“Prêmio de risco do Brasil está excessivo”: Bolsa e crédito são escolhas de fundos 

A Bolsa brasileira tem sido avaliada como "bastante descontada" frente aos números positivos apresentados pelas empresas, o que também coloca o crédito privado como uma alternativa atrativa

Monique Lima

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O prêmio de risco dos ativos brasileiros está excessivo, enquanto o retorno esperado e o posicionamento técnico desses produtos financeiros compensam os temores dos investidores, avaliam os gestores do fundo k10, da Kapitalo, em carta a investidores.

A gestora aumentou sua exposição à Bolsa brasileira por meio de opções e reduziu sua posição em ações negociadas na Nasdaq, nos Estados Unidos. Além disso, montou posição que se beneficia da queda de juros brasileiros de curto prazo.

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“Qualquer mudança positiva ou sinal de compromisso com os termos originais do arcabouço fiscal deveria melhorar significativamente a percepção de risco por parte dos investidores”, diz a carta. 

Para os gestores do fundo, os questionamentos sobre o compromisso do governo com o arcabouço fiscal, a leve piora das contas externas e a percepção de que o próximo presidente do Banco Central será leniente com a inflação foram os impulsionadores desse prêmio de risco excessivo.  

Com visão mais negativa, a Legacy Capital vê continuidade na tendência de piora dos ativos brasileiros, “dada a baixa propensão do governo em produzir novidades positivas e relevantes no plano fiscal”.  

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Os gestores afirmam que as ações listadas em Bolsa estão “bastante descontadas” e permanecem comprados, “tendo em vista os múltiplos muito comprimidos”. Bolsa e crédito são as escolhas da casa, devido ao que eles classificam como melhor preço e menor risco frente aos juros e ao câmbio.

“Temos optado por assumir uma postura liquidamente neutra, operando o valor relativo entre as classes de ativos”, afirmam em carta, na qual destacam a escolha de empresas saudáveis, com boas perspectivas de crescimento de lucro à frente.  

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Dólar

Outra aposta da Kapitalo é no dólar. A casa zerou posições do fundo k10 compradas em real. Para a casa, a perspectiva internacional é favorável para os ativos de risco, visto o início do corte de juros em mercados europeus importantes, “implementando ajustes das condições monetárias para maximizar a probabilidade de pousou suave dos juros”. A gestora espera apenas um corte de juros nos EUA, ainda este ano.  

Na Legacy, os gestores partilham dessa opinião e sinalizam que seguem comprados em ações estrangeiras, “ainda que o desempenho tenha sido aquém do esperado nestes últimos meses”. A casa também está posicionada para se beneficiar da queda dos juros americanos.  

Em junho, o K10 da Kapitalo registrou retorno de 1,58%, contra 0,79% do CDI. Em 12 meses, os ganhos chegam a 9,76%, contra 11,69% da taxa de referência da classe. Já o Legacy Capital B caiu 0,29 no mês e ganhou 3,55% em 12 meses.