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Na esteira do otimismo com a Bolsa, o índice de dividendos (Idiv) fechou em alta de 10,7% em novembro, aos 8.488 pontos. Com o desempenho, a valorização acumulada em 2023 subiu para 18,6%, ante 16% do Ibovespa.
Na última revisão do ano, os analistas promoveram mais que o dobro de mudanças nas carteiras recomendadas de dividendos, em relação ao mês passado.
O resultado foi o predomínio da Vale (VALE3) entre as preferências, figurando em sete dos dez portfólios monitorados pelo InfoMoney.
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As alterações também trouxeram de volta CPFL Energia (CPFE3) e Engie (EGIE3) entre os destaques, após ficarem de fora em novembro. Ambas registram quatro indicações.
Os papéis entram no lugar de outras duas empresas do setor elétrico, Cemig (CMIG4) e Copel (CPLE6), justamente o contrário do que ocorreu no mês passado.
A segunda posição no ranking das mais citadas traz três companhias com cinco apontamentos: Banco do Brasil (BBAS3), BB Seguridade (BBSE3) e Petrobras (PETR4).
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Itaú Unibanco (ITUB4) e Telefônica Brasil (VIVT3) completam a lista de dezembro, com quatro recomendações cada.
Confira as análises sobre cada papel:
- Vale (VALE3)
- Banco do Brasil (BBAS3)
- BB Seguridade (BBSE3)
- Petrobras (PETR4)
- CPFL Energia (CPFE3)
- Engie (EGIE3)
- Itaú Unibanco (ITUB4)
- Telefônica Brasil (VIVT3)
Em linhas gerais, após a safra de balanços do terceiro trimestre, a avaliação dos analistas da BB Investimentos foi mais positiva do que negativa para o bloco de ações cíclicas.
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Quanto às companhias expostas ao ambiente de commodities e mercado externo, a percepção é mais neutra.
Em relação ao comportamento do mercado acionário, a corretora avalia que o forte fluxo de capital estrangeiro visto em novembro, embora positivo, está muito atrelado ao tema dos juros nos EUA.
Com isso, alerta que as variações nos indicadores econômicos americanos podem eventualmente frear o ímpeto pela tomada de risco
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Todo início de mês, o InfoMoney traz um levantamento das carteiras de ações recomendadas para quem tem foco em dividendos, apontando os cinco papéis preferidos dos analistas. O número pode ser maior, se houver empate, como ocorreu neste mês.
A análise engloba os portfólios divulgados por dez corretoras.
Veja a seguir as oito companhias selecionadas para dezembro:
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Empresa | Ticker | Nº de recomendações | Dividend yield em 12 meses (%) | Retorno em novembro (%) | Retorno em 2023 (%) | Retorno em 12 meses (%) |
Vale | VALE3 | 7 | 7,43 | 10,33 | -9,82 | -6,17 |
Banco do Brasil | BBAS3 | 5 | 12,96 | 14,00 | 71,53 | 70,60 |
BB Seguridade | BBSE3 | 5 | 11,10 | 1,76 | 2,94 | 10,80 |
Petrobras | PETR4 | 5 | 27,19 | 7,32 | 89,04 | 73,72 |
CPFL Energia | CPFE3 | 4 | 8,27 | 10,80 | 21,87 | 15,93 |
Engie | EGIE3 | 4 | 7,52 | 10,69 | 22,50 | 18,24 |
Itaú Unibanco | ITUB4 | 4 | 5,75 | 17,86 | 31,23 | 28,76 |
Telefônica Brasil | VIVT3 | 4 | 6,77 | 16,62 | 46,81 | 47,97 |
Fontes: Ágora, Ativa, BB Investimentos, BTG Pactual, Genial, Guide, Órama, Santander Corretora, Terra Investimentos, XP Investimentos e Economatica.
CPFL Energia (CPFE3)
Com uma estreia, a companhia está de volta ao rol de destaques, totalizando quatro recomendações. A elétrica abre o bloco dos papéis em terceiro lugar no ranking geral de dezembro.
Pelas contas do BTG Pactual, a CPFL tem sido negociada a uma TIR (taxa interna de retorno) real de 9% e vem entregando “fortes resultados operacionais”, que permitiram dividendos expressivos nos últimos anos.
“Vemos a companhia sendo negociada com um valuation atraente, combinado com um balanço patrimonial sólido, disciplina de capital comprovada e dividendos ainda elevados”, diz a instituição.
Dessa maneira, os analistas acreditam que a empresa possa distribuir 100% do lucro neste ano.
“Estimamos um lucro líquido ajustado de R$ 3,4 bilhões em 2023, resultando em um dividend yield (retorno com dividendos) potencial de 11%.”
Engie (EGIE3)
A elétrica também retornou à lista das mais indicadas, após ingressar em dois portfólios neste mês, alcançando quatro apontamentos no total.
“Nossa tese se baseia em uma empresa boa pagadora de dividendos, que atua em um setor perene, com um ótimo histórico de alocação de capital e reconhecida governança”, afirma a Ágora Investimentos.
A corretora estima um retorno com dividendos na casa dos 8% para a companhia.
Os especialistas da Ágora consideram “saudável” o atual patamar de dívida líquida/Ebitda da Engie, de aproximadamente 2 vezes, o que deve permitir novos investimentos.
O índice reflete o nível de alavancagem de uma empresa, medido pelo endividamento total, menos caixa, dividido pela geração operacional de recursos. Quando menor, melhor.
Vale (VALE3)
A companhia ganhou duas indicações neste mês e agora aparece isolada na liderança, com sete escolhas por parte dos analistas.
Para a BB Investimentos, a mineradora se mantém em destaque em função de sua evolução operacional com controle de custos, apesar das incertezas em relação ao ambiente externo, sobretudo em relação ao mercado imobiliário chinês.
Na opinião dos especialistas, a Vale tem mostrado uma alocação de capital disciplinada, sem deixar de entregar retorno elevado ao acionista.
Segundo eles, a empresa apresenta boas expectativas de longo prazo, levando em conta todos os projetos que vem trabalhando.
Banco do Brasil (BBAS3)
A instituição sustentou as cinco recomendações vista no mês passado e permanece entre os destaques, na segunda colocação, ao lado de BB Seguridade (BBSE3) e Petrobras (PETR4).
Em relatório, a Santander Corretora conta que participou recentemente de um road show em Londres com representantes do BB, discutindo as perspectivas do banco com vários investidores institucionais.
Nesse encontro, a administração teria sinalizando a crença de que o atual nível de rentabilidade (retorno sobre o patrimônio líquido), de aproximadamente 20%, deverá se manter em 2024.
De acordo com o Santander, os gestores disseram também que os índices de inadimplência atingiram o pico e devem oscilar em torno dos níveis atuais.
“Em suma, saímos das reuniões confiantes com as perspectivas futuras do BB.”
BB Seguridade (BBSE3)
A empresa também está presente em cinco portfólios selecionados para dezembro.
Recentemente, a Ágora revisou para cima a projeção de lucro líquido da BB Seguridade em 2024, para R$ 7,8 bilhões, patamar em linha com o consenso de mercado.
“Em termos de valuation, no entanto, a ação ainda oferece um rendimento de dividendos atraente, de 10% (negociando a 8,2x o múltiplo P/L para 2024), proporcionando uma boa proteção para investidores que procuram ficar na defensiva neste momento.”
O índice P/L mostra a relação entre o preço em Bolsa e o lucro esperado para a companhia. Quanto maior, em tese, mais cara está a ação.
Petrobras (PETR4)
A estatal registra cinco recomendações neste mês.
Em sua análise, o BTG considerou “um tanto decepcionante” o plano estratégico divulgado pela Petrobras, no fim de novembro, para o período de 2024 a 2028.
Entre outros pontos, estão previstos investimentos de US$ 102 bilhões nesses cinco anos, sendo US$ 91 bilhões correspondentes a projetos em implantação e US$ 11 bilhões ainda em avaliação, “sujeitos a estudos adicionais de financiabilidade antes do início da contratação e execução”.
Na opinião do BTG, os principais aspectos da tese de investimento seguem em vigor. Os analistas acreditam que a petrolífera deverá gerar mais caixa do que o mercado estima, impulsionado pelo aumento da produção e pela redução dos investimentos.
“Isto suportará pagamentos de dividendos mais elevados por mais tempo”, afirma a instituição.
Com base na atual política de remuneração da Petrobras, o banco projeta um retorno com dividendos de aproximadamente 14% em 2024, ou 19% considerando pagamentos extraordinários.
Itaú Unibanco (ITUB4)
O banco foi escolhido por quatro corretoras neste mês.
O Santander destaca que seus analistas ajustaram recentemente o preço-alvo das ações do Itaú, estimado para 2024, elevando de R$ 35 para R$ 38.
A previsão de lucro líquido para o período também aumentou, cerca de 3%. Se confirmado, o resultado representará um avanço de 13% frente a 2023.
Entre as expectativas para o próximo ano, os especialistas acreditam que o banco possa reacelerar a concessão de crédito, ao mesmo tempo em que mantém a inadimplência sob controle.
A estimativa de retorno sobre o patrimônio líquido é de 20,9% para o intervalo.
Telefônica Brasil (VIVT3)
A companhia, dona da marca Vivo, fecha a relação de destaques de dezembro, com quatro apontamentos.
Pelos cálculos da Ativa Investimentos, a Telefônica Brasil pode oferecer um retorno com dividendos superior a 12% ao longo dos próximos 12 meses.
A conta considera as distribuições de juros sobre capital próprio, outros proventos e redução do capital.
“Diante de grandes avenidas de crescimento em telefonia móvel e banda larga, vemos a companhia capaz de pagar de forma recorrente uma excelente remuneração ao investidor”, diz a corretora.
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