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A expectativa de elevação de juros nos Estados Unidos já em março, além de incertezas sobre reajustes de servidores federais e sobre a criação de uma PEC dos combustíveis, ajudaram a pressionar para cima as taxas dos títulos públicos negociados no Tesouro Direto em janeiro.
Como consequência disso, os preços dos papéis recuaram até 11,35% no primeiro mês do ano, como é o caso do Tesouro IPCA + 2045. Em dezembro, a maior queda tinha sido de 2,09%. Os dados são da B3.
A elevação das taxas e a queda nos preços ocorre por causa da chamada marcação a mercado. O motivo é que a taxa de juros oferecida por um título de renda fixa tem uma relação inversa com o seu valor de negociação no mercado. Quando as taxas aumentam, como foi o caso do último mês, seu preço tende a cair. Mas o contrário também é verdadeiro.
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No mês passado, o impacto foi maior entre os títulos atrelados à inflação que costumam ter prazos mais alongados e as rentabilidades são mais influenciadas negativamente por causa do aumento do risco.
No primeiro dia do ano, por exemplo, o Tesouro IPCA+ 2045 oferecia um retorno real de 5,24% ao ano, contra 5,65% no último pregão de janeiro. No acumulado dos últimos 12 meses, o preço do papel chega a cair até 27,75%.
Outro caso chama a atenção: o papel atrelado à inflação com vencimento em 2055 e cupom semestral oferecia uma remuneração real de 5,39% ao ano no dia 3 de janeiro. O título, contudo, finalizou o dia 31 entregando uma taxa real de 5,67% ao ano. Com isso, no mês passado, o preço desse papel recuou 4,76%.
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O cenário mais delicado no País e no mundo ajudaram a impulsionar os juros oferecidos pelo Tesouro IPCA+ 2055 a um recorde: em 21 de janeiro, sua remuneração era de 5,74% ao ano. Esse título passou a ser negociado em fevereiro de 2020.
Já entre os papéis prefixados, o destaque está no recuo do preço oferecido pelo Tesouro Prefixado 2031, que caiu 3,50% em janeiro, contra alta de 4,74% no mês anterior. Em 3 de janeiro, esse título oferecia juros de 10,79%, abaixo dos 11,46% ao ano registrados na sessão de ontem (31).
Movimento igual ocorreu com o Tesouro Prefixado 2026, que oferecia retorno de 10,63% no primeiro dia útil deste ano e encerrou janeiro com uma remuneração de 11,35% ao ano. Com isso, no mês passado, o preço do título contraiu 2,27%.
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Vale lembrar, contudo, que as perdas apontadas só acontecem se o investidor decidir vender os papéis antecipadamente. Se carregá-los até o vencimento, a remuneração vai respeitar as taxas e as condições contratadas no momento de aquisição dos títulos.
Confira a seguir como se comportaram os títulos públicos disponíveis para novos investimentos em janeiro e no acumulado dos últimos 12 meses:
Título | Vencimento | Taxa de compra | Taxa de venda | Rentabilidade em janeiro | Rentabilidade em 12 meses |
Tesouro Prefixado | 2024 | 11,66% | 11,78% | -1,10% | Não há |
Tesouro Prefixado | 2026 | 11,35% | 11,47% | -2,27% | -8,05% |
Tesouro Prefixado | 2031 | 11,46% | 11,58% | -3,50% | -11,27% |
Tesouro IPCA + juros semestrais | 2030 | 5,54% | 5,66% | -2,56% | -1,72% |
Tesouro IPCA + juros semestrais | 2040 | 5,66% | 5,78% | -4,24% | -6,57% |
Tesouro IPCA + juros semestrais | 2055 | 5,67% | 5,79% | -4,76% | -10,46% |
Tesouro IPCA+ | 2026 | 5,33% | 5,45% | -0,67% | 1,18% |
Tesouro IPCA+ | 2035 | 5,65% | 5,77% | -6,18% | -12,01% |
Tesouro IPCA+ | 2045 | 5,65% | 5,77% | -11,35% | -27,75% |
Fonte: B3
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