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Segundo o Google Trends, “Nasdaq” é o termo de pesquisa mais usado pelos brasileiros na hora de buscar informações sobre o mercado financeiro dos Estados Unidos. Nos últimos cinco anos, “Nasdaq” teve mais acessos do que “S&P 500” ou “Dow Jones” – todos índices de ações americanos.
Acontece que “Nasdaq” não é apenas um índice de ações. A Nasdaq Inc. é uma das maiores bolsas de valores do mundo, com cerca de 3.790 empresas listadas no índice Nasdaq Composite – esse, sim, o índice.
Embora seja a mais buscada, a Nasdaq não é a única bolsa dos Estados Unidos – longe disso. O país que concentra o maior volume de negociações do mundo tem diversas concorrentes nesse segmento. E em cada uma é possível negociar algo diferente.
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A New York Stock Exchange – NYSE, ou apenas Bolsa de Nova York – é a maior bolsa de valores do mundo. Fundada em 1792, a NYSE tinha cerca de 2.584 empresas listadas e seu valor somava US$ 25,8 trilhões em 2022. Gigantes mundiais como Coca-Cola (COCA34) e Disney (DIS) estão listadas lá.
É um perfil diferente da Nasdaq, que ganhou destaque desde a sua criação, em 1971, com a listagem das maiores companhias de tecnologia do mundo, como Apple (AAPL), Microsoft (MSFT) e Meta (FB). Seu valor de mercado estava estimado em US$ 17,36 trilhões em 2022.
Uma terceira bolsa americana relevante é a Chicago Mercantile Exchange, ou CME Group. Diferentemente das duas primeiras, focadas em ações, a CME opera principalmente commodities, como derivativos de petróleo, metais e grãos. Seu valor de mercado está estimado em US$ 66,23 bilhões, uma pequena fração da NYSE. Entretanto, um dos ativos mais negociados do mundo está listado lá: o contrato futuro do S&P 500.
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“A CME não é grande como a Nasdaq e a NYSE, mas tem um volume financeiro muito expressivo de derivativos de commodities e moedas que torna a bolsa muito importante internacionalmente”, diz Leandro Petrokas, diretor de research e sócio da Quantzed. “Além do futuro do S&P 500, um dos ativos mais operados do mundo, por lá também são negociados contratos de petróleo, ouro e grãos como soja e milho.”
O que cada Bolsa dos EUA negocia?
- NYSE: ações e opções;
- Nasdaq: ações e opções (destaque para empresas de tecnologia);
- CME: commodities, contratos futuros, moedas, juros e criptomoedas.
Os Estados Unidos também têm outras bolsas estaduais, de menor relevância e volume de negociação, como a Chicago Board Options Exchange (Cboe), que é referência em opções de índices.
“O país tinha muitas bolsas menores, mas a NYSE e a Nasdaq Inc. compraram a maior parte delas com o passar dos anos e se consolidaram como as maiores”, diz Gabriel Meira, sócio da Valor Investimentos. “Os que sobraram são índices tão pequenos que não é possível nem ter acesso do Brasil, porque não faz sentido para as corretoras.”
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NYSE ou Nasdaq?
Assim como acontece com a B3, que tem suas ações (B3SA3) listadas no Ibovespa, as bolsas de Nova York também estão listadas em seus respectivos índices. A NYSE não tem uma ação própria, mas sim da sua controladora, a Intercontinental Exchange Inc., listada como ICE.
As ações ICE fazem parte do S&P 500, assim como os papéis do CME Group, listados como CME. Até mesmo a concorrente Nasdaq Inc. faz parte do índice – que abarca as 500 maiores empresas dos Estados Unidos –, com suas ações NDAQ.
Entretanto, os analistas não recomendam o investimento direto nos papéis destas empresas. “Essas empresas já possuem um mercado consolidado, com baixo espaço para crescimento quando comparado com outros mercados”, diz Petrokas, da Quantzed.
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Meira, da Valor Investimentos, destaca ainda a falta de concorrentes que também diminui o ímpeto por melhorias por parte das empresas. “A Nasdaq, que era concorrente da NYSE, já alcançou um tamanho similar e não consegue gerar novos negócios. Não existe um gatilho atualmente que indique a possibilidade de crescimento das suas ações”, diz o sócio.
A pesquisa anual da Gallup sobre o percentual de americanos que têm ações em Bolsa mostrou que, em 2023, 61% da população tinha algum investimento individual em ações, fundos ou poupança para aposentadoria. O número é muito próximo da maior média histórica da pesquisa, alcançada entre 2001 e 2008, de 62%.
O percentual caiu após a recessão de 2008 e ficou na faixa de 55% até este ano.
Entre 60% e 100% há um grande espaço de crescimento. Entretanto, a média cai para a faixa dos 60% devido ao baixo percentual de investimentos por pessoas que ganham menos de US$ 40 mil por ano. Entre esse perfil socioeconômico, somente 29% das pessoas relataram ter ações, fundos ou poupança de aposentadoria na Bolsa. Já entre a população que ganha mais de US$ 100 mil anuais, o percentual chega a 84%, o que limita o crescimento interno das empresas.
Os analistas afirmam que a melhor forma de ter exposição internacional não é investindo nas ações das Bolsas em si, mas, sim, nas empresas listadas. “É um investimento melhor tanto pela diversificação quanto pelos diversos instrumentos financeiros que é possível encontrar nos índices americanos”, diz Meira.
Além das ações internacionais de empresas multinacionais consolidadas, o analista também cita as diversas opções de ETFs internacionais. “Há opções temáticas para exposições em metais como urânio, ouro e paládio. Fundos para setores como cannabis e renda fixa, além de opções estratégicas em empresas pagadoras de dividendos ou de crescimento, por exemplo.”
Como maiores do mundo, é possível ter acesso às duas Bolsas (NYSE e Nasdaq) do Brasil, por meio de contas internacionais. São liberados os principais índices de ações, como o S&P 500 e o Nasdaq 100. Já a CME é uma Bolsa mais restrita, devido seus ativos serem operados principalmente por profissionais e investidores qualificados. É necessário ter assinatura e liberação pela corretora.
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