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A Binance e a Coinbase foram processadas pela Comissão de Valores Mobiliários dos EUA (a SEC), que também apontou que 12 criptomoedas, incluindo nomes famosos como BNB e Cardano (ADA), são títulos não registrados — ainda assim, o Bitcoin (BTC) pouco se mexeu.
Apesar de ter recuado 5% na segunda-feira (5), quando a SEC ingressou com ação contra a Binance, a criptomoeda retomou movimento de alta e praticamente zerou as perdas nos dias seguintes.
Por que os investidores de cripto parecem ter ignorado o episódio? Para João Zecchin, cofundador da Fuse Capital, a situação não causa surpresa.
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“Nossa leitura é que isso já estava precificado, todo mundo já estava esperando um aperto de regulação mais para o final do ano”, contou o executivo ao Cripto+, programa semanal do InfoMoney sobre o universo dos ativos digitais (assista à íntegra no vídeo acima).
Em um processo ingressado na Justiça americana nesta semana, a SEC acusou a Binance e seu fundador, Changpeng ‘CZ’ Zhao, de manipular fundos de clientes, enganar investidores e reguladores e violar regras de valores mobiliários. A agência também tenta congelar os ativos da Binance.US e proteger os fundos dos clientes, inclusive por meio da repatriação de investimentos de usuários mantidos no exterior.
O órgão americano ainda processou a Coinbase pela oferta irregular de tokens considerados títulos não registrados, em acusação também imposta à Binance (confira a lista de ativos na mira do regulador).
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De lado, mas com potencial
Na avaliação de Zecchin, o mercado deve se manter lateralizado até que a a batalha entre regulador e empresas do setor cheguem a um desfecho nos EUA, algo que não deverá acontecer em 2023.
Por outro lado, o executivo aposta alto no futuro da tecnologia como um todo por sua capacidade de inovação veloz alimentada por uma cultura que acelera a criação de soluções financeiras ao passo — e, por isso, anda muito à frente dos reguladores.
Especializado em negócios no setor cripto e Web 3.0, a Fuse Capital é uma das investidoras da gestora Hashdex, assim como da Credix, uma empresa cofundada por um brasileiro na Bélgica que tem objetivo de desintermediar o financiamento de negócios no Brasil, e que vem participando das discussões em torno do real digital.
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“A gente investe muito em blockchain e na tecnologia dos rails (trilhos), no que essa infraestrutura descentralizada permite fazer e que não permitia
antes. Esses rails vão mudar a forma como o mundo funciona e como opera e transaciona”, explica. “É um mundo open source (de código aberto) que é super interessante para inovação, porque é muito mais rápida em um mundo ainda é pouco regulado.
Oportunidade para o Brasil
Outro fator que compõe a análise do cofundador da Fuse é uma possível consequência da crise instalada nos EUA é a fuga de investidores do país por conta da incerteza regulatória, inevitavelmente empurrando empreendedores para novos mercados, como o Brasil.
“São mais de 200 milhões de pessoas que são super pró inovação, o Brasil tem a base de adoção de cripto bem alta desde o início. Os empreendedores de fora olham para isso e combinam com um regulador pró-business, um banco central que está buscando usar os rails de cripto cada vez mais para inovar no sistema monetário, você tem um mercado perfeito para lançar qualquer produto”, avalia.
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