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Agentes do mercado de criptomoedas acreditam que a aprovação de um ETF (fundo de índice) com exposição direta ao Bitcoin (BTC) nos Estados Unidos poderia atrair capital institucional e de varejo, além de diminuir as ações regulatórias contra o setor. Mas, para o JPMorgan, as previsões são exageradas.
Em relatório, os analistas da instituição dizem que, em vez de novo capital entrar na indústria, é mais provável que o capital existente passe dos atuais produtos de BTC – como o fundo Grayscale Bitcoin Trust (GBTC), os fundos de índice de futuros e as empresas de mineração de capital aberta – para os novos ETFs que podem ser liberados nos EUA.
Há pelo menos 10 pedidos de ETFs de Bitcoin à vista para análise na mesa da Comissão de Valores Mobiliários dos EUA, a SEC. O xerife do mercado de capitais americano ainda não deu aval para nenhum por receio de manipulação do mercado. Analistas acreditam, no entanto, que a aprovação deve ocorrer no início de 2024.
Sobre a regulação, o banco disse que dificilmente os reguladores vão afrouxar as rédeas no futuro, apesar de recentemente duas empresas cripto – a Grayscale e a Ripple – saírem vitoriosas de embates judiciais contra a SEC. No caso da Grayscale, o caso envolvia a conversão do GBTC em um ETF.
“As regulamentações da indústria de criptomoedas dos EUA ainda estão pendentes e não acreditamos que os legisladores dos EUA mudariam sua posição por causa dos dois casos legais acima, especialmente com as memórias da fraude da FTX ainda frescas”, escreveram os analistas.
A FTX, que já foi uma das maiores exchanges do mercado, quebrou no final do ano passado. Mais tarde, descobriu-se que o dono do negócio, Sam Bankman-Fried, perpetrou “uma das maiores fraudes financeiras da história americana”, segundo o procurador americano Damian Williams. Ele foi condeado no início deste mês e pode pegar mais de 100 anos de prisão.
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Na nota, o JPMorgan também disse que já existem ETFs com exposição direta ao Bitcoin no Canadá e na Europa, mas eles ganharam pouco interesse por parte dos investidores. Há também produtos semelhantes no Brasil – esses países, no entanto, não têm a amplitude e a liquidez do mercado de ETFs americano.
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