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De engenheiro agrônomo a gestor e fundador da Trígono Capital, o convidado do episódio 92 do podcast Outliers foi Werner Roger. Ele já foi destaque global pela Cityware, empresa de análise britânica, estando entre os 5% melhores gestores do mundo.
O foco do episódio, além de entender toda a estrutura da gestora, foi o Trígono Flagship Small Caps FIC FIA e os mitos e fatos do mercado de small caps. Desde o início, em maio do 2018, até o final de novembro, o fundo acumulou um retorno de 238,34% contra 18,21% do índice de small caps no mesmo período.
Nós arbitramos a desinformação
Werner Roger, da Trígono
Por que a Trígono decidiu investir em small caps? Por ser o nicho de mercado com menor competição, dada a menor cobertura pelo mercado, a gestora consegue ter maior acesso às empresas e exercer maior influência – já elegeu mais de quinze conselheiros administrativos e fiscais. Além disso, são empresas com maior potencial de crescimento e menor necessidade de capital para tal.
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O retorno é atrativo? Considerando o histórico das small caps, seja o índice global ou o brasileiro, ambos tiveram performance superior ao índice de large caps ou empresas com alto valor de capitalização. Até o final de novembro, em 20 anos, o retorno em dólar do MSCI Word anualizado foi de 6,5% enquanto o do MSCI World Small Caps foi de 10% ao ano.
Já no caso do mercado local, nos últimos 13 anos, o Ibovespa anualizado foi 3,1%, enquanto o índice Small Cap (SMLL), teve retorno duas vezes superior, 6,3% ao ano.
O nível de governança entre as small caps é menor? Roger explica que não há relação entre a capitalização da empresa e sua classificação ESG. Para a gestora, essa sigla é relevante durante o processo de seleção dos ativos com outros aspectos quantitativos e qualitativos. A gestora têm como política a exclusão de empresas dos setores de tabaco, armas ou que tenham predominância do uso de carvão para geração de energia térmica no processo ou na venda. Também é excluída qualquer empresa que viole os dez fundamentos do Pacto Global das Nações Unidas.
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Uma forma de mensurar o nível de governança de uma empresa é entender em qual nível desse quesito elas se encontram na B3. Enquanto no Ibovespa apenas 55% das empresas estão no Novo Mercado, o mais alto padrão de qualidade, no índice de small caps elas representam 78%, e nas investidas da Trígono, 85% das companhias.
Small caps só sobem quando o PIB cresce? Há uma relação forte, mas não se aplica a todas as empresas. No episódio, Roger cita dois casos: Ferbasa e KeplerWeber, ambas muito mais afetadas pelo crescimento da China, por exemplo, do que pelo cenário econômico brasileiro.
Quando questionado sobre o momento mais desafiador do Brasil, seja macroeconômico, seja fiscal, o gestor explicou que buscam proteger a carteira com empresas cujas receitas estejam em dólar. Suas três predileções do momento são: Tupy, que tem 70% da receita no exterior; Ferbasa, cujo grande motor é a China e a Ásia; KeplerWeber, empresa de estocagem de grãos, produtos também dolarizados.
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Roger é CIO da Trígono e referência no mercado financeiro de small caps, com mais de 38 anos de experiência. Iniciou sua carreira no Chase Manhattan, atuando no segmento de crédito, M&A e transações estruturadas. Continuou no Citibank sua atividade em Corporate Bank, posteriormente migrando para o mercado de capitais. Na Victoire Investimentos, foi um dos sócios-fundadores e responsável pela gestão da estratégia de small cap, que chegou a quase US$ 1 bilhão sob gestão.
O Outliers é apresentado por Carol Oliveira, coordenadora de análise de fundos da XP, e Nathalia de Sá, analista de alocação e fundos no Research da XP. A entrevista completa e os episódios anteriores podem ser conferidos por Spotify, Deezer, Spreaker, Apple e demais agregadores de podcasts. O podcast também está disponível no formato de vídeo no canal da XP no Youtube.
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