Ifix fecha sessão com ganhos de 0,37%; FII BLMG11 é destaque e sobe 7%

E mais: RBVA11 renova contratos com a Caixa, mas projeta queda na receita; BBFI11B prevê redução de dividendo; André Bacci se rende aos fundos de "tijolo"

Wellington Carvalho

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O Ifix – índice que reúne os fundos imobiliários mais negociados da Bolsa brasileira – fechou a sessão desta quinta-feira (1) com alta de 0,37%, aos 2.877 pontos. O FII Bluemacaw Logística (BLMG11) encabeçou a lista das maiores altas do dia, com elevação de 7,18%. Confira os demais destaques do primeiro pregão de dezembro ao longo do Central de FIIs.

Ainda nesta quinta-feira, A B3 divulgou a primeira prévia do novo Ifix, que vai vigorar entre janeiro e abril de 2023. As mudanças iniciais elevam de 108 para 110 o número de fundos que compõem a carteira teórica, prevendo a entrada de sete novos FIIs.

Entre as novidades anunciadas nesta primeira versão, estão três fundos de “papel” – que investem em títulos de renda fixa ligados ao setor imobiliário –, dois de logística, um híbrido e um de lajes corporativas. Confira a lista:

Ticker Fundo Segmento
IBCR11 CRI Integral Brei Títulos e valores mobiliários
BTCI11 BTG Pactual Crédito Imobiliário Títulos e valores mobiliários
LGCP11 LOGCP Inter Logística
RBHG11 Rio Bravo Crédito Imobiliário Títulos e valores mobiliários
RELG11 REC Logística Logística
TEPP11 Tellus Properties Lajes corporativas
WHGR11 WHG Real Estate Híbrido

Fonte: B3

O BTG Pactual Crédito Imobiliário (BTCI11) é o resultado da recente fusão entre BTG Pactual Crédito Imobiliário (BTCR11) e BTG Pactual Fundo de CRI (FEXC11), que deixaram de ser negociados e, consequentemente, também não farão mais parte do Ifix. O BTCI11 inclusive já consta na carteira atual do Ifix em substituição aos dois fundos extintos e, agora, foi confirmado pela Bolsa na versão do índice.

Pela primeira prévia divulgada pela B3, outros três fundos deixariam a carteira teórica: o híbrido Industrial do Brasil (FIIB11), o SP Downtown (SPTW11), fundo de escritório criado em 2013 e o Vinci Instrumentos Financeiros (VIFI11).

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A B3 divulga regularmente três prévias das novas composições dos índices: a primeira, no primeiro pregão do último mês de vigência da carteira em vigor; a segunda prévia, no pregão seguinte ao dia 15 do último mês de vigência da carteira em vigor; e a terceira, no penúltimo pregão de vigência da carteira em vigor.

Ainda de acordo com a primeira prévia do Ifix, o maior peso do índice segue com o Kinea Índices Preços (KNIP11). Na sequência, aparecem Kinea Rendimentos Imobiliários (KNCR11), CSHG Logística (HGLG11), Iridium Recebíveis (IRDM11) e Kinea Renda Imobiliária (KNRI11).

Ifix hoje

O Ifix abriu a primeira sessão do último mês de 2022 no campo positivo. Às 11h40, o índice registrava alta de 0,26%, aos 2.874 pontos. Confira os principais destaques do dia:

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Maiores altas desta quinta-feira (1):

Ticker Nome Setor Variação (%)
BLMG11 Bluemacaw Logística Logística 7,18
BRCO11 Bresco Logística Logística 3,57
SPTW11 SP Downtown Lajes Corporativas 3,55
RZAK11 Riza Akin Títulos e Val. Mob. 3,44
MCHF11 Mauá Capital Hedge Fund Títulos e Val. Mob. 3,4

Maiores baixas desta quinta-feira (1):

Ticker Nome Setor Variação (%)
CARE11 Brazilian Graveyard and Death Care Cemitérios -6,52
XPPR11 XP Properties Lajes Corporativas -6,19
HABT11 Habtat II Títulos e Val. Mob. -2,55
MGFF11 Mogno Títulos e Val. Mob. -1,87
PLCR11 Plural Recebíveis Imobiliários Híbrido -1,63

Fonte: B3

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RBVA11 renova contratos com a Caixa, mas projeta receita menor; BBFI11B prevê redução de até R$ 7,35 em dividendo

RBVA11 renova contratos de locação com a Caixa, mas projeta redução da receita do fundo

O FII Rio Bravo Renda Varejo (RBVA11) concluiu a renovação, por mais 10 anos, dos contratos de locação de todos os imóveis locados para a Caixa Econômica Federal. Os vínculos venceriam ainda este ano.

Dos 13 contratos renovados, dois tiveram os valores reduzidos de acordo com os preços atuais de mercado, aponta fato relevante. Os outros 11 espaços, por enquanto, terão seus valores de locação inalterados.

A manutenção dos preços, explica o comunicado, se deve ao fato de a Caixa – ex-proprietária dos espaços – não ter apresentação toda a documentação prevista na venda das agências para o fundo em 2012.

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“A Caixa seguirá sendo responsável pelo processo de obtenção de toda documentação necessária, mantendo-se, assim, as condições acordadas quando da compra dos imóveis”, detalha o fundo.

Segundo a carteira, haverá um prazo adicional de 3 anos para apresentação dos documentos necessários e regularização da pendência, ou seja, até 28 de novembro de 2025. Durante o período, os valores de locação permanecem inalterados, confirma a carteira.

Caso os imóveis sejam regularizados dentro do prazo de 3 anos, o valor de locação será atualizado de acordo com laudo de avaliação, a ser elaborado futuramente. Por outro lado, se a situação não for regularizada no mesmo período, a opção de venda será acionada e os imóveis serão devolvidos para a Caixa pelo preço de aquisição.

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Apesar da redução dos valores de locação das duas agências e da pendência relacionada aos demais imóveis, os gestores do fundo comemoraram a renovação dos contratos com a Caixa.

“A renovação garante a ocupação de 100% dos imóveis a vencer e traz um fluxo de vencimentos confortável com mais 10 anos de locação”, aponta o comunicado do RBVA11 ao mercado.

De acordo com cálculos do fundo, a renovação do vínculo reduz a receita mensal da carteira em R$ 0,005 por cota a partir de janeiro de 2023.

Banco do Brasil atrasa pagamento de aluguel e BBFI11B prevê redução de até R$ 7,35 em dividendo

O FII BB Progressivo comunicou não ter recebido o pagamento do aluguel devido pelo Banco do Brasil (BBAS3) em novembro, de acordo com fato relevante divulgado nesta quarta-feira (30)

A instituição financeira ocupa o imóvel Centro Administrativo (CARJ), no Rio de Janeiro (RJ) e já havia atrasado o pagamento em meses anteriores, conforme sinaliza outros comunicados da carteira. Todos, porém, foram regularizados dias depois.

De acordo com o fundo, a pendência atual reduzirá a próxima distribuição de dividendos em aproximadamente R$ 7,35 por cota.

Com patrimônio líquido de R$ 370 milhões, o BBFI11B tem hoje 8.656 cotistas. Além do CARJ, o BB Progressivo conta com mais um imóvel, o SEDE I, em Brasília. No final de julho, a taxa de vacância do portfólio estava em 39,11%.

[ativo=GGCR11]: prazo para participar de oferta de R$ 115 mi termina hoje

Termina nesta quinta-feira (1) o prazo para os cotistas do GGR Covepi Renda (GGRC11) exercerem o direito de preferência e participarem da oferta de novas cotas que o fundo imobiliário está realizando. A intenção é levantar R$ 115 milhões para o FII com a emissão de pouco mais de 1 milhão de papéis.

Do segmento de logística, o GGRC11 foca seus investimentos em imóveis comerciais destinados à locação atípica (built to suit, retrofit ou sale & leaseback). Suas cotas são negociadas hoje na Bolsa a R$ 117,74. O preço dos papéis na oferta é de R$ 114,20, mais R$ 0,30 referentes ao custo da distribuição, segundo informado em fato relevante.

Os atuais cotistas podem exercer o direito de preferência na proporção 12,98% das cotas que possuíam no dia 9 de novembro, acionando seus agentes de custódia. Caso façam o processo por meio do escriturador, que é a Vórtx Distribuidora, há um dia adicional de prazo, até sexta-feira (2).

Uma parte dos recursos captados pelo GGCR11 será utilizada no pagamento da quarta e última parcela da aquisição de um imóvel localizado em Uberlândia (MG), atualmente locado para a Lojas Americanas. Outra parte será destinada à amortização antecipada de CCIs (Certificados de Crédito Imobiliário) emitidos pela Opea Securitizadora.

Giro Imobiliário: Papa dos FIIs, investidor André Bacci se rende aos fundos de “tijolo”: “Virei a casaca”

A história de André Bacci, que deixou de trabalhar aos 33 anos em razão do seu talento como investidor, costuma ser inspiração para os investidores que ficam de olho no mercado em busca da independência financeira.

Ele, que optou pelos fundos imobiliários e é autor do livro Introdução aos Fundos de Investimento Imobiliário, foi o convidado da edição desta terça-feira (29) do programa Liga de FIIs, do InfoMoney, que teve apresentação de Maria Fernanda Violatti, analista da XP, e Thiago Otuki, economista do Clube FII.

Sempre que Bacci é entrevistado no programa, as perguntas não param de pipocar. Afinal, não é todo dia que se pode ouvir e fazer perguntas a um professor de informática que ganhava um salário mínimo e hoje consegue o sustento nos investimentos que escolheu e administrou.

Ainda mais neste momento, tão delicado para os FIIs e outros ativos. O Ifix caiu mais de 4% em novembro. A queda é consequência da maior preocupação com o risco fiscal devido à PEC da Transição, depreciação dos ativos brasileiros (câmbio, juros e ações) e abertura da curva de juros longos.

Dentre os FIIs, as categorias mais afetadas são os FIIs de recebíveis e do setor de logística. Mas pelo menos um destes está entre os preferidos de Bacci para investimento. Ele aposta atualmente em escritórios que estão em regiões de baixa vacância, logística, além de hotéis. Atualmente, 80% do patrimônio dele está alocado no segmento.

Para quem aprecia os conselhos de Bacci, aqui vai um: segundo ele, o investidor tem que ler, com muito cuidado, os relatórios escritos pelos gestores. “Os ganhos são limitados ao número de relatórios que a pessoa acompanha. Se não lê nenhum, não consegue diversificar. Não se pode ser um analfabeto e ter resultados de analfabeto”.

Wellington Carvalho

Repórter de fundos imobiliários do InfoMoney. Acompanha as principais informações que influenciam no desempenho dos FIIs e do índice Ifix.