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SÃO PAULO – O mercado de capitais no Brasil tem crescido nos últimos anos de forma significativa, não só pelo aparecimento de novos produtos financeiros que ampliam o leque de opções disponíveis para aplicadores, como também pela criação de novas modalidades de liquidez para diferentes setores da atividade econômica.
Esta é a opinião dos analistas da Uqbar, que vêem no mercado de securitização uma das inovações financeiras mais significativas dos últimos anos. Dentre este cenário de mudanças significativas, dois fenômenos merecem destaque: a desintermediação e a desregulamentação dos mercados e sistemas financeiros.
Desregulamentação ou novas regulamentações?
A desregulamentação financeira é o processo de eliminação de restrições e travas legais à atividade financeira, caracterizando o processo de alteração da regulamentação estrutural do sistema bancário. Esta tendência do mercado de capitais apresenta não só vantagens para os intermediários financeiros, mas também inconvenientes.
A eliminação da barreira da regulamentação estimula a entrada de novos players no mercado, muitas vezes com falhas de preparo em certas áreas. Contudo, vale destacar que a desregulamentação, assim como sugere seu nome, traz uma maior liberdade na tomada de decisões, haja vista as novas oportunidades de negócios criados.
Nesse sentido, observa-se uma tendência de centralização da regulamentação, visando garantir não só a solvência das entidades financeiras, mas também os interesses dos investidores. Assim, em vez de desregulamentação, o que ocorre atualmente é uma maior discussão acerca de novas regulamentações, garantindo a permanência e a participação do setor financeiro no mercado de capitais, regulado em maior ou menor escala.
Desintermediação: alternativas para evitar custos
Dada a diminuição na importância da intermediação financeira, decorrente do crescimento dos investidores institucionais, o processo de desintermediação financeira consiste na substituição da atividade intermediadora tradicional das instituições financeira pelo financiamento direto dos tomadores no mercado de capitais. Isso ocorre através da emissão de valores destes novos investidores institucionais, que baseiam sua atividade na aquisição de ativos financeiros através da formação de um pool de investidores.
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Esse novo tipo de intermediários não só altera significativamente a relação entre os investidores e os tomadores nos mercados financeiros, como também pode, como conseqüência, provocar modificações de importância tanto no mercado de valores como nos intermediários financeiros. Esta tendência do mercado de capitais tem suas razões atreladas aos ofertantes e aos demandantes de novas alternativas de investimentos.
Um dos principais fatores que estimularam a desintermediação financeira são as elevadas taxas de juros do país, que estimularam as empresas a buscar mecanismos de poupança em toda sua estrutura de custos, especialmente financeiros, enquanto os subscritores de títulos buscavam melhorar a rentabilidade esperada de seus investidores, evitando, em ambos os casos, os custos de intermediação.