Petrobras (PETR4): com dividendo base garantido, o que esperar dos extraordinários?

Estatal garantiu provento regular porque as condições que estipulam seu pagamento não devem ser afetadas

Augusto Diniz

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O pagamento de dividendos extraordinários pela Petrobras (PETR4) se tornou um assunto recorrente, após a mudança de governo, que atualmente enxerga na petroleira um importante canal de investimentos para o país.

Isso trouxe trouxe muitas dúvidas entre os investidores em relação à continuidade das políticas de distribuição de dividendos aos acionistas. Em 2022, por exemplo, com o governo anterior, a empresa se tornou a maior pagadora de proventos do mundo.

No meio do ano passado, o conselho de administração aprovou política de remuneração dos acionistas, como regra de distribuição de dividendos mínimos de 45% do fluxo de caixa livre. Em março desse ano, foi decidida a retenção dos dividendos extraordinários de 2023, que foram destinados a um fundo de reserva. Como resultado, as ações da Petrobras sofreram fortes perdas na ocasião.

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Petrobras vai remunerar, mesmo com prejuízo

Durante teleconferência com analistas, para comentar os resultados do 2º trimestre, há duas semanas, Fernando Melgarejo, CFO da Petrobras, explicou que a empresa estava fazendo uso dessa reserva da remuneração de capital para pagamento de dividendos.

No segundo trimestre, o valor totalizou R$ 14,3 bilhões, incluindo R$ 772 milhões em compra de ações e R$ 13,6 bilhões como dividendos e juros do capital próprio – mesmo com a prejuízo contabilizado no 2T24 de R$ 2,6 bilhões.

Sobre o pagamento de dividendos extraordinários, ele disse que “é natural fazer a avaliação com a aprovação do planejamento estratégico, uma vez que o pagamento adicional depende de fluxos futuros e não de uma reserva de provisão”.

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Assim, a Petrobras atrela a distribuição extra de proventos a plano da empresa para o quinquênio 2025-29.

Pagamento mandatório

O dividendo ordinário, por sua vez, é um pagamento mandatório. Segundo o executivo, habilitadas as três condições que estipulam a política – resultado acumulado positivo, dívida abaixo de US$ 65 bilhões e sustentabilidade da empresa –, automaticamente se faz a distribuição dos dividendos.

“Todas as simulações, inclusive aleatórias, não indicam passar de US$ 65 bilhões de dívida (da Petrobras). Então, estamos bastante confortáveis nesse sentido e dizendo que não há risco de não ter pagamentos ordinários”, frisou o CFO.

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Analistas apostam em pagamento extra aos acionistas

A distribuição de dividendos ordinários financiados por essa reserva não afeta o pagamento de futuros dividendos extraordinários, avaliam analistas.

O Itaú BBA crê que a decisão sobre um pagamento de dividendo extraordinário será baseada em uma perspectiva de caixa, e não no tamanho da reserva de capital, conforme a estatal anunciou.

Como parte do próximo plano estratégico, a Petrobras deve ter visão mais clara de suas próximas necessidades de caixa até setembro, com um anúncio possivelmente sendo feito até novembro, junto com os resultados do 3º trimestre, avalia o banco.

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A XP também destaca que qualquer dividendo extraordinário dependerá apenas da geração de caixa.

A empresa não pretende acumular excesso de caixa e continuará a distribuir qualquer recurso extra que não seja usado para investimentos ou para cumprir a política de dividendos ordinários – independentemente do saldo do fundo de reserva, relata a XP.

A casa prevê pagamento de dividendos extraordinários pela Petrobras em 2024, com anúncio previsto antes do final do ano e no avançar de seu plano estratégico, no valor aproximado de US$ 6 bilhões.