Petróleo, saúde e agronegócio: o combo da Equitas para aproveitar a “atratividade secular” da Bolsa

Felipe Amaral, sócio e fundador da Equitas, que tem R$ 1,7 bilhão sob gestão, foi o convidado do episódio 79 do podcast Outliers

Clara Sodré

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Em linha com os desafios dos últimos anos e com a precificação das ações brasileiras nesse momento, Felipe Amaral, sócio-fundador da gestora Equitas, focada em renda variável, acredita que atualmente há “uma probabilidade altíssima de a Bolsa estar em um ponto de atratividade secular”. De olho nas eleições, Amaral conta que é a primeira vez em sua história como gestor que não enxerga um cenário eleitoral binário.

“Mas não dá pra esquecer que isso aqui é Brasil, não é Estados Unidos. Dá para estragar bem”, diz.

Amaral foi o convidado do último episódio do podcast Outliers, apresentado por Samuel Ponsoni, gestor de fundos da família Selection na XP, e Carol Oliveira, coordenadora de análise de fundos da XP.

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Para o gestor, o Brasil está em uma fase muito mais amadurecida em termos de instituições, com uma série de reformas que são difíceis de reverter. E acrescenta que no “day after” da eleição, pode até não haver grandes surpresas com os candidatos, mas a condução econômica vai ditar o futuro do País.

Para se aproveitar deste cenário, Amaral ressalta algumas ações de seus fundos, como Petrobras (PETR4), Mater Dei (MATD3), Três Trentos (TTEN3), Auren Energia (AURE3), Soma (SOMA3), Orizon (ORVR3), PetroRio (PRIO3). A respeito dos setores, ele conta que atualmente as maiores exposições estão petróleo e gás, saúde e agronegócio.

Com um histórico de 16 anos de gestão, e com estratégias premiadas diversas vezes pela performance acima do Ibovespa, a Equitas viu o “jogo virar” nos últimos três anos. A começar pelo choque da pandemia; depois, com a alta vertiginosa da taxa de juros; e agora, com as incertezas a nível mundial. Como resultado, a cota do fundo tem apresentado uma performance abaixo do Ibovespa nos últimos 36 meses. “Dizem que experiência é o que você ganha, quando não ganha o que você quer”, afirma.

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Amaral, conta que começou 2020 com muitos “atacantes” na carteira, citando a exposição agressiva em empresas de crescimento no período. Isso porque após montar uma carteira mais defensiva, “perdeu” o primeiro movimento de volta do mercado no final de 2020.

O gestor conta que historicamente o portfólio da Equitas é descorrelacionado com o Ibovespa e a busca por empresas locais, com boas perspectivas de crescimento, provocou um choque relevante dado o cenário macroeconômico atual.

A entrada em IPOs, segundo o Amaral, foi um dos detratores de rentabilidade no período. O gestor conta que as investidas foram com objetivo de diversificação e sempre com tamanhos menores no portfólio (que posteriormente poderiam crescer), mas ainda assim essa estratégia trouxe resultados negativos por um “risco em comum”.

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“O que era uma visão nossa de diversificação de risco, acabou se tornando um risco em comum”, explicou.

Para Amaral, a precificação das empresas novas na Bolsa sofreu um grande impacto negativo por dois fatores: de um lado, pela característica de crescimento, que as leva a ter projeções de lucro reduzidas quando os juros aumentam; de outro, pelo perfil dos investidores na última safra de IPOs.

“São setores bem diferentes, com características diferentes, mas que vieram em uma janela específica de IPO”, comenta. Nela, muitos investidores e fundos locais participaram e foram responsáveis pelo alto fluxo de saída das empresas – resultado do alto volume de resgate visto no mercado recentemente.

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A entrevista completa e os episódios anteriores podem ser conferidos por SpotifyDeezerSpreakerApple e demais agregadores de podcasts. Além disso, o podcast também está disponível no formato de vídeo no canal da XP no Youtube.

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