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SÃO PAULO – Fugir dos modismos e pensar sempre no potencial de retorno no longo prazo. Essas são duas vertentes do estilo de investimento da gestora Oceana – e segui-las significa, muitas vezes, ir contra o mercado, como aconteceu recentemente, ao não investir pesadamente em ações de empresas de tecnologia.
“Basicamente tudo que funcionou nos últimos 18 meses é modismo e existe uma pressão muito grande para se fazer igual”. Ainda sobre o jeito de operar da casa: “Quando existe muita euforia, é justamente o momento em que a gente fecha os fundos para evitar crescimento acelerado. O nosso objetivo é gerar retorno para os nossos clientes no longo prazo”, destacou Leonardo Messer, sócio-fundador e gestor da Oceana Investimentos, no 26º episódio do podcast Outliers, que é apresentado por Samuel Ponsoni, analista de fundos da XP.
Antes de fundar a gestora em 2008, Messer trabalhou no Banco Pactual, na icônica gestora Investidor Profissional (hoje IP Capital) e na Meta Asset Management.
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Com cerca de 25 colaboradores e mais de R$ 8,5 bilhões sob gestão, a Oceana tem foco 100% em fundos de renda variável desde sua fundação e segue a filosofia de value investing para selecionar empresas, com os gestores sempre pensando primeiramente no que pode dar errado antes do quanto se tem pra ganhar.
“Buscamos investir em ativos que obviamente tenham uma posição competitiva sólida e com boa gestão, mas que ofereça retorno adequado num cenário pessimista. Então, estamos menos interessados nos cenários otimistas e mais em saber o que acontece se as coisas não forem tão bem”, afirmou Messer.
Entre as principais posições dos fundos, estão ações de empresas como BR Distribuidora, Carrefour, Natura e Vale.
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“São empresas de muita qualidade, com uma posição competitiva boa, um potencial de melhoria muito bom e um nível de preço atrativo. Por exemplo, o Carrefour é líder no setor do varejo de alimentos no Brasil, e estava negociando barato”, diz.
O portfólio também conta com ações de empresas que se encaixam no conceito de growth at a reasonable price (GARP). São papéis que não parecem baratos, explica Messer, mas, se for projetado o crescimento dos próximos três anos, existe “uma vantagem lá na frente”. Esse é o exemplo da Localiza”, afirma.
Os três principais fundos da casa são o Oceana Valor e Oceana Selection (ambos de estratégia “long only”, que ficam majoritariamente comprados em ações) e o Oceana Long Biased (que, além da carteira comprada em ações, pode montar posições vendidas e fazer operações “long short”). Atualmente a principal estratégia da casa, o Oceana Long Biased, entregou retornos de 15,0% ao ano desde seu início em dez/2012, contra 5,8% a.a. do Ibovespa e 8,9% a.a. do CDI.
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Fugindo do “se”
Messer observa que muitos investidores olham mais para o crescimento de receita do que para o potencial de rentabilidade de uma empresa no futuro – especialmente no setor de tecnologia, em que muitas vezes existe uma aposta no “se” algo acontecer.
“O que vai fazer uma tecnologia emergente ou disruptiva se tornar rentável? Ela atingir uma posição competitiva relevante em cinco ou dez anos. Mas isso é um ‘se’ importante”, analisou. “Não é só olhar crescimento, é olhar quando a empresa vai se tornar rentável”, concluiu.
“Pode ser que tecnologias inovadoras façam com que alguns ativos subam mais do que os que a gente tem, óbvio. Hoje falamos no Facebook. A empresa comprou o Instagram, mas, se não tivesse comprado o Instagram, a gente não veria o Facebook como algo em declínio? As tecnologias mudam muito. É sempre um ‘se’”, observou.
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A entrevista completa de Messer ao Outliers, que contou com as participações de Guilherme Anversa (seleção de fundos do Private da XP), Thiago Salomão (criador e apresentador do Stock Pickers) e Rafael Furlanetti (sócio e diretor institucional da XP), pode ser conferida pelo Spotify, Deezer, Spreaker, Apple e demais agregadores de podcast.
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