O que você faria com R$ 1 milhão?

A coisa mais importante a ser feita antes de sair gastando muito dinheiro é planejar a melhor alocação para a quantia. E isso vai depender muito de cada caso

Equipe InfoMoney

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SÃO PAULO – Muita gente acredita que, com R$ 1 milhão no bolso, todos os problemas do mundo sumiriam e a vida seguiria às mil maravilhas. Em vésperas de sorteios da loteria e da Mega-Sena, ou em dia de decisão de reality show, você já deve ter sonhado com o que fazer com esse dinheirão. Um apartamento de cobertura na cidade, uma mansão na praia, carros importados na garagem, jantares caros e viagens a lugares paradisíacos. E, no final de um mês, essa bolada teria sumido…

Controle-se

A coisa mais importante a ser feita antes de sair gastando muito dinheiro é planejar a melhor alocação para ele. E isso vai depender muito de cada caso. A decisão de quanto consumir está relacionada com o nível atual de seu patrimônio. Se você já acumulou bastante durante sua vida, certamente não irá precisar gastar muito.

Nesse caso, a melhor decisão é investir bem o dinheiro e aproveitar seus rendimentos. A rentabilidade média mensal dos fundos DI, um investimento conservador, descontando os impostos e assumindo um prazo de aplicação inferior a seis meses, vem sendo próxima a 0,70%. Aquele R$ 1 milhão aplicado deverá lhe fornecer uma renda mensal mínima de R$ 7 mil, o que não é nada desprezível.

Mas, para você que, como a maioria da população, talvez não tenha tanto dinheiro guardado, será que não seria bom gastar um “pouquinho”? Sim, mas com cautela. É preciso ter controle! Dessa forma, a sugestão é consumir no máximo 30% do total, ou R$ 300 mil. Dá para comprar uma boa casa, trocar de carro e ainda ajudar alguns parentes e amigos. E não se esqueça de aplicar o resto, os outros R$ 700 mil.

Em primeiro lugar, a questão-chave é a preservação de seu patrimônio. Desse modo, a dica é investir a maior parte em aplicações tradicionais, em que você não corre grandes riscos. Dentro desse segmento estão os fundos DI, imóveis e os fundos de renda fixa. Por outro lado, é ainda possível aumentar o seu patrimônio aplicando em investimentos um pouco mais arriscados, como fundos de ações e fundos multimercado.

Preserve o que é seu

A parcela destinada à preservação do patrimônio deve ficar em torno de 60% a 70% dos R$ 700 mil, ou R$ 420 mil a 490 mil. Uma das melhores alternativas são os fundos referenciados DI, que são aplicações pós-fixadas, que se beneficiam das taxas de juros ainda altas no Brasil, investindo a maioria de seus recursos em títulos públicos. Além disso, trata-se de um investimento com um baixo perfil de risco e com uma boa rentabilidade. A recomendação é destinar 35% do total (R$ 245 mil) para este tipo de fundo.

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Uma alternativa que pode se mostrar interessante é o mercado imobiliário, que vem se mostrando aquecido. Desse modo, seria razoável investir cerca de 20% do total (R$ 140 mil) em imóveis, priorizando os conjuntos comerciais que, dentro das possibilidades, oferecem um retorno maior.

Lembre-se que nessa categoria você não deve incluir os imóveis de uso próprio, já que não se tratam de um investimento. Atualmente os aluguéis de imóveis rendem mensalmente cerca de 0,8% do valor do imóvel, mas isto vai depender da localização e estado do imóvel.

O restante destinado à conservação de seu patrimônio, os outros 15% (R$ 105 mil), pode ser direcionado para os fundos de renda fixa tradicionais, que são aplicações prefixadas, nas quais a rentabilidade já está previamente determinada. Uma alternativa interessante são os fundos renda fixa multi-índices, pois aplicam nos mercados futuros de vários índices, permitindo em geral um retorno melhor do que o dos fundos DI. Lembre-se que, apesar de se tratarem de investimentos de perfil conservador, sempre vale a pena diversificar, evitando colocar todos o seu dinheiro em uma só aplicação.

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O bolo pode crescer

Existe ainda a possibilidade de fazer com que todo esse montante aumente no longo prazo, investindo em aplicações mais arriscadas. No caso, as opções são ações e fundos multimercados que, mesmo sendo arriscadas, oferecem um bom potencial de valorização no longo prazo, bem maior que as aplicações tradicionais. Mesmo assim, não é aconselhável que a parcela destinada ao aumento do patrimônio passe de 30%, ou R$ 210 mil.

Acreditamos que aplicar 20% em ações seja bastante razoável, uma vez que a tendência de valorização é bem alta no longo prazo. Podemos dividir o investimento em ações em três formas distintas.

Primeiramente, existem os fundos de ações passivos, que acompanham a variação de índices como o Ibovespa, que é o principal da Bolsa de Valores de São Paulo. Neste sentido, você não precisa ficar se preocupando com ações específicas, já que o desempenho é dado pelo índice. Talvez esse tipo de fundo mereça 15% do total, equivalente a R$ 105 mil.

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Arriscando um pouco mais

Outra possibilidade é investir em fundos de ações ativos, que têm um perfil mais agressivo, e sua performance dependerá do administrador. Portanto, todo cuidado é pouco na escolha do administrador. Já que se trata de um investimento com um risco maior, não aplique mais do que 5%, ou R$ 35 mil.

Investir em ações pode não agradar a todo mundo. Muita gente ainda se sente desconfortável com o excesso de exposição. Porém, uma alternativa interessante pode ser os fundos multimercados com renda variável, que são aplicações que investem em renda fixa, câmbio e ações, diversificando o risco.

Outra opção pode ser o investimento em fundos multimercados sem renda variável, pois aplicam não só em câmbio, mas também em renda fixa. Esta aplicação pode ser interessante neste momento em que o real atravessa uma tendência de apreciação.

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Após uma boa alocação do seu patrimônio, você certamente não se arrependerá de ter deixado de consumir inicialmente todo o dinheiro. Um real economizado hoje vale muito mais daqui a alguns anos. Pense bem nisso, pois será possível trocar gastos maiores hoje por um excelente padrão de vida durante toda sua vida.