Preço do Bitcoin hoje é ditado por “baleias”, que aceleram ritmo de compra de olho neste preço-chave

Análise da criptomoeda mostra movimentações de grandes investidores e revela possíveis zonas de interesse; veja para onde preço pode ir

Paulo Barros

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O Bitcoin (BTC) perdeu força na semana passada a passou a ser negociado abaixo dos US$ 30 mil após o Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) anunciar novo incremento na taxa de juros referencial da economia americana. No entanto, o movimento pode não ser exatamente negativo como parece à primeira vista.

Nos bastidores, na verdade, grandes investidores estão apostando ainda mais no ativo digital, acelerando o ritmo de compras em uma faixa de preço considerada atrativa visando o próximo ciclo de alta, aguardado para o ano que vem, quando acontece o halving. E, para compradores desse calibre, quanto mais barato o BTC estiver, melhor.

A conclusão é de um levantamento realizado por Ricardo Pegnoratto, analista de criptoativos da casa de análise Top Gain, a pedido do InfoMoney, a partir de dados visíveis na blockchain do Bitcoin.

Blockchain é um banco de dados inviolável e aberto, que permite consulta pública de movimentações entre carteiras de criptomoedas —  não é possível saber quem está por trás das “contas”, mas é possível ver seu saldo e quanto e quando movimentam valores.

“Segundo os dados on-chain (na blockchain) mais recentes, o mercado passou nas últimas duas semanas por uma redistribuição entre grandes carteiras de ‘baleias'”, explica Pegnoratto.

O analista aponta que a faixa de preço na qual o Bitcoin vem sendo negociado há mais de um mês — entre US$ 29.800 e US$ 31.000 — é, na verdade, uma “região de consolidação e de contínua acumulação”.

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Enquanto o BTC esteve praticamente andando de lado nesse intervalo, diz, baleias acumularam mais de US$ 5 bilhões na criptomoeda.

O comportamento, no entanto, varia conforme o tamanho do bolso do comprador.

O nado das “baleias”

Segundo o analista, dados do Bitcoin mostram movimentos de compra distintos entre variados tamanhos de investidor. São eles:

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Próximos passos

Apesar da agitação dos acumuladores de Bitcoin na faixa de preço atual, o analista da Top Gain aposta que as maiores baleias podem ter interesse em ver o preço do Bitcoin mais baixo para melhorar seu preço médio, atualmente de US$ 30.500.

“Nesse caso, o preço poderia testar novamente os US$ 28.000, mas encontraria grandes dificuldades para perdê-lo tendo em vista a VWAP (média de preço ponderada pelo volume) mensal de junho fechada justamente nesse preço”, ressalta Pegnoratto.

O ponto de suporte (região de alta demanda por compra) coincide com o traçado pelo analista gráfico da corretora Bitget, Fernando Pereira, há duas semanas.

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Baleias podem forçar Bitcoin a cair para perto de US$ 28.000 no curto prazo (Reprodução/Ricardo Pegnoratto/Top Gain)

Caso não recua, o analista da Top Gain espera que o Bitcoin volte a trabalhar no patamar entre US$ 29.800 e US$ 31.000, “entrando novamente na região em que se consolidou por mais de 33 dias, e se prepare para uma sequência de alta”.

Cenário alternativo prevê Bitcoin negociando por mais tempo perto dos US$ 30.000 (Reprodução/Ricardo Pegnoratto/Top Gain)

Um terceiro cenário, destaca, é uma aceleração imediata, com o BTC buscando no curto prazo alvos perto da zona entre US$ 36.000 e US$ 38.000.

Disparada no curto prazo não está descartada — se ocorrer, BTC pode ir a US$ 38.000 (Reprodução/Ricardo Pegnoratto/Top Gain)

Por volta das 15h desta quinta-feira (3), o Bitcoin era negociado a US$ 29.232, próximo da estabilidade nas últimas 24 horas. Em 30 dias, a criptomoeda acumula queda de pouco mais de 5%. Já no ano, os ganhos superam os 75%.

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Paulo Barros

Jornalista pela Universidade da Amazônia, com especialização em Comunicação Digital pela ECA-USP. Tem trabalhos publicados em veículos brasileiros, como CNN Brasil, e internacionais, como CoinDesk. No InfoMoney, é editor com foco em investimentos e criptomoedas