Multimercados, crédito ou ações? Veja como investir em fundos com Selic a 10,75%

Especialistas analisam cenário para os fundos de investimento após elevação de 0,25 p.p. da taxa Selic

Wellington Carvalho

(Foto: Daniel Dan/Pexels)
(Foto: Daniel Dan/Pexels)

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O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central elevou a Selic em 0,25 ponto percentual, para 10,75% ao ano, decisão que influencia de forma diferente as aplicações financeiras. No caso dos fundos de investimentos, as carteiras focadas em renda fixa ganham um fôlego ainda maior.

“Comparando com a expectativa de início do ano, 2024 está sendo um ano muito mais complexo. Não havia expectativa desse ‘cavalo de pau’ da Selic que prejudica a captação de fundos multimercados, de ações e estruturados”, contextualiza, Evandro Buccini, sócio e diretor de crédito e multimercados da Rio Bravo. “O destaque do ano acaba sendo os fundos de renda fixa, especialmente com a forte recuperação dos fundos de crédito”, completa.

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De acordo com dados da Anbima, o patrimônio líquido dos fundos de renda fixa, que tem a maior representatividade da indústria, cresceu 20,1% em julho quando comparado ao mesmo período do ano passado, saindo de R$ 3 trilhões para R$ 3,6 trilhões.

“A alta da taxa Selic deve tornar a renda fixa, de maneira geral, ainda mais atrativa para os investidores, com grande destaque para os investimentos com perfil pós-fixado”, concorda Ulisses Nehmi, Ceo da Sparta.

Neste contexto de taxas de juros mais elevadas, ele destaca o “aumento do interesse dos investidores pelos fundos de crédito com foco em infraestrutura, que não devem ter impactos adversos relevantes”.

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Diante do cenário, os fundos multimercados devem perder ainda mais espaço nas carteiras dos investidores, prevê André Carvalho, diretor de portfólio da Acura Capital.

“Como é o início do ciclo de alta, devemos ver investidores voltando a procurar ativos de renda fixa em detrimento dos ativos mais arriscados”, reforça. “Com isso, em termos de captação, devem sofrer os fundos multimercados que, em ciclos longos de juros altos, tendem a ter mais dificuldades de superar os benchmarks, e os fundos de ações, que também tendem a ter os valuations impactados”, projeta.

A principal mensagem para o investidor, acrescenta Carvalho, é fazer os movimentos de forma cautelosa. Além de o ciclo de alta dos juros estar apenas começando, diversos outros fatores macroeconômicos podem trazer mais volatilidade na economia e piora de indicadores, alerta.

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Em agosto, os fundos multimercados registraram mais um mês negativo, com R$ 40,1 bilhões em saídas líquidas, e alcançaram R$ 145,5 bilhões em perdas no acumulado do ano.

Wellington Carvalho

Repórter de fundos imobiliários do InfoMoney. Acompanha as principais informações que influenciam no desempenho dos FIIs e do índice Ifix.