de investimentos em infraestrutura, Machado explica as diferenças entre os FIP-IE e os FI-Infra, que possuem modelos e regulamentações distintas. Os FIP-IE são fundos de investimentos em participação de infraestrutura, tanto em dívida quanto em participações societárias (equity). As últimas são as mais comuns.
Já os FI-Infra são fundos incentivados de infraestrutura para renda fixa e crédito, modalidade que cresceu relevantemente nos últimos anos, quando os fundos de investimentos 555 (fundos de investimentos comuns de crédito) passaram a poder ser listados na Bolsa.
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Investimento isento
Como forma de incentivar os investidores a aplicarem recursos na infraestrutura, que demanda uma elevada alocação de capital, Machado conta que a isenção de Imposto de Renda traz uma grande atratividade para investimentos nesses fundos.
Disponíveis na Bolsa, o gestor conta que o investidor que realiza aplicações nos FIP-IE e FI-Infra conta com isenção de IR na distribuição de renda (dividendos e rendimentos) e no ganho de capital (obtido com a valorização das cotas na Bolsa).
O gestor ainda faz um paralelo com os fundos imobiliários, segmento relativamente mais maduro em relação ao de infraestrutura. Em termos de magnitude, no entanto, existem semelhanças consideráveis, como o foco em renda, segundo Machado.
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“Os FI-Infra estão para os FIIs de papéis, bem como os FIP-IE estão para os fundos de tijolo”, comparou.
Em relação às diferenças dos fundos de infraestrutura para os fundos imobiliários, Túlio conta que a isenção de IR para ganho de capital só existe nos fundos de infraestrutura. Além disso, a distribuição de dividendos, que costuma ocorrer mensalmente em FIIs, pode ter a mesma recorrência nos FI-Infra, mas não nos FIP-IE. Nesse caso, ela costuma ser trimestral, semestral e, em alguns casos, anual.
O Outliers é apresentado por Samuel Ponsoni, gestor de fundos da família Selection na XP, e Carol Oliveira, coordenadora de análise de fundos da XP.
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A entrevista completa e os episódios anteriores podem ser conferidos por Spotify, Deezer, Spreaker, Apple e demais agregadores de podcasts. Além disso, o podcast também está disponível no formato de vídeo no canal da XP no Youtube.
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