No futuro, ações da Apple serão tokens, diz CEO da Hashdex, gestora do HASH11

Executivo falou para plateia lotada em evento durante o Web Summit, em Lisboa

Paulo Barros

CEO da Apple, Tim Cook, falar durante a conferência anual de desenvolvedores (Foto: Justin Sullivan/Getty Images)
CEO da Apple, Tim Cook, falar durante a conferência anual de desenvolvedores (Foto: Justin Sullivan/Getty Images)

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LISBOA – No futuro, ações serão negociadas na forma de ativos digitais e até bolsas de valores poderão dar lugar a trocas diretas entre usuários – em vez de usar a Nasdaq, o interessado em investir na Apple, por exemplo, irá adquirir tokens da empresa.

A visão é de Marcelo Sampaio, cofundador e CEO da gestora brasileira Hashdex, especializada em criptoativos e criadora do HASH11, o segundo maior ETF da B3 em quantidade de cotistas.

“As pessoas vão negociar Apple na forma de tokens, quem sabe até entre si”, afirmou o executivo durante palestra lotada, na quarta-feira (15), durante o Web Summit, evento de inovação em tecnologia que ocorre em Lisboa nesta semana.

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A Hashdex é uma das gestoras que participam de uma corrida para lançar o primeiro ETF (fundo de índice) dos Estados Unidos com exposição direta ao Bitcoin (BTC). Nesta quinta-feira (16), a Comissão de Valores Mobiliários dos EUA (a SEC) adiou a decisão sobre o produto, mas o mercado aposta que a espera irá terminar em breve, com uma aprovação em massa de fundos até janeiro de 2024.

Não à toa, em um Web Summit amplamente dominado por conteúdos sobre inteligência artificial nesta edição, faltaram lugares no painel de Sampaio sobre o ETF de Bitcoin nos EUA, que contou também com a presença de Alexander Vaselek, CEO da firma de venture capital alemã Cimedo.

“Há um consenso no mercado de que será aprovado”, afirmou Sampaio.

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A expectativa pelo produto vem alimentando a disparada da moeda digital nos últimos meses. Em 2023, o BTC acumula alta de mais de 120% e é o ativo com o melhor desempenho no período, superior ao das principais bolsas, do ouro e do dólar.

Mas defensores acreditam que muito mais está por vir. Com ETFs chegando aos EUA, investidores institucionais que hoje não teriam acesso ao Bitcoin poderiam iniciar alocações e ajudar a alavancar o preço do ativo, que tem valor de mercado ainda considerado pequeno pelo potencial. Com isso, estariam criadas as bases para um novo topo histórico – o que, apesar da alta recente, ainda demandaria à criptomoeda dobrar de preço mais uma vez.

Agentes do mercado cripto discutem a possibilidade de aprovação em massa de ETFs (entre eles, produtos da BlackRock e da Hashdex) nos EUA funcionar como um evento “sell the news” (venda no fato). Sampaio não descarta a possibilidade, mas apenas de forma momentânea: no curto a médio prazo, diz, o Bitcoin ganharia muito mais espaço para crescimento. “Todo mundo vai querer comprar”.

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Paulo Barros

Editor de Investimentos