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As recentes dificuldades observadas no mercado de Fiagros não representam uma crise sistêmica, sinaliza Julia Bretz, responsável pelas estratégias de agro na JGP, que em 2023 já acendia a luz amarela para problemas enfrentados atualmente pelo segmento.
Ela falou sobre o tema na edição desta terça-feira (20) do Liga de FIIs, que tem apresentação de Maria Fernanda Violatti, head de análise de fundos listados da XP, Thiago Otuki, economista do Clube FII, e Wellington Carvalho, jornalista do InfoMoney. Gustavo Almeida, head de originação agro da XP Asset, também participou do programa.
Nos últimos meses, informações sobre quebras de safra, recuo nos preços de commodities e recuperações judiciais de empresas do segmento têm preocupado quem tem exposição ao setor agro, como os investidores de Fiagros.
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Em agosto do ano passado, Julia já chamava a atenção para a inadimplência de empresas responsáveis por certificados de recebíveis do agronegócio (CRA) presentes no portfólio de Fiagros.
“Falávamos de 1,8% de inadimplência em CRAs presentes no portfólio de Fiagros”, relembra. “Era um percentual relevante para um segmento que tinha até então apenas dois anos de histórico”, detalha.
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De lá para cá, porém, a analista da JGP afirma que o cenário não se deteriorou de forma tão significativa. De forma geral, acrescenta, as empresas com dificuldades hoje são as mesmas que motivaram a luz amarela em 2023.
“As recuperações judiciais no segmento acontecem, mas não existe um sinal vermelho para parar de investir no agronegócio”, sugere. “Assim como o setor imobiliário, o agro é um segmento cíclico, há momentos de alta e de baixa”, completa.
Gustavo Almeida, da XP, concorda e também afasta a possibilidade de uma crise sistêmica no segmento. Ele reconhece, contudo, a necessidade de maior atenção dos investidores de Fiagros com conceitos como a diversificação.
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“Muito se fala da soja, que está no olho do furacão desta crise, mas temos outras culturas com boa expectativa para 2024”, pondera o gestor, destacando açúcar e laranja como exemplos de potenciais bons negócios na atual safra.
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Ele também sugere ao cotista observar nos relatórios gerenciais as empresas responsáveis pelos títulos de dívidas presentes no portfólio do fundo e a respectiva classificação de risco – e se esta nota está de acordo como o perfil do investidor.
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O mercado de Fiagros superou a marca de 500 mil investidores no final de fevereiro, de acordo com boletim mensal da B3 sobre o produto. Apesar das preocupações com o segmento, quase 9 mil brasileiros passaram a investir no produto no mês passado.
Confira a análise completa Gustavo Almeida e Julia Bretz na edição desta semana do Liga de FIIs. O programa vai ao ar todas as terças-feiras, às 19h, no canal do InfoMoney no Youtube. Você também pode rever todas as edições passadas.