Polícia de SP pede prisão de donos da Braiscompany, acusada de fraude de R$ 1 bi

Antonio Inacio da Silva Neto e Fabricia já haviam sido condenados a 150 anos de cadeia pela Justiça Federal da Paraíba

Lucas Gabriel Marins

Reprodução/Braiscompany
Reprodução/Braiscompany

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Os fundadores da Braiscompany, presos no mês passado na Argentina pela Polícia Federal e a Interpol, ainda não foram extraditados para o Brasil. Mas, quando chegarem ao país, Antonio Inacio da Silva Neto e Fabricia enfrentarão problemas com várias autoridades. Nesta semana, foi a vez de a Polícia Civil de São Paulo pedir a prisão preventiva dos empresários.

A dupla é acusada de aplicar golpe de R$ 1 bilhão por meio da Braiscompany, que seria um esquema de pirâmide com criptomoedas, e de outras duas pessoas envolvidas no esquema. Eles foram acusados de falsidade ideológica, crime contra a economia popular e lavagem de dinheiro.

De acordo com o relatório final da investigação, obtido pelo InfoMoney, a 6ª Delegacia de Polícia de Investigações Sobre Facções Criminosas e Lavagem de Dinheiro pediu a prisão do grupo para garantir a ordem pública, formalizar os interrogatórios dos agentes criminosos ainda não localizados e assegurar a aplicação da lei penal.

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Os integrantes “utilizaram as redes sociais para demonstrar que a empresa Braiscompany, seus sócios e funcionários seriam habilitados e capazes de administrar uma carteira rentável de criptomoedas, oferecendo uma rentabilidade mensal de 8% ou superior, quando na verdade se tratava de uma pirâmide financeira”, escreveu a Polícia Civil.

Dos quatro membros do esquema com mandatos de prisão aberta no estado de São Paulo, três já foram condenados pela Justiça Federal da Paraíba. Como há uma ação tramitando no estado do Nordeste, o caso foi remetido para lá.

Uma nova integrante do esquema foi citada pela Polícia de SP. Karla Roberta Pedreira Alves atuava como home broker e teria sido usada como uma “laranja” ao emprestar seu nome para a transferência de uma Ferrari avaliada em R$ 1,7 milhão.

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Em nota, a defesa do casal disse que a Polícia Civil de São Paulo concluiu as investigações “relativas a fatos análogos aos que já estão sob investigação perante a Justiça Federal da Paraíba”. Contudo, disse, a Justiça Paulista não avaliou o pedido de prisão, transferindo a competência para a esfera federal. Os advogados de Karla não foram localizados.

Entenda o caso

A Braiscompany foi fundada em Campina Grande (PB), no ano de 2018, pelo casal Neto e Fabricia. Eles captavam dinheiro das pessoas, sem autorização dos órgãos reguladores, com a promessa de pagar juros de 10% ao mês em cima do valor, algo atípico no mercado de renda variável. No final de 2022, o esquema deixou de pagar os investidores.

Os dois criminosos fugiram do Brasil e só foram encontrados no mês passado, em um condomínio chamado Haras Santa María, em Escobar, na Argentina. Eles ainda não foram extraditados para o Brasil. Em fevereiro, a Justiça Federal da Paraíba condenou o casal a 150 anos de prisão.

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A Braiscompany não foi o primeiro golpe praticado pelos dois. Neto e Fabricia eram líderes da D9 Club de Empreendedores, um conhecido esquema fraudulento que usava criptoativos como fachada para lesar vítimas. O cabeça da D9, conhecido como Danilo Dubaiano, fugiu para Dubai, virou cantor e vive uma vida de luxo.

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