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O que levou a Athena Capital a apostar em “joia” brasileira da tecnologia

Força no e-commerce no mundo e produto diferenciado são impulsionadores para a empresa, segundo a Athena Capital

Monique Lima

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O mercado de tecnologia americano é muito conhecido e vale bilhões de dólares, mas há, no Brasil, uma joia esnobada pelo mercado. Essa é a avaliação da gestora de fundos multimercados Athena Capital sobre a VTEX, companhia considerada uma oportunidade escondida entre as empresas brasileiras de tech.

Impulsionada pelo crescimento do e-commerce no mundo, baixo market share fora do Brasil e produto diferenciado, a carta mensal de julho da gestora afirma que a empresa é um caso de sucesso, negligenciada pelo mercado.  

“Acreditamos que a VTEX deve continuar crescendo a altas taxas e capturando mercado. Observamos indícios claros desse sucesso em suas recentes conquistas e inovações, o que reforça nossa confiança quanto ao seu futuro promissor”, diz o documento.  

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Desenvolvedora de plataformas de e-commerce, a VTEX também trabalha com soluções integradas para empresas em todo o mundo. Seus softwares atendem mais de 2.600 grandes clientes, em cerca de 3,5 mil lojas online. Em 2023, as plataformas da empresa transacionaram um valor superior a US$ 16 bilhões em GMV, segundo a Athena.

Fundada em 2000 e adotou o atual modelo de negócio em 2006, o que a deixa, segundoa Athena, em uma fase de consolidação do negócio, alinhada ao momento dessa indústria globalmente.  

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Na carta, os gestores comparam com o que aconteceu com o mercado de ERP, que tinha mais de 50 empresas pelo mundo e, com o passar do tempo, “se consolidou em 2-3 players globais, com apenas alguns locais resistindo à consolidação devido a complexidades específicas”.

A Athena vê o mesmo para o serviço de desenvolvimento de plataformas para e-commerce. De um cenário inicial com mais de 40 concorrentes, a gestora estima que agora tenham apenas sete nomes principais no mercado, “e essa concentração tende a aumentar” e a aposta é que a VTEX se destaque.  

Capacidade de expansão

Dentre os vários argumentos da gestora a favor da VTEX, um que se destaca é a arquitetura multi tenant, que permite que um único software seja oferecido às empresas usando a mesma infraestrutura, mas mantendo os dados de cada cliente isolados e seguros. O diferencial teria favorecido a companhia frente à Oracle aos olhos da cliente Pierce Manufacturing, fabricante americana de caminhões para bombeiros.  

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Para Athena, vantagens como essa colocam a VTEX em uma posição relevante para ganhar market share nos Estados Unidos e na Europa, mas que ainda esbarra em desafios. “Um movimento de expansão internacional, frequentemente, enfrenta preconceitos, especialmente quando se trata de uma empresa latina vendendo software para o mercado americano e europeu”, diz a gestora.

Múltiplos descontados  

Para os gestores da Athena, não é justo avaliar a VTEX usando apenas métricas padrões, como preço pelo lucro (P/L) ou valor de mercado pelo lucro operacional (EV/EBITDA). “Limitar-se apenas à essas métricas pode resultar em uma subestimação do verdadeiro valor potencial da empresa, especialmente quando se trata de negócios em rápido crescimento de receita e margens altas”, diz o relatório.  

A carta se propõe a trazer parâmetros diferentes para a avaliação. Um deles é uma estimativa de quanto a empresa precisaria entregar de taxa de crescimento (CAGR) de receita nos próximos 10 anos, considerando diversos patamares de margem liquida, para justificar o valuation que negocia hoje. O resultado aponta um CAGR abaixo de 10%. “Acreditamos que a VTEX tem a capacidade de alcançar taxas de crescimento bem superiores a essa.”  

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A VTEX está listada na Bolsa de Nova York (NYSE), avaliada a US$ 6,49. No ano, acumula queda de 3%, mas sobe para uma valorização de 23,38% no período de 12 meses.

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