Plamev Pet, de saúde animal, abre capital na BEE4 via tokenização com investimento a partir de R$ 2 mil

Plataforma é focada em empresas ainda sem musculatura para IPO na B3, mas com maior potencial de crescimento; veja como funciona

Paulo Barros

Pedro Svacina, CEO da Plamev Pet, e Patrícia Stille, CEO da BEE4 (Divulgação/BEE4)
Pedro Svacina, CEO da Plamev Pet, e Patrícia Stille, CEO da BEE4 (Divulgação/BEE4)

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A Plamev Pet, empresa focada em plano de saúde para cães e gatos, está abrindo o capital por meio de tokenização na BEE4, primeiro mercado de negociação de ações tokenizadas regulado pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

A oferta começou na terça-feira (2) na Beegin, plataforma de investimentos conectada à BEE4, onde investidores podem fazer aportes de, no mínimo, R$2.055. Na sequência, as ações passam a ser negociáveis em um mercado secundário na BEE4. A Plamev Pet espera captar R$ 6,4 milhões com o IPO (sigla em inglês para oferta pública inicial) — em um dia, praticamente a metade do valor já foi levantado.

Trata-se da terceira listagem da BEE4, que começou a oferecer ações em formato de tokens em setembro do ano passado. Assim como na B3, ela traz book de ofertas aberto, pregão de negociação e leilão. Apesar disso, o sistema não é uma bolsa, mas sim um balcão organizado rodando em blockchain – no caso, a rede Quorum, baseada em Ethereum (ETH) —, em que as empresas podem tokenizar ofertas públicas.

Ao contrário dos tokens de renda fixa, que vêm passando por um imbróglio regulatório nas últimas semanas, a operação da BEE4 tem o aval da CVM.

“No desenvolvimento desse novo mercado, nosso desafio é atrair empresas high growth, em setores que sejam atrativos e descorrelacionados com as ações já disponíveis no mercado local para investimento. A companhia vem crescendo fortemente nos últimos anos, numa média de 104%, e o setor pet está cada vez mais popular no Brasil.”, afirma Patrícia Stille, CEO da BEE4.

Crescimento

Criada em 2013, a Plamev Pet atua para tornar a saúde pet acessível, estimulando exames e cuidados preventivos para prolongar a expectativa de vida dos animais de estimação. Segundo a companhia, 80% das mortes de pets ocorrem por doenças que poderiam ser evitadas ou tratadas quando descobertas a tempo.

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O mercado pet brasileiro é o sexto maior do mundo, de acordo com a Abinpet (Associação Brasileira da Indústria de Produtos para Animais de Estimação). O faturamento nacional do setor chegou a R$42 bilhões em 2022. Desse total, 20% (R$ 8,4 bilhões) é representado por cuidados com os animais de estimação.

“A abertura de Capital é uma forma de permitir que mais pessoas possam investir e atuar junto com a gente nesta jornada de bem-estar animal”, aponta Pedro Svacina, CEO da Plamev Pet. “Estamos dobrando de tamanho ano após ano, e vamos sair de R$ 19 milhões para R$ 80 milhões em 2024”.

A Plamev Pet já conta como acionistas o fundo FIR Capital, Health Invest, Duxx Invest, CTC Participações e VS1 Capital.

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Ações tokenizadas

A BEE4 e opera com uma licença especial concedida pela CVM no âmbito do sandbox regulatório (ambiente de testes) da autarquia.

A plataforma funciona como a B3, mas é focada em empresas emergentes, colocando para negociação ações tokenizadas de empresas que ainda não têm musculatura para buscar abertura de capital da maneira convencional.

Antes da Plamev Pet, a BEE4 listou a Mais Mu, especializada em snacks saudáveis, e a Engravida, uma rede de clínicas de reprodução assistida.

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Para uma empresa ser listada na BEE4, ela precisa primeiro realizar uma oferta na Beegin. Após o encerramento da oferta, quando o valor alvo estabelecido for atingido, as ações investidas são escrituradas, tokenizadas e disponibilizadas para negociação dos investidores no mercado organizado administrado pela BEE4.

As ações das empresas listadas na BEE4 são negociadas em pregões semanais, realizados às quartas-feiras das 12h às 20h, como meio de concentrar operações (e liquidez). A experiência é parecida com as operações em bolsas tradicionais, com combinação de ordens e cotações em tela.

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Paulo Barros

Jornalista pela Universidade da Amazônia, com especialização em Comunicação Digital pela ECA-USP. Tem trabalhos publicados em veículos brasileiros, como CNN Brasil, e internacionais, como CoinDesk. No InfoMoney, é editor com foco em investimentos e criptomoedas