Otimistas com Brasil, gestores veem Ibovespa acima de 120 mil pontos em 2020

Pesquisa indica que metade dos gestores pretende aumentar posições em ações nos próximos meses; papéis de consumo discricionário são favoritos

Mariana Zonta d'Ávila

(Shutterstock)
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SÃO PAULO – Mesmo após alta da ordem de 27% da Bolsa em 2019, investidores ainda enxergam espaço para uma valorização das ações brasileiras e têm grandes expectativas para o país em 2020. É o que mostra a última pesquisa de confiança “LatAm Fund Manager Survey”, elaborada pelo Bank of America com gestores de recursos.

De acordo com o levantamento, 80% dos participantes veem o Ibovespa superando os 120 mil pontos até dezembro do próximo ano, com 28% estimando que o benchmark encerre 2020 entre os 130 mil e 140 mil pontos. O patamar representaria uma alta de 16,2% em relação aos preços atuais.

Ainda segundo o BofA, alguns chegam a ver o principal índice de ações do Brasil entre os 110 mil e 120 mil pontos.

No Brasil, 84% dos entrevistados esperam que as ações se valorizem, em linha com os resultados dos últimos meses. Apesar disso, apenas 52% dos investidores dizem planejar aumentar a alocação nesses ativos no próximo semestre, ante 62% em novembro.

Entre as principais posições overweight (acima da média do mercado, equivalente à compra), estão as de consumo discricionário e financeiras. Na sequência, aparece o setor de utilities.

Com relação à Selic, a maioria dos participantes espera que a taxa básica de juros se mantenha nos níveis atuais, de 4,5% ao ano, mas a possibilidade de novos cortes não está descartada para o horizonte. Já as previsões para a cotação da moeda americana ficaram na faixa de R$ 3,80 a R$ 4,20 até dezembro de 2020.

O que sustenta o otimismo

De acordo com o levantamento do BofA, o otimismo dos entrevistados é sustentado pela aprovação da reforma tributária e por uma expectativa de valorização do real no próximo ano.

Na avaliação da instituição financeira, o sentimento deve se manter positivo à medida que o Brasil continue a mostrar sinais de recuperação da economia.

Dentre os entrevistados, 60% afirmam que o fator mais efetivo para uma retomada econômica é a volta do investimento do setor privado. A melhora do cenário externo aparece em segundo lugar, com cerca de 20%.

No ambiente externo, os principais riscos atribuídos para a América Latina em 2020 correspondem à guerra comercial entre China e Estados Unidos e a uma preocupação com o crescimento chinês, os mesmos vistos neste ano.

O levantamento, contudo, foi realizado antes do acordo comercial sino-americano, o que deve reforçar, segundo o BofA, um sentimento ainda mais positivo dos investidores para a região no próximo ano.

A pesquisa do Bank of America com foco na América Latina foi elaborada entre os dias 6 e 12 de dezembro e entrevistou 25 gestores, responsáveis pela administração de recursos no valor aproximado de US$ 72 bilhões.

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