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A confirmação da saída de Jean Paul Prates da presidência da Petrobras (PETR3; PETR4) caiu como uma bomba para investidores e fez as ações da petroleira despencarem mais de 7% no pior momento da manhã desta quarta-feira (15).
O nome indicado para o cargo foi o de Magda Chambriard, ex-diretora da Associação Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).
“Essa troca não traz surpresas. A novidade foi o timing. O ponto critico já havia passado, que foi naquele evento de dividendos. O CEO foi mais pressionado naquele momento em específico. Achávamos que ele podia não sobreviver, mas essa interferência política era um evento muito provável”, diz Luiz Fernando Araújo, sócio e gestor da Finacap.
Atualmente, as ações da Petrobras representam apenas uma pequena posição na carteira, em torno de 3%, que foi reduzida quando os papéis ultrapassaram o valor de R$ 40. A casa carrega os papéis no portfólio desde 2008.
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Ao ser questionado sobre o que deve fazer com a alocação, o profissional afirma que não tem pretensão de realizar nenhuma mudança, por enquanto, e que está aberto a comprar ou vender os papéis, a depender de como ficar o preço.
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O executivo avalia que a troca pode não ter “consequência nenhuma para a gestão” da empresa, mas não nega que seja uma “pimenta” para a empresa. Araújo citou que houve inúmeras mudanças também ao longo do Governo de Jair Bolsonaro (PL) na petroleira e que foi mantida a linha de gestão.
Por volta das 13h40 (horário de Brasília) desta quarta-feira, os papéis preferenciais da empresa recuavam 6,14%, a R$ 38,36, já as ações ordinárias registravam queda de 7,26%, cotados a R$ 39,81.
“O mercado está realmente pressionado. A questão da Petrobras impacta muito o gestor, de uma forma geral, porque a empresa tem um grande peso no Ibovespa”, acrescentou o executivo.
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Mas há quem tenha visto a troca na gestão como um risco de maior ingerência do Executivo na companhia. Em relatório, analistas do Goldman Sachs disseram que o mercado via Prates como um “bom conciliador entre as demandas do Governo e investidores” e que “o anúncio pode reacender preocupações com a intervenção política na companhia”.
Já o Santander escreveu que a mudança “aumenta as incertezas no case de Petrobras, principalmente sobre a alocação de capital”.
Como fator mitigante de risco, os bancos destacaram que a Lei das Estatais e a governança interna da empresa podem dificultar mudanças mais bruscas de políticas na petroleira.