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SÃO PAULO – Muitas empresas pré-operacionais entram na bolsa de valores para se capitalizar e dar início à sua produção, como pudemos acompanhar nos últimos anos, com o IPO de diversas empresas do Grupo EBX (OGX [OGXP3], LLX [LLXL3] e OSX [OSXB3]) e de outras companhias, como a Brasil Agro (AGRO3), a Vanguarda Agro (VAGR3), a BHG (BHGR3), a Eneva (MPXE3) e a HRT (HRTP3).
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O sucesso dessas operações está diretamente ligado à capacidade dos executivos de vender a história da empresa, porém, parece que o ‘efeito Eike’, proveniente principalmente do fracasso da OGX, prejudicou a credibilidade dessas histórias e, o investidor, a partir de agora, deveria ficar com um pé atrás quando o assunto for ‘IPO de empresas pré-operacionais’.
“O que temos visto é um grande fracasso”, afirmou Adriano Moreno, analista da Futura Investimentos. Segundo ele, em 2008 só se falava nessas empresas, mas, hoje em dia, a decepção que elas trouxeram deixou os investidores muito descrentes. “A OGX não conseguiu descobrir grandes reservas. Havia muitas expectativas e não teve nenhuma descoberta. Eles torraram o caixa e agora a empresa está passando por muitas dificuldades. Com a HRT foi a mesma coisa, contaram muito com a expertise de geólogos, que vieram da Petrobras, e eles também não encontraram nada”, explicou Moreno.
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Todas as empresas pré-operacionais que fizeram IPO tiveram um desempenho bem pouco satisfatório na bolsa, trouxeram prejuízo aos seus acionistas e estão, atualmente, passando por sérias dificuldades financeiras.
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O desempenho das pré-operacionais na bolsa de valores
Entre as oito companhias, somente a OGX chegou a entrar no Ibovespa, principal índice da bolsa de valores, e ainda mostrou-se um verdadeiro fracasso, ao cair de R$ 23,27 (preço máximo de fechamento em 15/10/2010) para R$ 0,30 (preço mínimo de fechamento em 30/08/2013), o que representa 98,71% de queda.
Todas elas apresentam um desempenho assustador em sua história na bolsa, mas os destaques, além da OGX, são: a HRT, que atingiu R$ 43,40 no dia 17/03/2011 e hoje vale apenas R$ 1,13, considerando o preço de fechamento de quinta-feira (26); a OSX, também do Grupo de Eike Batista, que caiu 97,46% entre a máxima (R$ 28,00) e a mínima (R$ 0,71%); e a Vanguarda Agro, que teve seu IPO a R$ 73,36, chegou a valer R$ 101,91 menos de um ano depois e hoje custa apenas R$ 3,98.
Confira abaixo a relação completa:
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OGX (OGXP3)
IPO: R$ 11,31 (12/06/2008)
Máxima histórica: R$ 23,27 (15/10/2010)
Mínima histórica: R$ 0,30 (30/08/2013)
Atual: R$ 0,31 (26/09/2013)
Variação entre máxima e mínima histórica: -98,71%
Variação entre IPO e atual: -97,26%
MPX (atual Eneva [MPXE3])
IPO: R$ 12,90 (13/12/2007)
Máxima histórica: R$ 13,92 (11/05/2012)
Mínima histórica: R$ 1,21 (28/10/2008)
Atual: R$ 5,30 (26/09/2013)
Variação entre máxima e mínima histórica: -91,31%
Variação entre IPO e atual: -58,91%
LLX (LLXL3)
IPO: R$ 3,78 (15/07/2008)
Máxima histórica: R$ 10,22 (10/09/2010)
Mínima histórica: R$ 0,51 (28/10/2008)
Atual: R$ 1,76 (26/09/2013)
Variação entre máxima e mínima histórica: -95,01%
Variação entre IPO e atual: -53,44%
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OSX (OSXB3)
IPO: R$ 28,00 (22/03/2010)
Máxima histórica: R$ 28,00 (22/03/2010)
Mínima histórica: R$ 0,71 (02/09/2013)
Atual: R$ 0,71 (26/09/2013)
Variação entre máxima e mínima histórica: -97,46%
Variação entre IPO e atual: -97,46%
Brasil Agro (AGRO3)
IPO: R$ 10,97 (02/05/2006)
Máxima histórica: R$ 12,97 (31/08/2007)
Mínima histórica: R$ 5,00 (09/03/2009)
Atual: R$ 10,14 (26/09/2013)
Variação entre máxima e mínima histórica: -61,45%
Variação entre IPO e atual: -7,57%
Brasil Ecodiesel (atual Vanguarda Agro [VAGR3])
IPO: R$ 73,36 (22/11/2006)
Máxima histórica: R$ 101,91 (06/07/07)
Mínima histórica: R$ 2,56 (21/12/2011)
Atual: R$ 3,98 (26/09/2013)
Variação entre máxima e mínima histórica: -97,49%
Variação entre IPO e atual: -94,57%
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Invest Tur (atual BHG [BHGR3])
IPO: R$ 21,60 (13/07/2007)
Máxima histórica: R$ 23,42 (18/11/2010)
Mínima histórica: R$ 13,33 (20/08/2013)
Atual: R$ 14,70 (26/09/2013)
Variação entre máxima e mínima histórica: -43,08%
Variação entre IPO e atual: -31,94%
HRT (HRTP3)
IPO: R$ 24,00 (22/10/2010)
Máxima histórica: R$ 43,40 (17/03/2011)
Mínima histórica: R$ 1,10 (25/09/2013)
Atual: R$ 1,13 (26/09/2013)
Variação entre máxima e mínima histórica: -97,47%
Variação entre IPO e atual: -95,29%
*Considerando preços ajustados e descontando proventos
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“O mercado tem memória curta”
Ainda de acordo com o analista, o péssimo desempenho dessas empresas que entraram na bolsa como pré-operacionais não deve atrapalhar outras companhias que pretendem usar a mesma estratégia no futuro, afinal, para ele, os investidores esquecem rápido. “O mercado tem memória curta, ou seja, logo isso passa e vários investidores irão novamente apostar todas as suas fichas em outras pré-operacionais com promessas absurdas. Infelizmente, a tendência é de a história se repetir e eles perderem dinheiro de novo, porque esses papéis têm todos os riscos possíveis envolvidos”, finalizou.