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O ano de 2023 foi severo com o mercado financeiro. Tivemos muitas surpresas, um processo de queda da inflação extremamente agradável no mundo e com poucas justificativas claras até aqui.
O pessimismo contagiou a indústria – no caso do Brasil – e, por mais que os preços dos ativos financeiros estivessem muito descontados, não existia tanta animação. Parece que o enredo mudou para 2024.
Carlos Woelz, fundador da Kapitalo Investimentos e um dos gestores mais respeitados do país, falou sobre o tema em painel especial do Onde Investir 2024, evento gratuito e online organizado pelo InfoMoney, que reúne importantes nomes do mercado financeiro do Brasil e do mundo. O Stock Pickers, maior podcast de mercado financeiro, conduziu a conversa.
Ele explicou que não estamos num começo de ciclo e que, em algum momento, a tão comentada recessão econômica americana vai chegar. Enquanto ela não for materializada, não entraremos nesse momento saboroso e que costuma ser excelente para alocar capital, aumentar o percentual do seu patrimônio em ativos de risco.
Porém, com essa queda da inflação surpreendente que assistimos e que segue nos dias de hoje, os Bancos Centrais do mundo se encontram numa posição mais confortável. O mercado de trabalho segue muito apertado e com o desemprego nas mínimas nos EUA, mas aparentemente o “downside” (risco de queda nos preços) parece ser menor do que em 2023.
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Os BCs não vão hesitar em agir para auxiliar a economia caso seja preciso, o que não era verdade no ano passado. Isso garante mais conforto para algumas classes de ativos.
Woelz acredita que o Brasil possui excelentes preços em quase todos os principais mercados. Pelo carrego, ele acredita que o melhor “cavalo” seja a moeda, por isso possui o real como uma de suas principais posições por aqui.
No seu “DNA” de gestão, a bolsa sempre foi uma contribuição menor em seus resultados, mas ele ressalta que acredita estar muito descontada. Além disso, ativos de renda fixa também são moradas de oportunidades.
Embora seja muito convidativo e, seu cenário sendo concretizado, o Brasil pode se destacar positivamente como resultado nos investimentos, não podemos nos animar tanto quanto o início de ciclo. Esse “combustível” da economia está próximo do fim, na “reserva”, como ele mesmo pontuou.
Esse colchão que traz mais conforto parece funcionar como uma fonte de energia alternativa a este “veículo” da economia, como um painel solar, no exemplo dele. Numa velocidade cruzeiro, devemos seguir desta forma por algum tempo.
A situação fiscal brasileira e americana é complicada, preocupa no horizonte. A recessão deve aparecer em algum momento, por isso, cautela, não estamos necessariamente no melhor momento de tomada de risco – mas ficou claro que há muito valor a ser extraído.
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