“Não compensa”, diz especialista sobre previdência privada; veja opções

A previdência privada muitas vezes cobra taxas muito altas que acabam com sua rentabilidade

Leonardo Pires Uller

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SÃO PAULO – Para a maioria dos brasileiros, investir para a aposentadoria é sinônimo de guardar dinheiro na previdência privada. A decisão de poupar e investir para garantir uma aposentadoria mais segura, por si só, já é extremamente positiva, porém podem existir alternativas mais interessantes para quem quer garantir uma reserva para a longevidade, afirma Annalisa Blando dal Zotto, planejadora financeira e sócia da assessoria de investimentos Parmais.

A previdência privada costuma ser um produto muito caro para o investidor, uma vez que na maioria deles há a incidência de taxa de carregamento de entrada e saída, o que faz com que parte o dinheiro aplicado pelo investidor nem chegue a ser investido de fato, aponta a especialista.

“Além disso, especialmente em grandes bancos, as taxas de administração acabam sendo muito altas, muito maiores do que em outros produtos financeiros ou em seguradoras independentes, o que não faz sentido, uma vez que planos de previdência têm políticas de investimento engessadas e conservadoras, que não exigem tanto do gestor para justificar a cobrança”, afirma Annalisa.

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Além disso, a tributação para planos VGBL não é algo que compensa. No pior cenário, para quem pensa em fazer um resgate único de todo dinheiro aplicado a alíquota cobrada de IR será de 27,5% sobre a rentabilidade para quem está na tabela progressiva de tributação. Já no melhor cenário, com a tabela regressiva de tributação, o IR derá de 10%, mas o prazo médio dos aportes preciosará ser superior a dez anos, algo que raramente acontecerá. “Outros produtos de renda fixa têm uma cobrança de imposto de renda muito menor e mais vantajosa, chegando a 15% em apenas dois anos”, aponta a planejadora.

Outras opções
Assim, existem outras opções de investimento que podem ser mais interessantes para quem pensa no longo prazo da aposentadoria. Uma das apontadas por Annalisa é o Tesouro IPCA+, título disponibilizado pelo programa Tesouro Direto do governo federal, que paga uma rentabilidade definida previamente mais o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) do ano. São as antigas NTN-B.

Atualmente, esses títulos pagam rentabilidade real de mais de 6% ao ano. Além disso, a especialista ressalta as taxas mais baixas cobradas na compra deles e sua segurança como outros pontos positivos do investimento. “A ideia é comprar e carregar esse título até seu vencimento, assim você não fica sujeito a oscilações de mercado, o que pode acontecer caso venda seu título antes de sua data final”, alerta Annalisa.

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Para quem tiver uma boa quantia de dinheiro, a sócia da Parmais destaca as LCI (Letras de Crédito Imobiliário) e as LCA (Letras de Crédito do Agronegócio) como boas escolhas também. A principal qualidade delas é sua isenção de imposto de renda e sua garantia pelo FGC (Fundo Garantidor de Crédito) para investimentos de até R$ 250 mil.

Fundos de pensão ainda podem ser uma alternativa interessante para as pessoas que têm essa alternativa. “Existem fundos de pensão em que para cada real investido pelo funcionário a empresa investe a mesma quantidade, assim, a rentabilidade para quem está aplicando é elevadíssima e faz com que essa seja uma opção que faz todo sentido”, destaca Annalisa.

A especialista ainda afirma que o investimento no INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) também é uma boa alternativa para compor renda vitalícia, especialmente para profissionais liberais e pequenos empresários.

No entanto, a parte mais essencial na hora de buscar um investimento é pesquisar bem. “Uma boa ideia é ir atrás de bancos de investimentos, corretoras de valores e seguradoras independentes e sair do varejo dos grandes bancos na hora de buscar os melhores investimentos”, aconselha a planejadora financeira.