Quais países taxam mais os investidores de criptomoedas? E quais isentam totalmente?

Algumas nações chegam a aplicar alíquotas de 55% em cima de criptoativos, enquanto outras não cobram nada

Lucas Gabriel Marins

(Foto: HelloSafe)
(Foto: HelloSafe)

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As políticas tributárias sobre criptomoedas variam em todo o mundo. Enquanto alguns países como Dinamarca e Japão aplicam alíquotas que podem chegar a 55%, outros como El Salvador e Cingapura isentam completamente esses ativos de impostos.

Os dados sobre a taxação de ativos digitais em diferentes partes do planeta foram levantados pela HelloSafe, plataforma de comparação de produtos financeiros. O levantamento considerou as legislações em vigor até 1º de janeiro de 2025.

“Em um momento em que as criptomoedas estão se estabelecendo como uma alternativa essencial no cenário financeiro global, as políticas tributárias divergem drasticamente de país para país. De isenções diretas a tributação progressiva e proibições rigorosas, essas disparidades refletem tanto estratégias econômicas quanto questões de soberania”, diz o estudo.


Os 5 maiores taxadores

O Japão é país que mais taxa investidores de criptoativos. As alíquotas na nação asiática, segundo a pesquisa, começam em 15% e podem chegar a 55% para ganhos acima de 200.000 ienes japoneses (cerca de R$ 7.600).

A Dinamarca aparece em segundo lugar, com uma alíquota progressiva de 37% a 52,06%. A Alemanha vem em seguida, podendo cobrar até 50,5%. O país, no entanto, oferece isenção para ganhos inferiores a 1.000 euros (cerca de R$ 6 mil) ou para investidores que mantêm suas criptos por mais de um ano.

Lista dos 5 países que mais taxam investidores de criptomoedas:

PaísTaxação
JapãoDe 15 % e 55%
DinamarcaDe 37% a 52,06%
AlemanhaDe 0% e 50,5%
CanadáDe 15% a 50%
FinlândiaDe 30% a 44%
Fonte: HelloSafe

Países que menos tributam

Em algumas nações, por outro lado, a tributação é zerada, como em El Salvador. O país da América Central foi o primeiro país do mundo a transformar o Bitcoin (BTC) em moeda de curso legal, em 2021. Nesta semana, no entanto, o governo salvadorenho decidiu tirar o status da criptomoeda por causa de negociações com o Fundo Monetário Internacional (FMI).

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No Panamá também não há tributação, assim como em alguns países asiáticos. Na Suiça – retirada da lista de paraísos fiscais da Receita Federal do Brasil em 2014 – os investidores pessoa física também são isentos de imposto em cima de ativos digitais. Veja abaixo.

Lista dos países que isentam completamente os investidores:

PaísesTaxação
El Salvador0%
Brunei0%
Hong Kong0%
Cingapura0%
Malásia0%
Chipre0%
Suíça0%
Fonte: HelloSafe

E o Brasil?

No Brasil, investidores que negociam em exchanges locais só precisam pagar imposto sobre criptomoedas quando têm lucro em negociações que, no total, ultrapassem o limite de R$ 35 mil em um único mês, segundo as regras da Receita Federal. Há uma tabela progressiva que vai de 15% a 22,5%, conforme os ganhos.

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Já quando os criptoativos são negociados em corretoras internacionais, a regra é outra: aplica-se uma alíquota de 15% para todos os valores recebidos pela pessoa física, conforme as regras sobre tributação de investimentos no exteiror aprovados em 2023. Nesse caso, não há isenção até o limite de R$ 35 mil, como nas exchanges locais.

A taxação no Brasil é semelhante a cobrada por outros países da América do Sul, como Argentina e Bolívia. No entanto, nações como Chile e Peru cobram valores maiores. Veja abaixo.

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Taxas aplicadas por países da América do Sul:

PaísesTaxação
ChileDe 0% a 40%
PeruDe 5% a 30%
Brasil15%
Bolívia15%
Argentina15%
Colômbia10%
Fonte: HelloSafe