O conteúdo a seguir foi enviado no dia 29 de abril aos assinantes da newsletter do InfoMoney. Para receber as próximas edições da newsletter, inscreva-se gratuitamente deixando seu e-mail no quadro abaixo:
Existem diversas formas de ganhar dinheiro com ações. A mais tradicional é a valorização dos papéis no longo prazo. Há também quem invista em renda variável de olho na distribuição de dividendos. E ainda quem aposte nos movimentos de curto prazo, focando na pequenas variações de preços.
Entre as estratégias possíveis estão as operações “long and short”, ou “comprado e vendido”. Em linhas gerais, consiste em comprar e vender pares de ações simultaneamente, buscando lucrar com os diferentes comportamentos esperados de cada uma delas.
Operações desse tipo costumam ser de curto prazo – mas serão uma forma de especular no mercado?
Essa é a pergunta que o leitor Eduardo enviou. Ele e os demais assinantes da newsletter do InfoMoney receberam a explicação na edição do dia 29 de abril. Batizada InfoMoney Reponde, a newsletter dedica as sextas-feiras para tirar as dúvidas dos investidores. Confira:
• Gostaria de saber se operações “long and short” são consideradas uma forma de especulação.
Eduardo L.
Bruno Komura, analista da Ouro Preto Investimentos, explica que o movimento conhecido como “long” é o dos comprados, que adquirem uma ação e ficam posicionados nela esperando que valorize.
Já o chamado “short” é exatamente o contrário: o investidor que aposta na queda vende uma ação. Para fazer isso, geralmente é preciso alugar ou tomar emprestado o papel de outro investidor para operar no mercado. Depois que a ação caiu, o investidor a recompra no mercado para devolvê-la a quem alugou – e ganha com a diferença entre as cotações.
Na visão de Komura, operações de “long and short” têm, sim, natureza especulativa.
Operar comprado em uma ação e vendido em outra envolve riscos. Se o mercado apresentar um comportamento diferente do que o investidor esperava, poderá ter perdas não apenas em uma, mas nas duas partes da operação. É o que acontece quando a ação comprada cai e a ação vendida sobe.
Contudo, Komura destaca que, dependendo das condições em que o “long and short” é executado e com quais ativos, o risco pode ser dirimido.
Na visão do analista, a operação menos arriscada de “long and short” é a realizada com ações de uma só empresa. Um exemplo seria comprar as ações ordinárias da Petrobras (PETR3) e vender as preferenciais (PETR4). “O risco é menor porque geralmente os papéis de uma mesma empresa têm rentabilidades parecidas”, avalia.
Já um risco intermediário seria fazer “long and short” intersetorial, ficando comprado e vendido com ações de empresas diferentes, mas do mesmo setor. Por exemplo, apostar na alta do Bradesco (BBDC4) e na queda do Itaú (ITUB4).
“Como são empresas parecidas, é muito difícil ver uma descorrelação muito grande, exceto em temporada de balanços”, diz Komura.
O maior risco está no “long and short” com ações de empresas de setores diferentes – como Vale (VALE3) e Lojas Renner (LREN3).
Komura destaca que mesmo sendo operações de caráter mais especulativo, uma boa análise fundamentalista – que permita entender melhor a empresa e o que provoca impacto no seu desempenho – pode auxiliar na hora de escolher entre comprar ou vender.
“No ‘long and short’, não importa a direção do mercado. O que importa é como a ação comprada vai se movimentar em relação à vendida”, afirma.
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