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SÃO PAULO – As aplicações dos investidores brasileiros de varejo em títulos e valores mobiliários – como ações, títulos públicos e papéis de emissão bancária (CDBs, por exemplo) – ultrapassaram, em setembro, o volume que eles mantêm na caderneta de poupança. É a primeira vez que isso acontece desde que a Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais) começou a acompanhar a poupança, em 2014.
Em setembro, o valor investido pelo varejo em títulos e valores mobiliários somava pouco mais de R$ 1 trilhão, o que representa um crescimento de 14% desde dezembro de 2020. Na poupança, o mesmo público mantinha R$ 984 bilhões, com uma oscilação de 0,1% em relação ao valor registrado no fim do ano passado.
O levantamento da Anbima considera os investimentos em ações, títulos públicos, CDBs, RDBs, letras de crédito imobiliário (LCI) e do agronegócio (LCA), certificados de recebíveis imobiliários (CRI) e do agronegócio (CRA), debêntures, certificados de operações estruturadas (COEs), entre outros. Na contabilização das aplicações na poupança, são consideradas apenas as contas com saldo superior a R$ 100.
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“Em número de contas, a poupança ainda predomina, mas o volume financeiro dos títulos e valores mobiliários ultrapassou a caderneta, que tradicionalmente concentrava a maior parte dos recursos, o que reflete a busca dos investidores por maior diversificação”, analisa José Ramos Rocha Neto, presidente do Fórum de Distribuição da Anbima.
A carteira de investimento total do público de varejo – incluindo as aplicações em fundos, além da poupança, dos títulos e dos valores mobiliários – alcançou R$ 2,7 trilhões em setembro, com um crescimento de 6% em relação a dezembro de 2020.
Varejo + Private
Incluindo na conta também o segmento private, formado por pessoas com, pelo menos, R$ 3 milhões em aplicações, o volume total de investimentos das pessoas físicas no Brasil somava R$ 4,5 trilhões em setembro, um avanço de 7,9% na comparação com dezembro de 2020.
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Na análise por classes de ativos detidas pelos investidores de todos os segmentos, a renda variável se destacou, aumentando a sua participação na carteira de 19,8% em dezembro de 2020 para 21,2% em setembro de 2021, segundo a Anbima. A renda fixa recuperou participação, passando de 35,2% para 35,6%. Já a proporção da poupança diminuiu de 23,7% para 22,2%, na mesma base de comparação.
“Com a elevação da taxa Selic registrada nos últimos meses, a tendência é que fatia aplicada em renda fixa continue crescendo”, diz Rocha Neto.
Na distribuição do volume financeiro por região, foi registrado crescimento no período em todo o país. O Centro-Oeste foi a região com maior aumento percentual de patrimônio em relação a dezembro de 2020 – uma alta de 9,5%, totalizando R$ 221,9 bilhões. Em seguida vem a região Sul, que avançou 6,9%, alcançando R$ 760,7 bilhões.
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Os demais crescimentos foram do Nordeste, Sudeste e Norte. Enquanto as duas primeiras regiões tiveram variação positiva de 6,7%, atingindo a marca de R$ 371,4 bilhões e R$ 3 trilhões, respectivamente, a terceira teve aumento de 3,9% no volume, que chegou a R$ 71,2 bilhões.
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